Em outubro de 2003, Alexandre Pires chorou ao se encontrar com o então presidente norte-americano George W. Bush durante um evento para descendentes latinos na Casa Branca, em Washington. À época, Alexandre presenteou Bush com um livro de fotografias do Brasil e interpretou “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim, em voz e violão. E chorou. Mais de uma década depois, Alexandre Pires, em conversa com HT, garante que se a cena se repetisse, agora com Barack Obama – primeiro negro no cargo de homem mais poderoso do mundo -; no lugar de Bush, ele não faria diferente. “Mais uma vez, escolheria o melhor da música popular brasileira”, disse ele, que, infelizmente, não vê um fim no preconceito ao ser questionado se já sofreu. “Com certeza. Infelizmente o preconceito existiu e ainda existe, às vezes de maneira velada, outras vezes declarada”.
Mas o motivo da conversa não é somente esse. Alexandre está se preparando para, no dia 01 de agosto, lançar no Citibank Hall, no Rio de Janeiro, seu mais novo álbum chamado “Pecado Original”, que demorou cerca de dois meses para ficar pronto – entre a escolha do repertório e a gravação. O disco é a prova da consolidação da careira desse mineiro de Uberlândia que já vendeu mais de 18 milhões de álbuns no Brasil, América Latina, Europa e África.
Exemplo dessa maré boa é a música de trabalho, chamada “Barraqueira”, que já tomou de assalto os serviços de streaming. “Ela é divertida, pra cima, que conta uma história com a qual muita gente se identifica, de um lado ou do outro. Apesar de gostar muito do romântico, também gosto de iniciar meus projetos com esse tipo de canção, mais divertida e irreverente”, conta. A canção, que HT deixa aqui para você ouvir, fala de uma mulher que arranja confusão na balada e de um homem sofrendo com o ciúme.
Junto dela, “Pecado Capital” é outra canção que encabeça as que prometem do novo disco. “Essa música aconteceu antes do meu trabalho solo, quando ainda estava com o SPC, e foi uma honra para mim gravar o grande mestre Paulinho da Viola“, disse ele, emendando: “acredito que ela pode ser ouvida em todas as ocasiões. Esse é um grande samba e traz uma reflexão importante para todos os momentos, de altos e de baixos também”.
Além dessas e outras novatas, Pires vai apostar nos sucessos da carreira nos shows. Portanto, não será difícil escutar as mais dançantes, como com “Eu Sou o Samba” e “Sai da Minha Aba”, e também as românticas “Eva Meu Amor”, “Tira Ela de Mim” e “Apelo”. Sambas da melhor categoria, como “Maluca Pirada”, “Sissi” e “Pode Chorar” também vão dar tom ao show, que a gente já adianta: vai ter uma homenagem ao mestre Martinho da Vila com “Disritmia”. E enquanto o dia não chega, HT faz aquele bate-bola joguinho rápido com Alexandre.
HT: No clima do título do seu novo trabalho, qual o pecado que merece perdão?
AP: A gula. Pecadinho que todo mundo comete, e todo mundo perdoa. É difícil nunca cometer, não é? (Ri).
HT: O melhor samba é onde e com quem?
AP: Em casa, com a minha família e os amigos.
HT: Quem não merece ficar na sua aba?
AP: A tristeza, a inveja, a fofoca e todos os sentimentos ruins.
HT: Uma Maluca Pirada ou uma Sissi da vida?
AP: (Ri) Hoje não! Mas no passado, já teve sim.
HT: O que te dá disritmia?
AP: Música Boa. Disritmia boa.
Serviço
Apresentação: Sábado, dia 01 de agosto de 2015.
Horário: 22h30.
Local: Citibank Hall – Rio de Janeiro (RJ)
Capacidade: 3.120 lugares
Duração: Aproximadamente 1h40.
Ingressos: De R$ 40 a R$ 200 (ver tabela completa).
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