Foi em um papo de academia entre o engenheiro de petróleo Francisco Filho e o produtor Gustavo Barchilon há três anos que surgiu um conceito diferenciado de festas no Rio de Janeiro e em São Paulo. O projeto é o Pra Poucos, criado entre amigos e para celebrar a vida também entre amigos. Depois da conversa entre os dois organizadores, mais cinco parceiros se juntaram, são eles: Carlos Carvalho, Claudio Cunha, Filipe Camargo, Josué Lucianelli Junior e Lucas Miranda Bessa. A primeira festa desse time de peso foi o réveillon de 2016 para 2017 e que reuniu cerca de 300 pessoas no Clubhouse em Copacabana, mas a qualidade dos eventos caiu nas graças do povo e na próxima virada de ano, espera-se quase mil pessoas numa mega produção na Marina da Glória.
O site HT conversou com os dois pioneiros do circuito de festas para entender um pouco sobre essa ideia que tem movimentado o turismo LGBT no Rio de Janeiro. “Começou de uma forma muito amadora, porque a gente estava sem festas desse tipo no Rio. E agora é o terceiro Réveillon consecutivo. Está se tornando uma tradição e cada vez crescendo mais”, contou Francisco Filho. A ideia desde o início era fazer uma celebração com o clima intimista e que os convidados fossem do convívio social dos criadores, de acordo com Francisco. Por isso as vendas não são abertas para o público em geral, os ingressos são disponibilizados através de senhas compartilhadas pelos organizadores. Ou seja, os sócios sabem anteriormente quem irá no evento.
“É dessa forma em todas as produções que fazemos, exatamente para tentar manter esse espírito familiar. Mas por ter crescido tanto, o réveillon desse ano tem uma maior abertura nesse sentido só que a ideia continua a mesma, ou seja, ser mais entre conhecidos e dessa vez é amigo de amigo de amigo”, afirmou Francisco, que foi completado por Gustavo Barchilon: “As pessoas acham que, por causa do nome, a festa é para pouca gente, mas pelo contrário, é para amigos que podem convidar quem quiser e assim se faz a festa”, explicou. Gustavo, aliás, é o único que já trabalhava com produção entre todos os outros sócios, que são médicos, dentistas, arquitetos e administradores. “A produção da virada do ano é a mais difícil que a gente faz. Entramos na Marina da Gloria no dia 26 de dezembro para começar os quatro dias de montagem intensa. O lugar é uma terra batida sem pisos, sem iluminação e nem água. A gente constrói o castelo do nada”, explicou o produtor.
Outro diferencial do Pra Poucos é o detalhe: em cada canto e cada item da festa é pensado por cada um dos organizadores. “Eu e os meninos prezamos muito por isso, a gente pensa na cor do canudo, no ar condicionado que tem que ter no banheiro para o conforto dos convidados. E eles acabam percebendo a dedicação de nós sete para que seja tudo perfeito”, contou Gustavo, que admitiu ser uma festa voltada predominantemente para o público masculino.
Apesar de ter nascido e se fortalecido no Rio de Janeiro, o projeto dos sete sócios se expandiu, também, para as noitadas paulistanas. Lá os organizadores fazem a festa de arraial junino e o halloween, em outubro, com proporções menores do que o réveillon carioca e o camarote na Sapucaí. “Fazemos eventos no Rio no ano novo e no carnaval, porque sabemos que vai ter público. É verão e uma época que as pessoas procuram mais o Rio do que São Paulo. O réveillon é nosso carro-chefe e buscamos sempre trazer novidades a cada ano”, ressaltou Francisco.
E tem dado tudo tão certo na trajetória dos rapazes, que as vendas que estão a todo vapor e há apenas 50 tickets restantes. De acordo com Francisco, o público pode esperar um padrão ainda mais elevado do que os outros anos, com open bar e open food em doze horas de evento com presença de um DJ alemão. “A música é sempre muito boa, é uma festa de amigos, com clima leve, porque buscamos sempre lugares ao ar livre”, admitiu. Que seja um 2019 maravilhoso para todos!
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