*Por Simone Gondim
A rotunda do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro foi o cenário escolhido para receber Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, que fizeram a segunda live dos Paralamas do Sucesso em dois meses, sendo a primeira com patrocínio. Em clima intimista, a banda flertou com o acústico em um show que durou mais de duas horas e foi um prato cheio para os fãs, pois o repertório estava abarrotado de hits de várias fases do grupo. Não faltaram clássicos como “Alagados”, “Vital e sua moto”, “Óculos”, “Meu erro”, “Lanterna dos afogados”, “Me liga”, “Caleidoscópio” e “Melô do marinheiro”, entre outros.
Para abrir a noite, a vibrante “Vulcão dub”, do álbum “Big bang”, de 1989, antecedeu “Cinema mudo”, do disco homônimo que marcou a estreia da banda, em 1983. “Sejam todos muito bem-vindos a esse lugar tão lindo, tão incrível, Centro Cultural Banco do Brasil, onde há mais de três décadas a arte e a cultura são incentivadas. É com enorme prazer que nós, os Paralamas do Sucesso, estamos aqui hoje com vocês”, festejou Herbert Vianna.
O baterista João Barone também lembrou, mais de uma vez, da importância do investimento em cultura, e avisou que o QR Code do lado direito da tela era para quem quisesse fazer doações para a campanha “Proteja e salve vidas”, da Fundação Banco do Brasil. “O CCBB é um lugar emblemático na cidade do Rio de Janeiro e importante para todo o país”, afirmou. No bloco final do show, ele se desculpou pelo que chamou de atropelo com as palavras. “Sou um bom baterista, mas não sou bom locutor”, brincou.
Até a banda se despedir, foram 34 músicas. Antes de tocar “A novidade”, Herbert se dirigiu aos fãs mais jovens dos Paralamas. “A próxima canção nós escrevemos quando vocês estavam nas fraldas. Não tínhamos letra e Gilberto Gil nos fez esse presente”, contou. Outra música que mereceu um preâmbulo foi “Vovó Ondina é gente fina”, lançada no primeiro disco da banda. O baixista Bi Ribeiro, neto de Ondina, lembrou que saía com ela de Copacabana para ir ao prédio do CCBB quando o espaço funcionava somente como agência e sede do Banco do Brasil, porque a avó era funcionária da instituição.
Na hora de “Caleidoscópio”, o vocalista se dirigiu novamente à plateia do outro lado da tela. “Foi uma tentativa nossa voltada para o blues. Desculpem se não deu certo”, disse Herbert. Pura modéstia, porque a versão ficou muito bonita, com os solos de guitarra mantidos. Cinco músicas depois, a amizade com o argentino Fito Páez foi citada antes de o trio tocar “Trac trac”, do álbum “Os grãos”, de 1991.
Mantendo o hábito de brincar com os versos das músicas, o vocalista mudou trechos das letras de “Óculos” (“Em cima dessas rodas também bate um coração”) e “Caleidoscópio” (“Nos pedindo para tocar um blues”). Em “Selvagem”, ele repetiu o medley com parte de “Polícia”, dos Titãs, como já havia feito em outros espetáculos.
Com mais de 90 minutos de show, Barone aproveitou para verbalizar o entusiasmo dos Paralamas, visível desde o começo da apresentação. “A gente não está querendo ir embora, está esticando do jeito que dá”, garantiu, sorrindo. Os Paralamas encerraram a noite com “Meu erro” e as palavras gentis de Herbert Vianna. “Obrigado pela paciência e pelo astral de vocês”, finalizou o vocalista.
Veja o setlist completo do show:
- Vulcão dub
- Cinema mudo
- Patrulha noturna
- Fui eu
- Ska
- Lourinha Bombril
- Vovó Ondina é gente fina
- Vital e sua moto
- Ela disse adeus
- Sinais do sim
- O calibre
- Selvagem
- Mensagem de amor
- Caleidoscópio
- Cuide bem do seu amor
- Busca vida
- Me liga
- Aonde quer que eu vá
- Lanterna dos afogados
- Trac trac
- Será que vai chover?
- Assaltaram a gramática
- O beco
- A novidade
- Melô do marinheiro
- Você / Gostava tanto de você
- Perplexo
- Alagados
- Uma brasileira
- Óculos
- O passo do Lui
- Romance ideal
- Tendo a lua
- Meu erro
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