A irreverência animada da banda Biltre tomou conta da Casa Levi’s na sexta-feira, dia 5. Em noite aberta ao público, a mansão, que até o dia 20 de maio será o endereço da moda e cultura no Rio de Janeiro, recebeu dezenas de fãs e amigos dos músicos que têm um som para lá de original. A animação tomou conta da Casa Levi’s e, pelos quatro cantos, passinhos de dança eram comuns entre os presentes. No som, a banda Biltre imprimiu a sua identidade dançante e, ao mesmo tempo, engajada com músicas que tratavam de questões polêmicas e contemporâneas, como o rio São Francisco, por exemplo. Porém, sempre de forma leve e humorada.
Reforçando a pluralidade musical da Casa Levi’s, a banda Biltre levou ainda mais suingue ao tradicional estilo rocker da grife. No entanto, nada disso foi por acaso. Como contou a gerente de marketing da Levi’s, Marina Kadooka, a escolha pela banda Biltre para a programação do projeto no Rio faz parte de uma adequação da identidade da marca com o estilo cultural do carioca. “A Levi’s tem um DNA que é mais voltado para o rock e o indie-rock. Porém, precisamos entender que a cultura popular brasileira é uma incrível mistura de ritmos e histórias. Principalmente no Rio de Janeiro, que tem essa miscelânea ainda mais forte. Nós tentamos integrar a variedade ao DNA da marca. Para a gente, não fazia sentido a Levi’s só chegar à cidade, a Casa precisava ser parte da cultura carioca”, explicou Marina Kadooka.
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Sucesso inquestionável, a banda Biltre animou até quem estava mais cansado na noite de sexta-feira. Entre fãs e amigos dos músicos, muitos dos presentes emendaram o dia de trabalho com o encontro na Casa Levi’s. Porém, a alegria em estar na mansão da grife não se restringiu aos convidados. Honrados em fazer parte da iniciativa, os integrantes da Biltre destacaram a importância da Casa Levi’s para o cenário cultural do Rio de Janeiro. “É um tipo de iniciativa que a gente só tem a agradecer, parabenizar e desfrutar. Projetos como a Casa Levi’s estão cada vez mais inexistentes no cenário cultural, até porque nós sabemos que a produção é muito cara, ainda mais sendo um evento aberto ao público, de graça”, disse Vicente Coelho.
Mais que uma oportunidade para os músicos cariocas, a Casa Levi’s se destaca pela estrutura oferecida, tanto para os artistas quanto para o público do espaço. Por lá, boa gastronomia, cerveja gelada e organização são fatores indispensáveis. “A estrutura é muito boa e isso é raro. Para nós artistas, encontrar um espaço como a Casa Levi’s, em que a cerveja está gelada, a acústica é ideal e o evento é gratuito, é muito importante e valoriza o nosso trabalho. Hoje, se existissem uns dez lugares como esse no Rio nós não estaríamos com essa enorme crise cultural e financeira que estamos vivendo”, analisou DioClau Serrano.
Com tantos fatores contribuindo para o sucesso da noite ficou fácil para a banda Bilre embalar o público. E os rapazes arrasaram! Donos de um estilo para lá de irreverente, os músicos apresentaram canções próprias e releituras de clássicos. Em muitas das faixas, era fácil notar uma mensagem de protesto sobre o atual panorama político brasileiro. Mas, se no primeiro momento essa caraterística pudesse estar relacionada a músicas duras e tensas, esqueça. Com eles, a ordem é desconstruir: estereótipos, certezas, ideias e propostas. “Essa é a forma que encontramos de nos autocriticar, mas sem apontar o dedo. A banda inteira reconhece que somos privilegiados em várias questões e, por isso, apostamos nessa ideia de desconstrução. Até por que, qualquer certeza que a gente tenha na cabeça vai nos impedir de ver o mundo a partir de outros olhares. Por isso é importante que as pessoas se permitam mudar o que elas acreditam e sentem na vida. Afinal, a minha certeza não vale de nada nesse mundo”, disse Vicente Coelho.
Em relação às letras, Vicente acredita que são consequências de uma adolescência um tanto quanto reprimida dos integrantes do grupo. Sendo assim, a vontade de falar assuntos sérios se juntou à leveza e à alegria da dança e do suingue da música. “Eu acho que é muito natural da gente querer fazer músicas leves e dançantes, porque tivemos uma adolescência mais dura e que queria dizer novas ideias ao mundo. Então, a gente acabou associando a animação da melodia com letras mais densas. Para a gente, quando olhamos para essas temáticas mais difíceis de um jeito diferente, mais leve, o resultado é menos pior”, explicou Vicente Coelho que garantiu não querer revolucionar o pensamento moderno com a banda Biltre. “Não é uma tentativa engajada de a gente querer mudar o mundo. Inclusive, para o disco novo, nós estamos mudando algumas frases para que não haja um problema futuro”, completou.
Com este comportamento, a banda Biltre logo ganha uma comparação comum entre o público de seus shows. Irreverentes, coloridos e com uma música divertida, de alguma forma, os cariocas ganham o status de Mamonas Assassinas dos tempos de reflexão. Entre eles, comentários como esse já se tornaram normais e estimuladores. “Eu acho uma incrível comparação e extremamente motivadora para a gente. Os Mamonas eram músicos super transgressores, com um comportamento totalmente louco e uma presença no palco muito livre”, confessou Vicente Coelho que foi completado por DioClau Serrano: “Essa comparação não é proposta por nós, parte de quem assiste aos nossos shows. Mas a gente gosta desse retorno que recebemos e isso passa a ser algo natural”.
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