Há 20 anos, uma canadense se lançava no mercado fonográfico internacional com um disco que seria um marco não só na sua carreira, mas na música feminina: Alanis Morissette e seu “Jagged Little Pill” entraram para a história, alcançando o topo dos charts em mais de 12 países (incluindo Estados Unidos e Inglaterra). Foi considerado pela Billboard como o álbum de pop mais vendido em toda a década de 1990. No Facebook, a cantora comemorou o aniversário do projeto e anunciou uma edição especial de colecionador, com um diário com versos escolhidos a dedo, uma versão acústica do álbum, dez demos gravadas por ela, na época, e ainda inéditas e um show também inédito de 1995.
“20 anos desde ‘Jagged little pill’. Uau. Parece que foi ontem, mas também parece que foi em outra vida. Tanta viagem e crescimento e transformação e cura e diversão e humor e arte e escrita e serviço e perseverança e exaustão e vulnerabilidade e alegria e vertigem e expressão contínua e indagação… A única coisa que continua é o desejo de destilar as complicações em claridade… De apoiar o conforto e o empoderamento… E de ter diversão comunal e conectada ao longo desse processo. Obrigada a cada um de vocês por estarem comigo nessa colorida e contínua jornada. Vocês estão fundo no bolso do meu coração”, postou Alanis Morissette, com o link para a pré-venda da edição especial do álbum.
As conquistas que conseguiu com “Jagged Little Pill” serviram para catapultar Alanis ao estrelato mundial. O disco recebeu nove indicações ao Grammy, ganhou cinco e rendeu para a cantora o recorde de artista mais jovem a faturar o gramofone de ouro por Álbum do Ano, aos 21 anos de idade, desbancando nomes como Michael Jackson, Mariah Carey e Pearl Jam. Esse posto só lhe foi tomado 14 anos depois, quando Taylor Swift, aos 20, ganhou o mesmo prêmio por “Fearless”.
Alanis Morissette recebe o Grammy de Melhor Álbum do Ano, em 1996, das mãos de Tony Bennett
Mas, mais do que troféus e números de venda, “Jagged Little Pill” serviu para criar a ‘marca’ de Alanis Morissette, pelo menos à época: uma mulher que se entrega de corpo e alma às suas composições, expõe as entranhas através de letras intimistas e não tem medo de soar amargurada ou vulnerável, qualidade que são ao mesmo tempo o maior medo e a maior ambição de qualquer artista. Sua sonoridade, cheia de guitarras e baterias pesadas (fruto das colaborações de Flea e Dave Navarro, do Red Hot Chilli Peppers), serviu para elegê-la como uma das principais mulheres dentro do rock, assemelhando-se ao papel desempenhado por gente como Fiona Apple, Courtney Love e Shirley Manson, ao mesmo tempo em que era vista como “musa dos términos”.
Produzido apenas por Glen Ballard, o disco permanece como referência no gênero e já influenciou inúmeras cantoras atuais, de Kelly Clarkson, Britney Spears e Beyoncé (que já fizeram covers de Alanis em suas respectivas turnês) a Taylor Swift e Katy Perry, que também apostam em relacionamentos desastrosos como mote principal de suas produções. Singles como “You Oughta Know” e “Ironic” se tornaram faixas atemporais e que conseguem conquistas os fãs da boa músicas até hoje. Duvida? A prova mais concreta está aqui abaixo, no qual a canadense chega de convidada na “1989 Tour” e, ao lado de Taylor, canta “You Oughta Know”, acompanhadas pelo coro ensurdecedor do Staples Center.
Por essas e outras, feliz aniversário para Alanis Morissette e para o “Jagged Little Pill” e, para matara as saudades, HT enche o peito de nostalgia e lembra a aparição da cantora em “Malhação”, ainda em 1996. Play!
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