“O blues é o pai do rock and roll. Por isso, eu estou sempre flutuando entre os dois ritmos”, conta Sonja


Aos 26 anos, ela lança álbum, homônimo, que mistura as forças do blues, do rock e o veneno do soul

A cantora Sonja traz a força do blues e do rock and roll em seu novo álbum (Foto: Bruno Ryfer)

*Por Rafael Moura

Com a força do rock e do blues, o furacão Sonja passou por Copacabana e o site Heloisa Tolipan se ‘agarrou’ para conferir o lançamento do seu novo álbum (nome homônimo) dessa revelação da música. “O disco contou com a participação dos guitarristas Marco Lacerda e Marcus Kenyatta, da banda Laranjeletric, que produziram o álbum e estarão comigo nos shows”, enfatiza Sonja. Assim, fica mais fácil de botar aquela pimenta aonde a gente quer e ver no que dá. Sonja é multipla e tem carisma e voz marcantes com graves e agudos e tem se tornado um boom na cena blues/rock. A cantora subiu ao palco no rooftop do Edifício Atlântica Business Center, na Avenida Atlântica cheia de alma, verdade, desnuda e despida para mostrar spirituals e nos fazer contemplar momentos únicos de prazer. “Eu descobri esse sentimento desde que me conheço, e minha mãe me deu um empurrãozinho aos seis anos. Eu estava cantando no banheiro e ela bateu na porta e disse: ‘você canta muito mal. Portanto, vamos para uma aula de canto’. Eu conheci outra ‘mãe’: Patrícia Evans, minha coach com quem faço aula de canto até hoje”.

Com um visual marcante, de cabelos azuis e rosa vermelha como adereço, a cantora de 26 anos, comenta que sua imagem “vem das experiências e aprendizados” e acrescenta: “Eu sempre tive cabelo colorido, antes era rosa sorvete, agora ele está azul, a rosa é uma reverência e uma referência à minha cigana, que está sempre comigo, abrindo meus caminhos”, revela. Sonja nos lembou a personagem ‘Red Sonja’ criada por Roy Thomas para Marvel Comics inspirada em contos de Robert E. Howard, ligada ao universo de Conan, o Bárbaro. Além de duas vozes icônicas como Adelle e Beth Ditto, da banda Gossip.

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Sonja  que combina o blues e o rock aposta ainda no ‘veneno’ do soul. “O blues é o pai do rock and roll, por isso eu estou sempre flutuando entre os dois ritmos. O soul traz uma sensualidade que nós brasileiros temos naturalmente, afinal o corpo é uma grande forma de expressão”, ressalta. A cantora que já participou do XFator, da Band, ganhou o respeito na cena levando-a para o maior festival de Blues da América Latina, o Mississippi Delta Blues, no fim do ano passado. Em maio, de 2019 foi convidada a integrar o line up da edição brasileira do evento, no Rio de Janeiro. É membro da banda Caravana Cigana do Blues e já cantou ao lado de grandes artistas de blues como: J J Jackson, Little Jimmy Reed, Álamo Leal, Olavo Rocha, Big Gilson, Sérgio Rocha entre outros. Seu show é um passeio intimista pelas nove canções autorais, compostas em parcerias,e pelos clássicos que influenciaram sua carreira. Seu primeiro single ‘Blues By my Side’ foi lançado em 2014.

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Sonja nos fala sobre a felicidade de ter o seu trabalho registrado em CD, afinal as plataformas digitais estão dominando o mercado, dando visibilidade para novos artistas e principalmente rompendo barreiras. “Um CD, um vinil… são delícias, porque ter essa cultura do disco físico, e poder pegar, olhar, ler, já traz uma outra experiência. Até porque ali tem uma história, que é super importante para que essa cultura do disco não se perca. Aliado a isso, as plataformas digitais têm o poder me transportar para lugares únicos e eu consigo ter contato com fãs do Brasil e até mundo. Eu acho essas experiências maravilhosas”, conclui.

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