A alma de artista é genética pura e você, leitor, reconhece logo pelo sobrenome: Luiza Casé. Sim… ela vem de uma família ligada às artes mais plurais. Herança do sangue do produtor de cinema Augusto Casé, do arquiteto Paulo Casé, que era irmão do produtor, escritor e diretor de TV Geraldo Casé, pai da atriz e apresentadora Regina Casé… Um talento que vem de berço. A jovem que transita desde a infância pelos palcos, estúdios de TVs e cinemas, agora mostra sua verve cantora e compositora e irá lançar no dia 21 de junho seu primeiro álbum, batizado Mergulho, com composições autoriais e direção de Arto Lindsay e Thiago Nassif. “Quando escutamos a Luiza Casé cantar sentimos que estamos ouvindo uma amiga que nos conta tudo apesar dos riscos de uma comunicação verdadeira”, elogia o produtor musical Arto Lindsay. “Às vezes, me vem uma melodia. Eu gravo no celular e, depois, escrevo a letra. Raramente tenho a poesia pronta antes da melodia. Minhas letras falam de relacionamentos amorosos, do meu olhar para o mundo, da minha evolução psicológica. Só trato de temas os quais sei que tenho propriedade para falar. Nós, seres humanos, somos muito previsíveis. E, ao mesmo tempo, sempre surpreendemos”, comenta a cantora em conserva com o site HT.
Na sexta-feira, dia 17, Luiza lançou o clipe da música, romântica, Me leva, uma das faixas do disco que conta com um total de dez. O vídeo, com direção de Monique Gardenberg é aperitivo do álbum, que chega ao público em 21 de junho, em todas as plataformas digitais. “Me leva é um voo doce e despreocupado, rio nos braços do mar. Descobri no fim da relação que não sabia me entregar ao amor. Daí, já não era mais fim”. A música de Luiza conta com um super time: o baixista Kassin, o baterista Pedro Fonte, a guitarra de Davi Moraes, Jonas Sá nos sintetizadores, Zé Birgona no sax, e Marlon Sette e Altair Martins nos trompetes.
A cantora ainda lançou o EP de Pétala Branca, que fala do poder vegetal de acalmar os sentidos e devolver a serenidade. “Acalmar. São pequenas pausas seguidas de mais fluxo. Você tem muita energia, me disseram. E ela precisa me percorrer até meu corpo todo ser expressão. A pétala é delicada e forte, assim como a composição entrou e se fez através de mim. Transformo o que não me serve em banhos”, explica a compositora que conta, mais uma vez com o baixista Kassin, o baterista Pedro Fonte, os guitarristas Davi Moraes e Benjão, sintetizador e programações eletrônicas Thiago Nassif, Benjão e Jonas Sá.
O terceiro trabalho também já disponível é Estranha Manhã. Sobre a canção, Luiza diz que tem dias em que se acorda num filme musical e se quer celebrar a vida. “A composição veio numa manhã quando eu andava em São Conrado, sentia o cheiro de maresia misturado a uma poluição e as obras infindas nas vias, e meu olhar harmonizava o cinza em uma melodia em direção à praia”. Pois essa celebração alegre e luminosa do viver transborda na poesia cativante de versos como: “Estou a ponto de voar / Mal sinto a planta dos meus pés / Tocando o chão”.
O caminho até a realização de Mergulho não foi rápido nem fácil, apesar da veia artística. Luiza conta que começou a cantar acompanhada por músicos em 2010, no extinto programa “Geleia do Rock”, exibido pelo canal por assinatura Multishow. Foi quando ela formou uma banda e gravou um CD. “Tinha uma composição minha naquele trabalho. Eu já me sentia bastante segura como intérprete e íntima com a música. Em 2014, gravei um CD de blues, rock e funk com a turma do Blues Etílico. As nove faixas eram composições minhas, seis em inglês e três em português. Mas nunca lancei esse trabalho”, revela. “Durante a gravação, comecei a compor as músicas do Mergulho e percebi que tinham muito mais a ver comigo. Usei aquele disco para mostrar que também era compositora”, ressalta.
Ela explica que os produtores dão preferência a cantores que também tenham a habilidade de compor. O desafio estava lançado e foi encarado na maior tranquilidade. “Eu acreditava que seria intérprete, estava bastante segura sobre isso. Mas essa provocação externa trouxe uma resposta que me estimulou bastante bem. Fui em frente e adorei compor minhas canções”, enfatiza. Luiza fez questão de não abandonar a faculdade de Direito, embora soubesse que não era exatamente aquilo que queria fazer. “A sensação era a de que eu levava uma vida sem propósito, apesar de o Direito ter uma grande beleza. No entanto, quando descobri o canto, decidi fazer de tudo para nunca mais voltar àquela sensação de falta de sentido no viver. Mas fiz questão de finalizar o estudo e não colocar pressão nesse processo”, confessa a jovem cantora.
Sempre simpática, curiosa e questionadora, a artista ainda comenta sobre o grau de parentesco com Regina Casé: “Ela é prima do meu pai. Eu tenho a mesma idade da Benedita, filha de Regina. Quero muito mostrar o álbum para ela, que tem uma bagagem incrível. Também sou atriz e fico impressionada com o carisma dela, a capacidade de atuar. Quero críticas, pois sem elas o processo de crescimento fica muito mais lento. Tanto a crítica positiva quanto a negativa me interessam, desde que sejam honestas e justas”.
É preciso lembrar que as críticas serão feitas em cima de um trabalho extremamente íntimo. Luiza conta que a descoberta da intérprete e da compositora em si trouxe um grande fortalecimento pessoal. E revela seu processo criativo, bastante original. “Ás vezes me vem uma melodia. Eu gravo no celular e, depois, escrevo a letra. Raramente tenho a poesia pronta antes da melodia”.
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