Talvez você não o conheça de nome, mas com certeza você já deu de cara com o trabalho do DJ Negralha. Ele integra a equipe da banda O Rappa desde 1998 e já trabalhou com outros artistas como Marcelo D2, Mr. Catra e Eletrosamba. Agora, o músico se prepara para lançar um EP onde apresentará uma nova fase da sua carreira no qual ele assume os vocais pela primeira vez e será o centro musical de toda a obra se revezando entre o canto e a mixagem como DJ.
“Eu estou começando um projeto novo, no qual eu reúno músicas autorais inéditas e outras que já gravei com artistas como O Rappa, Eletrosamba, Mr. Catra, D2 e outros que já trabalhei ao longo da minha carreira. Eu estou na linha de frente dessa vez, eu sou o frontman. Eu estou cantando o meu rap, a minha poesia. Eu sou o DJ e faço a parte eletrônica – como já fiz em outros projetos que já toquei – e além disso eu vou lá na frente e faço o vocal também. Essa é a diferença desse para outros trabalhos que já realizei: é a minha primeira vez como vocalista”, explicou o músico.
Negralha contou que o EP já está em fase final de gravação e que ele tem um recado muito importante a ser passado com essa compilação. “Estou terminando a gravação das últimas faixas para lançar um EP que vai ter de quatro a seis músicas. Estou prevendo que saia mais para o meio do ano. Estamos chamando de ‘DJ Negralha e Banda’. A mensagem que eu gostaria de passar com as minhas músicas é liberdade musical. Eu trabalho com a linguagem do rap que é da rua, mas também utilizando na parte onde eu sou DJ influências do jazz, da música latina, da música cubana. Em algumas canções , eu flerto o espanhol com o português e o inglês. Tenho uma música com a Jesuton que é da Inglaterra, outra música com Sonia Paes que é uma cantora da Espanha. Vou misturando as coisas até chegar em um resultado muito misturado, muito Brasil”, enumerou.
O rapper relembrou a sua carreira e falou sobre o tempo necessário que levou até sentir que era hora de iniciar um projeto onde seria o foco principal:.“Hoje um companheiro postou uma foto de um DJ que é antigo aqui na cultura de baile de São Paulo e me fez lembrar do meu início de carreira. Eu comecei muito cedo nos bailes com uma turma que era a referência nessa área aqui. Fui para o Rio de Janeiro e me senti adotado pela galera que era equivalente a essa em termos de descobrir talentos e lançar artistas. Eu, até hoje, não estava pronto para ser o front. Eu gravei meu primeiro disco em 1994. Desde 1998 até agora, eu trabalhei com O Rappa. Isso ocupava 80% do meu tempo e da minha criatividade. Não me sobrava tempo para nada. De um tempo para cá, O Rappa começou a abrir espaço para que seus integrantes desenvolvessem outros projetos. Eu estou abrindo o meu tempo agora e fazendo esse trabalho. Eu tenho pessoas maravilhosas em volta de mim que estão ajudando. Muito devido a esse apoio, eu estou muito confiante em um projeto que vai dar muito certo”, animou-se.
Para comemorar e mostrar ao público essa nova etapa da carreira, o DJ apresentou um show nessa quinta-feira, dia 16 de março, no Teatro Rival, Rio de Janeiro: “É um palco tradicional do Rio de Janeiro. Estava muito animado e apresentei versões de músicas que me inspiraram durante a minha trajetória, algumas versões de outros projetos que já toquei como O Rappa e ainda teve a participação do Dexter e da Jesuton”, relembrou.
“O Dexter é um amigo meu de muito tempo. Eu nasci em São Paulo, mas moro no Rio de Janeiro há 20 anos. Ele é um amigo de infância que cresceu nessa linguagem de rap e hip hop e conseguiu fazer uma carreira linda na música. A Jesuton é uma outra amiga que conheci no Rio de Janeiro. Juntei dois momentos distintos da minha vida no palco” contou Negralha sobre sua relação pessoal com os dois convidados. “Tudo está começando de novo. É um show para dançar, que vai do rap, hip hop e o que mais aparecer. Agora eu estou botando minha cara a tapa. Onde tem DJ Negralha, tem música boa”, finalizou.
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