“Não houve cortes na banda. Mesmo nas lives, minha equipe que amo recebe cachê de show”, diz Duda Beat


A cantora fala da sua primeira live hoje, as 23h, em seu canal no YouTube, para exaltar o amor, e também dos sonhos que foram interrompidos no meio do caminho por conta da pandemia do novo cornavírus: “Todo o nosso calendário de shows foi adiado e eu sinto muita falta disso. Adoro a energia de estar com a galera que curte o meu trabalho, cantando e dançando junto. Além dos shows, estávamos planejando lançar meu próximo disco neste ano. A pandemia nos pegou de surpresa, mas ao mesmo tempo, estamos usando o isolamento para compor algumas coisas e refinar as canções desse novo trabalho que está me deixando muito satisfeita”

*Por Brunna Condini

Sofrência combina com amor? Para muitos, sim. E por quê, não? Amar é livre, e neste Dia dos Namorados, no mini-festival do amor à distância, Duda Beat, considerada a Rainha da Sofrência Pop, vai unir forças e sentimento, para se apresentar, à distância, com Nando Reis, e também com a dupla Anavitória. A transmissão da recifense, em sua primeira live oficial, acontece no seu canal do YouTube, às 23h.

Com seu som, Duda desmistifica que sofrência tenha a ver com “amargura”. Para a cantora, a escolha do estilo, tem muito mais a ver com a identificação de uma mulher romântica que tem dificuldades de lidar com a fluidez dos relacionamentos contemporâneos. Como está o coração neste dia? “Vou passar essa noite com meu namorado, amigo e produtor, Tomás Tróia. Olha que sorte a minha! (Risos). Ele vai cantar e tocar comigo na live dos namorados. É com Tomás que eu vivo e, por conta disso, estamos em isolamento juntos”, revela sobre a história de amor digna de roteiro de filmes: ela conheceu Tomás aos 15 anos, quando iniciou a carreira, mas os dois só ficaram juntos há pouco mais de três anos, quando começaram a trabalhar juntos.

“Vou passar essa noite com meu namorado, amigo e produtor, Tomás Tróia. Olha que sorte a minha! (Risos). Ele vai cantar e tocar comigo na live dos namorados” (Reprodução Instagram)

Aos 32 anos, a cantora em ascensão, se preparava para se despedir da turnê do seu primeiro álbum, “Sinto Muito”, quando encontrou a pandemia no meio do caminho. “Todo o nosso calendário de shows foi adiado e eu sinto muita falta disso”, lamenta. “Adoro a energia de estar com a galera que curte o meu trabalho, cantando e dançando junto. Além dos shows, estávamos planejando lançar meu próximo disco neste ano. A pandemia nos pegou de surpresa, mas ao mesmo tempo, estamos usando o isolamento para compor algumas coisas e refinar as canções desse novo trabalho que está me deixando muito satisfeita”.

“Além dos shows, estávamos planejando lançar meu próximo disco neste ano. A pandemia nos pegou de surpresa” (Foto: Fernando Tomaz)

Mulher, nordestina, potente nas letras, no discurso e na vontade com que pretende guiar sua carreira, cada vez mais rumo ao pop, Duda recebeu o prêmio de Revelação do Ano pelo Multishow, ano passado. Além disso, em 2019, também iniciou sua carreira internacional nos Estados Unidos e Europa, com apresentações lotadas no Brasil Summer Fest (NY) e shows em Portugal, Espanha e Alemanha. Ela estava com “a corda toda” e precisou desacelerar, mas não se queixa. Consciente, a artista sabe que a possibilidade de parar e de se recolher, é um privilégio: “Eu só posso agradecer ao Universo. Meu sonho é o que eu vivo hoje: viver de música, com gente que amo e acredito ao meu redor”.

O que acha sobre uma corrente nas redes de pessoas que apontam que muitos artistas além de fazerem lives, também deveriam fazer doações ou bancar seus músicos nesse período? Você teve que cortar profissionais? “De fato, o papel do artista tem uma responsabilidade social muito grande. Nosso ofício é um trabalho em equipe e ele só vai para rua porque estamos todos juntos dando o nosso melhor”, analisa. “Não cortei e jamais cortaria qualquer um dos meus músicos e equipe que tanto amo. Mesmo que os músicos não estejam tocando ao vivo na live, eles recebem cachê de show. Sinto que essa a forma que posso contribuir com todo o sistema que gira em torno do nosso trabalho”.

“O papel do artista tem uma responsabilidade social muito grande. Nosso ofício é um trabalho em equipe e ele só vai para rua porque estamos todos juntos dando o nosso melhor” (Foto: Fernando Tomaz)

Que mudanças neste mundo pandêmico de hoje, são urgentes para um mundo melhor pós pandemia? “A empatia, né? Olhar o próximo como um ser humano igual a nós e se conectar. Estamos todos juntos neste planeta. Precisamos nos ajudar mais e nos odiar menos”.