“Não existe barreira para a música baiana no exterior”, comemora Xenia França, em boa fase musical


Com música tema da personagem de Taís Araújo em Aruanas, série da Globo Play, a baiana lançará vinil na Europa, Japão e Estados Unidos.

Xenia França (Foto: Filipa Aurelia)

Xenia França (Foto: Filipa Aurelia)

*Por Fernanda Quevedo

Turnê internacional, faixa tema da personagem de Taís Araújo na série Aruanas, que foi recentemente lançada no Globo Play, Xenia França celebra ótima fase musical. Desde o lançamento do seu primeiro álbum solo em 2017, ela está rodando o país e o mundo com a sonoridade forte e a expressividade características de suas músicas. Para se ter uma ideia, a cantora acaba de voltar de um périplo pela Europa, com show na capital alemã, Berlim, e Estados Unidos, onde se apresentou no Central Park, em Nova York, e nos estados da Pensilvânia e  Texas, participando do SXSW Music, um dos mais importantes festivais do mundo. Eu nunca imaginei que o trabalho traria toda essa repercussão não somente com os fãs do Brasil, mas também no exterior. Quando dei esse pontapé, só pensava em expressar a minha arte. Mas, agora, vejo que todo o esforço investido não foi em vão. Me sinto muito feliz e lisonjeada”, destaca a cantora acerca da internacionalização da sua carreira. Em 2018, a faixa do disco da cantora, “Pra que me chamas”, foi indicada ao Grammy Latino como melhor música de língua portuguesa e o álbum, como o melhor em língua portuguesa.

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Recentemente ela também foi a primeira brasileira a integrar o projeto Colors, um canal no Youtube com mais de 3 milhões de inscritos e que reúne artistas de todas as partes do mundo e de variados estilos e gêneros musicais. Nomes como Jorga Smith e IAMDDB também têm clipes por lá. Outra brasileira que passou a integrar o time, é a conterrânea de Xenia, Luedji Luna. “O Youtube é o que tem de mais contemporâneo em termos de música no mundo. O público que me escuta nos países da Europa, por exemplo, é bastante crítico, mas nem as barreiras linguísticas são capazes de limitar o ressoar da música brasileira no exterior”, destaca a artista. Sobre o projeto, ela complementou: “De alguma forma, o meu trabalho chegou até quem está à frente do Colors, não foi nenhuma indicação. Simplesmente recebi um convite e fui gravar. O lançamento do disco em vinil, a faixa na série Aruana e o Colors são momentos muitos especiais. Eu me sinto cada vez mais inspirada”, destacou a baiana. 

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"O artista não precisa mais sair de Salvador para fazer sucesso", destaca Xenia França.(Foto: Filipa Aurelia)

Xenia França foi indicada em duas categorias no Grammy Latino 2018 (Foto: Filipa Aurelia)

Ao mesmo tempo em que define a fase como um importante momento da sua trajetória artística, Xenia destaca todo o trabalho e a estrutura que ela vem criando em torno da sua música. “Tenho uma equipe que me acompanha, mas gerencio tudo, todas as músicas, agenda e desdobramentos da minha carreira em geral. Me orgulho em fazer parte de uma geração de artistas independentes e empreendedores. Tentamos fazer tudo de forma impecável para que a nossa sensibilidade possa atingir cada vez mais pessoas”, orgulha-se a cantora. Entre os artistas contemporâneos, ela destaca suas conterrâneas Luedji Luna, Larissa Luz e o Baiana System. Temos um caldeirão cultural na Bahia e no Brasil todo e estes artistas mostram que a criatividade de sons, ritmos, vozes e batidas sempre irão ultrapassar as barreiras imposta pela indústria cultural”. 

Xenia França (Foto: Filipa Aurelia)

Outro assunto que a multiprofissional destacou em boa parte da conversa com o Site HT foi a respeito da indústria cultural, que a cada ano com o advento da internet vem modificando a forma de vender e consumir música. “Já faz muito tempo que os músicos não são apenas cantores ou compositores. Eles também produzem, administram finanças, cuidam da comunicação, do figurino e do agenciamento dos shows. Isso sem falar no investimento em pesquisa, que é fundamental para ser mais criativo e inovador. O fluxo natural de todo artista é mostrar a força de sua música. Precisamos de uma cadeia produtiva que possa nos dar suporte e acesso. Quero que o meu trabalho renda empregos. É preciso lembrar que tudo isso é um processo, pois nem todos os produtos são virais”, destaca Xenia, referindo-se à visibilidade digital, um dos elementos mais importantes para a repercussão do trabalho cultural nos tempos da internet, já que para ela, a TV ainda tem muita dificuldade em se abrir para o novo. 

O vinil Xenia França será lançado em agosto e conta com uma nova mixagem, um pouco diferente das músicas que estão nas plataformas digital. Em breve, ela anunciará sua agenda de shows internacionais e mais shows no Brasil.  A cantora também é uma das entrevistadas da nova temporada do “O Som do Vinil”, apresentado por Charles Gavin no Canal Brasil e que inova ao contar a história da música brasileira, a partir dos olhares de mulheres de diferentes estilos e gerações. Elza Soares, Roberta Sá, Letrux e Leny Andrade, são algumas delas.