Autor de clássicos da música brasileira, Nando Reis foi a atração principal do primeiro dia da Arena Banco Original no Rio de Janeiro. O evento, que é promovido pelo Banco Original, reuniu, nessa sexta-feira, no Armazém 3 do Boulevard Olímpico, centenas de pessoas que curtiram a apresentação do cantor que ainda contou com a participação especial de Roberta Campos como convidada. Antes de entoar hits como “Relicário”, “O Segundo Sol” e “All Star” no galpão com capacidade para 3.500 pessoas, Nando Reis conversou com exclusividade com o site HT em seu camarim.
Neste nosso papo, o músico revelou que anualmente segue uma tradição em solo carioca. “A minha relação com a cidade é muito antiga. Eu sempre gostei de gravar no Rio de Janeiro no início do ano. Eu também nasci neste mês de janeiro e acho bacana começar o ano com trabalhos aqui. Então, a cidade já foi palco para muitos shows e discos meus ao longo da minha carreira”, contou o músico antes de subir ao palco para seu primeiro show em 2017.
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Depois da apresentação da noite passada, Nando Reis terá uma agitada trajetória neste novo ano. Em 2017, o cantor irá viajar em turnê com o novo disco, “Jardim-Pomar”, lançado em novembro. Agradecido por ter conseguido concluir um projeto que apresenta 11 músicas inéditas, o cantor reconheceu que 2016 não foi um ano fácil e proveitoso para a cultura no Brasil. “Eu trabalhei durante todo o ano preparando, produzindo e finalizando esse disco. Eu sou um artista independente e, por isso, eu senti que fui menos afetado pela decadência e falência das grandes (gravadoras). Mas eu precisei me organizar e estruturar para isso. No entanto, hoje eu vejo que foi muito importante a realização deste disco, porque é um trabalho em que eu digo o que eu penso e acredito”, analisou.
Sobre essa dificuldade unânime encontrada pela classe artística brasileira em 2016, Nando Reis acredita que sua carreira seja uma exceção no universo cultural brasileiro. Ciente do ano de crise, ela definiu a realização de mais um disco como um paradoxo do cenário musical. “Por mais que a conturbação do mundo interfira no meu trabalho, me atrapalhe e entristeça, eu tive, paradoxalmente, um 2016 muito bom. Muitos projetos ocorreram e eu trabalhei bastante, mas fiz isso sozinho. Eu precisei remar contra a maré e sem dar chances para me abater. Pelo contrário. Eu estava o tempo todo tentando marcar posição como uma forma de mostrar que é possível fazer música em tempos de crise”, argumentou Nando que destacou a importância da arte dos sons em sua vida. “A música é vital para mim e sempre teve uma relação de combate à mediocridade do mundo e à pobreza espiritual”, completou.
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