* Por Junior de Paula
Tiago Iorc já deixou de ser uma revelação da música brasileira há algum tempo para virar uma realidade deliciosa. Depois de emplacar hit após hit nas novelas globais e virar queridinho da turma cool que adora uma sonoridade próxima do folk, ele resolveu que era hora de cair na estrada. Nesta sexta, dia 1 de agosto, o cantor e compositor aterrissa pela primeira vez no palco da Miranda, na Lagoa, com a turnê ‘Voz+Violão’, que já passou por mais de trinta cidades de norte à sul do Brasil. Tudo com lotação esgotada. O formato é sempre o mesmo: Ele e seu violão, interpretando seus maiores sucessos, presentes em três discos lançados desde 2008.
E os sucessos são muitos: Só de hits em novela ele já emplacou nove músicas. Seus vídeos no youtube já somam 20 milhões de visualizações. O formato reduzido desse show (Tiago viaja acompanhado apenas de seu produtor e iluminador) possibilita levá-lo para as regiões mais remotas do país. E a ideia é continuar assim até o fim do ano – ou pelo tempo que der na telha, já que só depende dele. Namorando a atriz Isabelle Drummond há quase um ano, Tiago agora também tem visto sua vida ser acompanhada de perto pela imprensa de celebridade e pelos paparazzi, fazendo com que o sucesso se apresente também de uma forma menos pura. O que ele tá achando disso tudo? Vem ler a entrevista na qual ele fala ao HT sobre isso, sobre os próximos álbuns, a turnê, seu estilo de vida e otras cositas más.
HT: Você nasceu em Brasilia, se mudou pra Curitba, foi pra Londres… De que forma esse inconstância influenciou na sua música? Você consegue identificar essa interferência?
TI: A itinerância me permitiu diferentes olhares e me abriu a percepção. De certa forma, me fez do mundo, e isso acaba diluindo um pouco algumas características mais icônicas. Sou de todos os lugares e, ao mesmo tempo, de lugar nenhum. Às vezes isso me confunde um pouco, pois fico disperso. Mas também me agrada a liberdade de não saber exatamente como será meu próximo disco e também a possibilidade de me reinventar.
HT: Você canta em inglês e em português. O que combina melhor com cada língua? Existe sentimentos que você prefere expressar em uma língua mais do que em outra, ou é independente disso? Aproveitando, conta um pouco do seu processo de composição.
TI: Eu costumava achar que a língua inglesa se encaixava melhor no tipo de música que eu gosto de fazer, mas hoje percebo que essa percepção existiu mais porque isso se tornou usual pra mim. Pensava e escrevia mais em inglês, e desenvolvi meu jeito de compor assim. No disco mais recente, me interessei por escrever também em português e gostei muito. Quero explorar mais isso, encontrar essa fluência na língua portuguesa também. As duas línguas são igualmente lindas e musicais, de formas completamente distintas. Não existe uma que seja melhor para expressar determinado sentimento. É a melodia que determina isso. A melodia manda em tudo e determina o que a música vai ser e em que língua ela vai ser cantada.
HT: Você assiste a novelas? Gosta? Quais suas lembranças mais fortes em relação às novelas – antigas ou recentes?
TI:Quase não assisto televisão e há muito tempo não acompanho uma novela. Quando era mais novo, assistia com minha mãe enquanto ajudava ela a preparar a comida. Ela gostava das novelas das seis, de época. Lembro com carinho de assistirmos juntos “O Cravo e a Rosa” em uma pequenina televisão que ficava na cozinha.
HT: Como foi a turnê pelo país? O que vc descobriu sobre o público brasileiro na estrada?
TI: A turnê tem sido maravilhosa e me emociona saber que o que faço toca a vida de pessoas em tantos lugares. Descobri que o público brasileiro gosta de cantar e de fazer parte, e as músicas em português me conectaram ainda mais com isso. A estrada me despertou para o que se tornou um caminho sem volta: fazer música para celebrar com as pessoas.
HT: Namorar uma atriz reconhecida te coloca sob o holofote também por outras questões alheias ao seu trabalho. Como tem sido pra você ser alvo da curiosidade dos fãs de Isabelle por assuntos que vão além do seu entendimento e da sua intenção?
TI: Na privacidade da minha vida eu já não sou muito de me expor… Poucas são as pessoas com quem realmente divido a minha intimidade. Isso se reflete na minha postura como figura pública. A Isabelle também é assim, e gostamos de ser assim. Sabemos que existe esse interesse, mas não somos movidos nem governados por isso.
HT: Como você chegou a este formato de voz+violão. Foi por estética, praticidade ou para repensar os padrões já estabelecidos?
TI: O violão é meu alicerce fundamental. Foi nele que aprendi a me expressar e é do diálogo com ele que nasce minha música. Gosto muito desse formato, porque expõe sutilezas que só o silêncio e o simples permitem mostrar. E o público também gosta muito, porque ficamos mas próximos.
HT: Já podemos falar algo sobre o disco novo?
TI: Estou compondo e quero muito lançar algo novo. Ainda esse ano devo lançar um single e no final da turnê vou começar a pensar no próximo disco.
* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura
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