Na SPFWN44, Iza anima fashionistas, comenta paixão pela moda e define como ignorância o projeto de lei que visa criminalizar o funk: “As pessoas olham para os ritmos e já os relacionam com classes e questões sociais”


Pela frente, a cantora carioca contou que irá lançar seu novo disco no final de outubro. Depois, os planos a longo prazo de Iza passarão pelas estradas do Brasil. Pelos próximos dois anos, ela contou que deseja viajar por todos os cantos do país levando sua música e emplacando novos sucessos

Para tudo que Iza está na área. Autêntica, cheia de estilo e personalidade, a cantora marcou presença no segundo dia de SPFWN44. Porém, por aqui, a carioca, que é sucesso no Brasil inteiro, não foi brilhar nas passarelas. Em um palco promovido pela Chilli Beans e com curadoria do nosso amado DJ Zé Pedro, Iza fez a trilha sonora de nossa tarde na semana de moda ficar ainda mais gostosa. No palco, a cantora soltou a voz em seus hits que estão na boca da galera e, claro, incendiou os fashionistas de plantão. Por falar nisso, não tem como não associar Iza em meio a maior semana de moda da América Latina ao badalado estilo da cantora. Sobre a sua relação com o cenário fashion, ela nos contou que vê em suas roupas as notas musicais que completam sua melodia. “Figurino é comunicação. A moda para mim também é uma forma de eu me expressar e, por isso, eu a vejo como um argumento. Eu digo que a minha roupa também canta comigo”, contou a cantora que elegeu as grifes Ocksa, À La Garçonne e Patrícia Bonaldi como suas preferidas.

Iza após o show no palco Chilli Beans, na SPFWN44 (Foto: Henrique Fonseca)

Apesar da paixão pela moda, que lhe garantiu algumas visitinhas aos backstages das apresentações de ontem na SPFWN44, Iza esteve na Bienal paulistana para fazer o que sabe de melhor – e a gente ama. Em seu show, a cantora embalou o público com “Te Pegar” e “I Put a Sell on You”, música de Annie Lenox, que ela gravou para a novela “Pega-Pega”. Lá, a carioca se apresentou a convite do DJ Zé Pedro, que assina a curadoria do palco que ainda terá, até o final da programação fashion, atrações como Rico Dalasam e Thassia Reis. Mais que a oportunidade de cantar para o público da SPFW, Iza comemorou o convite ter vindo de um dos nomes mais influentes e respeitados do cenário musical nacional.  “Zé Pedro é um presente na minha vida. É muito legal quando a gente consegue encontrar pessoas na estrada das quais sempre admiramos. Desde o começo eu acompanho e adoro o trabalho dele e, saber que, hoje ele me reconhece e gosta do meu trabalho é um presente. Eu fiquei muito feliz com o convite”, comemorou.

O palco tem curadoria do DJ Zé Pedro (Foto: Henrique Fonseca)

Ainda sobre música, Iza disse que no final de outubro lança seu novo álbum e, a partir daí, arruma as malas com destino aos quatro cantos do Brasil para divulgar seus próximos sucessos. Pelo menos esses são os planos da cantora para os próximos dois anos, já que nos últimos meses ela conheceu seu sonho em versão profissional. “Tem um ano e alguns meses que eu assinei com a gravadora. Ou seja, há um ano eu vivo profissionalmente do meu sonho e cantando sempre para muita gente. É uma realização diária”, contou a carioca que, pela frente, também vem derrubando obstáculos que surgem no caminho da música brasileira. Com seu swing pop-funk, Iza definiu como ignorância o projeto de lei que tramita no Congresso para criminalizar o funk. “O funk é o nosso EDM – sigla que significa Eletronic Dance Music –, um dos ritmos mais originais do Brasil. Eu acho que, infelizmente, as pessoas olham para os ritmos e já os relacionam com classes e questões sociais. Mas o funk é o nosso tesouro. É uma ignorância a gente julgar e olhar com preconceito um ritmo tão rico”, analisou.

Em outubro, Iza lança o próximo trabalho, ainda sem nome (Foto: Henrique Fonseca)

O fato é que, como boa carioca e apaixonada por música, Iza se mantem como defensora e personagem do estilo que tem ganhado cada vez mais vertente pop. Aliás, por falar no Rio de Janeiro, a urbe é vista como o porto-seguro da artista que, apesar de viajar o Brasil, ressalta que mantem suas raízes fincadas na cidade. “O Rio é minha casa, meu porto-seguro e para onde eu sempre quero voltar. Eu fico muito em São Paulo e também preciso viajar bastante. Mas o Rio de Janeiro é o lugar que eu gosto e para onde eu sempre quero estar”, disse a cantora que, embora seja carioca de alma e identidade, tem o Nordeste como geografia da infância. Quando pequena, Iza morava em Natal. “Para mim, a infância tem gosto de lembrança doce. Eu vivi uma época muito abençoada com alegria e saúde. Quando eu era pequena, morava em uma vila militar onde tinham muitas crianças e todas também eram transferidas com as famílias. Então, viramos uma grande família”, lembrou.