Misturando clássicos com novos hits, Morrissey se apresenta no Rio e mostra que o rock ainda tem atitude


O britânico, lenda do rock, levou para o Metropolitan a turnê de seu mais recente disco, “The world peace is none of your business”

Há mais de 28 anos, The Smiths chegava ao fim para a tristeza de grande parte dos amantes do rock britânico nos anos 80. Ainda assim, não foi surpresa para ninguém quando o Metropolitan ficou lotado na noite de ontem (24/11), quando fãs da banda se reuniram para assistir a um show histórico de seu antigo vocalista e principal compositor, Steven Patrick Morrissey, que, aos 56 anos, ainda se conserva como uma das lendas vivas da música mundial.

Após cancelar uma passagem pelo Brasil em 2013, a ansiedade dos fãs de Morrissey para o seu retorno ao país não poderia ser maior. E, logo de cara, ela foi sanada: a setlist já começou com “Suedehead”, o primeiro sucesso da carreira solo do artista, seguida por “Alma matters”, outro clássico de sua empreitada sem a banda. Munido de sua característica teatralidade e da energia inconfundível, que o faziam sair estalando o fio do microfone pelo palco, não havia dúvidas entre os presentes: estava ali um dos maiores e mais autênticos representantes do rock de todos os tempos.

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Claro, o inconformismo e as críticas sociais não abandonaram a personalidade de Morrissey, e se fizeram presentes ao longo de toda a noite, fosse através da sua atitude nos palcos, fosse pelas letras de músicas como “The world is full of crashing bores” e “The Queen is dead”, ou até pelas projeções no backdrop, que ora apresentavam policiais agredindo civis, ora criticava a monarquia britânica.

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O show da turnê de seu mais recente álbum, The world peace is none of your business”, não trouxe muitas alterações se comparado com os outros realizados pela América Latina. Ainda assim, é sempre bom rever um verdadeiro rockstar, com melodias, letras próprias, atitude e talento, características tão ausentes no gênero atualmente. E, quando Morrissey encerrou o show sem camisa, acenando uma camiseta da Seleção Brasileira enquanto criticava a hierarquia do próprio país, os cariocas puderam se sentir privilegiados.

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