Exclusivo: Mart’nália e Moska contam tudo em projeto encabeçado pelo pesquisador Marcus Preto. Vem saber!


Projeto “Trampolim” acontece hoje e amanhã no Oi Futuro de Ipanema. Leia o bate-papo exclusivo com idealizadores do projeto!

Ninguém é fã a toa. Um fã de carteirinha que se preze não vai a um show apenas pela música, mas para ver o que o artista tem a dizer nas entrelinhas. E tem também aquele tipo de seguidor conceitual que ainda quer ver o que seu ídolo tem a dizer sobre a música brasileira, seus caminhos, suas formas de ingressar na cultura brasileira. Foi o que inspirou o jornalista e pesquisador musical Marcus Preto na realização do Projeto Trampolim, com a curadoria da jornalista Fabiane Pereira, da Valentina Comunicação. Na estréia da sua temporada 2014 no Oi Futuro de Ipanema, hoje e amanhã, Mart’nália e Paulinho Moska, respectivamente, serão entrevistados por Preto.

O projeto visa abrir portas para  o debate, depoimentos, conversas e entrevistas com grandes criadores e estudiosos dedicados à nossa música, discutindo sua influência em nossa cultura. O principal objetivo, segundo a dupla no front é estreitar a relação do público com a história e a atualidade da música popular brasileira. Hoje, a cantora Mart’nália, sambista desde o berço, é a atração maior do projeto. Com seus  pais, Martinho da Vila e Anália, sempre frequentou as rodas de samba de Vila Isabel, Bonsucesso, River e Madureira, desde a mais tenra idade. E assim se apaixonou pela música.  A sambista tem nove discos lançados, três DVD’s e é um dos nomes mais respeitados do gênero musical mais popular do Brasil. Nesta edição do Trampolim, ela conta seus causos e ainda aproveita para cantarolar alguns de seus sucessos.

Já na quarta, dia 4 de junho, é a vez do projeto receber o cantor e compositor Paulinho Moska. O bate papo será em torno dos seus vinte anos de carreira solo. No formatinho voz e violão, Moska também vai cantar aqueles sucessos que o consagraram como um dos artistas mais respeitados da MPB. A conversa musical gira em torno das histórias de algumas canções conhecidas do grande público, justo as que foram trampolim para o seu sucesso. Para falar sobre todos estes bafos, Fabiane Pereira e Marcus Preto contam tudo em prévia generosa para a gente. Vem ver! Preto é jornalista e cobre música braileira desde 2001. Ele escreveu em revistas e jornais como “Rolling Stone”, “Bravo!”, “MTV”, “Época”, “Trip” e “Folha de S.Paulo”. Atualmente, faz a curadoria do site www.musicadebolso.com.br e escreve a biografia do cantor Tom Zé.

Leia a entrevista com a dupla de criadores!

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HT: O que podemos esperar para estes shows, o que acontece?

Preto: Muitas histórias. As carreiras dos dois são especialmente ricas e longas. Mart’nália gravou o primeiro álbum ainda na era do LP, nos anos 1980, coisa que pouca gente sabe. E tem um histórico familiar que engrandece ainda mais uma conversa como essa. O Moska também começou nos anos 1980, com os Inimigos do Rei, banda que fez um sucesso estrondoso. E seguiu em carreira solo – fazendo milhões de coisas além dos discos e shows – desde o comecinho dos 1990, em construção cuidadosa e artesanal, pedrinha por pedrinha. Cada passo que eles deram rendeu canções lindas e histórias idem.

Fabiane: Além da parceria de ambos que será abordada, dos dois terem começado na década de 1980 e recomeçado nos anos 1990, tanto a Mart’nália quanto o Moska são ‘proseadores’ bem-humorados. Então o papo será afetivo, musical e cheio de humor. Além disso, o nome do projeto foi dado pelo próprio Moska. Numa conversa informal, disse a ele que estava, junto com o Preto, buscando um nome para um projeto com características de ‘conversa musicada’ com grandes nomes da nossa música, ele sugeriu TRAMPOLIM e assim batizamos o projeto.

HT: A conversa vai ser em torno da vida do artista ou da sua sua contribuição na MPB?

Preto e Fabiane: As duas coisas se misturam o tempo todo, essa é a graça! Mas a ideia é partir das canções para chegar na biografia. E, principalmente, no cruzamento dessas duas coisas. O nome do projeto TRAMPOLIM veio após o conceito do mesmo que é: ‘tentar explicar os caminhos, as canções e as composições que foram o ‘trampolim’ pro sucesso do artista’.

HT: Serão histórias mescladas com música?

Preto: Sim! As músicas e suas histórias. As musas das músicas. O tempo em que elas foram feitas. Os causos. A repercussão. O que o passar dos anos fez com elas. Tudo rende assunto e pode ser divertido.

HT: Este formato é uma tendência?

Fabiane: Não sei. Sinceramente conheço poucos projetos como o TRAMPOLIM, desses que permeiam música e conversa. Ou é essencialmente música/show ou nitidamente um bate-papo/palestra. O TRAMPOLIM tenta estreitar a relação do público com seu artista preferido de modo que ele entenda o processo de composição do artista e de sua obra. Por isso, buscamos realizá-lo em locais cuja proximidade do público com o palco seja grande. Queremos que a plateia fique perto do artista. É bom para todo mundo: artista e público.

HT: Faz sucesso com os presentes?

Preto: Fiz uma apresentação parecida com o Moska em São Paulo. E, a certa altura, o papo ficou tão confessional que eu, como jornalista, tive que me controlar pra não cair no choro. Olhei pra plateia e era todo mundo com lencinho na mão. Uma catarse. Todo mundo tocado com as histórias dele. Em outros casos, são as gargalhadas que dominam a apresentação. Posso apostar que com a Mart’nália vai ser assim.

Fabiane: Estava na plateia desta apresentação do Moska citada pelo Marcus Preto e posso garantir que foi emocionante. Tenho certeza de que quem for ao Oi Futuro de Ipanema nesta terça-feira e nesta quarta voltará para casa muito mais fã do artista, porque se tornará também fã do cidadão.

HT: Como vocês selecionam os músicos para este projeto, vão atrás de gente que gosta de contar suas experiências ou de nomes que já sabem que têm histórias interessantes?

Preto: A curadoria é da Fabi, então deixo com ela essa resposta.

Fabiane: Vou atrás de artistas que admiro, de artistas que percebo que têm alma, que gostam de estreitar a relação com seu público. Vou atrás de grandes histórias por trás de grandes canções. E, claro, tenho vários nomes que tenho certeza (ariano é um ser otimista.) estarão no TRAMPOLIM um dia, entre eles, Marisa Monte e Erasmo Carlos.

HT: Além de ouvir as músicas, os fãs sempre querem saber mais da vida do artista, de ouvir sua opinião?

Preto: Sem dúvida. E cruzar as duas coisas – as músicas e a opinião – é sempre muito rico. E, depois disso, ninguém mais ouve aquela música do mesmo jeito. O mundo fica maior.

Fabiane: Os fãs se surpreendem. Muitas canções que achamos terem sido feitas, por exemplo, para um grande amor, foi feita para a filha recém-nascida do vizinho…rs… É esta a magia do TRAMPOLIM, as histórias por trás das inspirações.