Marcia Castro lança single ‘Arco-íris do amor’ com Margareth Menezes e fala de liberdade: “Conquistada a duras penas”


“É uma canção festiva, alegre, que fala de amar e liberdade”, explica, em entrevista exclusiva. “Ela fala, de um jeito lúdico, de liberdades tão essenciais e tão ameaçadas. É uma mensagem de força, de alegria e de resistência. Para mostrar que estamos atentos e firmes”, acrescenta

*Por Karina Kuperman

A cantora Marcia Castro lançou o single “Arco-Íris do amor“, primeira música do álbum “AXÉ” e que o inicia com o pé direito. Isso porque a convidada é ninguém menos do que Margareth Menezes. “Ela é expressão máxima da música baiana. Fazer um disco chamado ‘AXÉ‘, reverenciando as vozes femininas do gênero, não poderia deixar de ter  Maga. Já nos conhecemos há algum tempo, mas nunca fizemos uma música. Agora aconteceu. É uma canção festiva, alegre, que fala de amar e liberdade”, explica, em entrevista exclusiva. “Ela fala, de um jeito lúdico, de liberdades tão essenciais e tão ameaçadas. É uma mensagem de força, de alegria e de resistência. Para mostrar que estamos atentos e firmes”, acrescenta.

Margareth Menezes e Marcia Castro (Foto: Nanda Lirios)

De fato, a letra exalta as liberdades – sejam elas afetivas, sexuais, de expressão ou pensamento – no carnaval ou fora dele. “É muito importante falar disso porque são liberdades essenciais, conquistadas a duras penas por tantos movimentos. Esse é meu modo de manifestar na afirmação dessas liberdades”, ressalta, referindo-se à campanha de abstinência sexual. “Quando veio essa história da abstinência, tivemos a absoluta certeza de que escolhemos a música certa para lançar no momento certo”, afirma. Então a arte deve falar de política? “Acho que, se for uma necessidade do artista, claro que sim. A arte deve falar da alma do artista. É esse sentimento que chega nas pessoas”.

Claro que falar de liberdade também requer cautela. Isso porque a liberdade de uma pessoa termina quando ela fere a de outra. Em tempos de feminismo e campanhas contra o assédio, é importante deixar isso claro. “Liberdade já deveria vir acompanhada do conceito de ética. Isso traria todos os limites necessários para uma sociedade mais sadia”, analisa a cantora, que se considera feminista. “Cresci em um lar feminista, minha mãe sempre foi a matriarca. Me ensinou tudo sobre autonomia. Meu pai sempre me ensinou sobre liberdade. Numa sociedade tão machista vamos absorvendo pensamentos e ações distorcidas. Estamos todos reaprendendo a entender o mundo a partir da mulher. Em meio a tanta crise é um momento muito bonito de extremo crescimento. O espaço que reservo para isso é nas minhas práticas diárias e na minha música. Desse modo que sou mais eficaz”, garante.

Marcia Castro (Foto: Nanda Lirios)

Além de “Arco-Íris do amor“, o álbum “AXÉ”, que será lançado em abril, vem recheado. “É um disco inédito inspirado na música baiana dos anos 90. Com participação de amigas cantoras que admiro e fazem parte de minhas referências musicais. Um disco solar, alegre, otimista, como sou. Revela o lugar onde nasci, meu lugar de força”, adianta. Mal podemos esperar para ouvir.