DJ e produtor italiano radicado na Alemanha, Andrea Ferlinn se apresenta pela primeira vez no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (4), na boate Fosfobox, no coração de Copacabana, na Zona Sul da urbe, em mais uma edição da festa 4Finest Ears, produzida por Juliano Serpa, agitador da cena underground carioca. Fundador da label Sleep is Commercial — que não se limita a música e também flerta com arte e moda— desde 2008 a Sleep é um dos principais eventos da noite de Berlim. “Já fiz turnê na América do Sul, mas nunca estive no Brasil. A expectativa para tocar no Rio é grande, mal posso esperar. A cena eletrônica brasileira tem crescido muito rápido, com grandes talentos”, diz ele em entrevista ao HT. Andrea, para se ter uma ideia, é parceiro de nomes hypados da noite europeia como Richie Hawtin e Marco Carola.
Ferlinn se interessou pelo eletrônico no final dos anos 90, quando ainda adolescente, nas férias escolares, se apresentava em boates na região da Sardenha, na Itália. Foi aí que surgiu a paixão pelos vinis — não por acaso em 2013 ele lançou um projeto chamado Fedon, com direito a músicas tocadas no bom e velho vinil. No ano seguinte, o remix de uma música sua, em parceria com Ion Ludwig, foi uma das mais tocadas no verão europeu. “Me preparo para entrar em estúdio ainda neste semestre, para lançar um novo trabalho em breve”, adianta ele, que volta e meia se apresenta na lendária no Circoloco, em Ibiza, no leste espanhol. Andrea é um daqueles nomes que impulsionam a música eletrônica a outro patamar, sempre adiante. Vale ouvi-lo:
HT: Seu interesse vai além da música e a Sleep is Commercial também trata de moda e arte. Como funciona?
AF: Sleep is Commercial nasceu como um selo de música eletrônica. Mas logo de cara vimos que quem nos cercava também trabalhava em projetos em diferentes áreas artísticas, como fotografia e moda. Nosso envolvimento em projetos assim se deu de forma natural e espontânea. É isso que o torna tão especial para mim. Me orgulho de, ao longo dos anos, conseguirmos criar o som e a estética do selo através desses movimentos artísticos.
HT: Como o eletrônico entrou na sua vida?
AF: Comprei meus primeiros álbuns em 1991 e comecei a tocar em clubes em 1994. Sempre me senti mais atraído pelo techno do que pelo house, mas acho que é bom para um DJ explorar vários gêneros musicais se isso faz parte de uma pesquisa a respeito do som clubber. Não gosto da ideia de que isso ocorra por causa de necessidades de mercado. Não gosto de forma alguma de música comercial, e não acho que o comercial contribua e ajude a trazer pessoas para a nossa cena.
HT: Seu estilo então é para os já inciados no underground?
AF: Não acho que ele seja mais complexo do que outros gêneros de música eletrônica ou que agrade apenas aos ouvidos mais treinados. Para mim é algo praticamente instintivo, cada um sente a música de forma diferente e nenhuma experiência é necessária. A dica é se jogar numa pista onde a qualidade do som seja excelente, fechar os olhos e se deixar levar.
HT: Como está se preparando para tocar aqui?
AF: Vai ser minha primeira vez no Brasil e eu estou muito entusiasmado. Já fiz turnê na América do Sul, mas não tive a chance de conhecer o país. Aguardo ansioso por longas horas de groove e música para viajar.
HT: O que o público carioca pode esperar da sua apresentação?
AF: Estou muito curioso em ver como as pessoas vão reagir a esse tipo de música menos comercial que eu toco. Já ouvi falar muito sobre o Brasil e sua cena eletrônica, mal posso esperar para ver com meus próprios olhos.
Serviço
4Finest Ears
Quando: sexta-feira, 4 de março, às 23h30
Line Up: Andrea Ferlinn ( Sleep is Commercial), Manara – Domina / residente e Πollanda- 4Finest Ears / residente
Local: Fosfobox (Rua Siqueira Campos, nº 43 / Copacabana)
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