Luísa Sonza lança programa: ‘O ‘amor da minha vida’ é o trabalho, ninguém nunca me tirou e nem vai tirar isso’

*Por Brunna Condini

Na conversa para lançar seu programa no Multishow, ‘Prazer, Luísa‘, que estreia neste sábado (7), Luísa Sonza no sofá de sua casa, com sua cachorrinha, até poderia parecer uma menina comum. Não fosse pela produção e atenção do momento. Um dos maiores nomes do pop no Brasil, a cantora vem ganhando cada vez mais espaço desde que lançou seu álbum ‘Doce 22’, que conquistou o posto de melhor estreia semanal de álbum no Spotify Brasil e segue há duas semanas entre os álbuns mais escutados do mundo. O trabalho novo mostra uma Luísa nas letras das canções que deseja contar sua própria história, mostrando coragem para superar todos os ataques que vem sofrendo desde que se separou de Whindersson Nunes.

Na atração, a cantora vai abrir sua intimidade e compartilhar o processo de construção musical do álbum, que é resultado das experiências pessoais e profissionais da artista no último ano, enquanto tinha apenas 22 anos – o que inclui uma separação muito exposta, ofensas online e diversas fake news envolvendo seu nome. Luísa responde aos haters com arte e letras certeiras. “Ser compreendida e ser amada é tudo que um ser humano quer, independente da área. Como artista, meu trabalho só existe, se tiver alguém para escutar, então, conseguir isso é surreal. Uma sensação única. Devo tudo aos fãs do meu trabalho. Vivi minha vida pra isso. O ‘amor da minha vida’ é o trabalho, ninguém nunca me tirou e nem vai tirar isso. E ser amada pelo ‘amor da minha vida’, é gratificante demais”, diz a cantora, que namora Vitão.

“Ser compreendida e ser amada, é tudo que um ser humano quer, independente da área. Como artista, meu trabalho só existe, se tiver alguém para escutar, então, conseguir isso, é surreal” (Reprodução)

“Vou mostrar o processo de criação do álbum novo e tem muito babado, muita zoeira no programa. É leve, não quis falar do lado ruim do que estamos vivenciando. Está tudo tão pesado no país… não vou chorar em frente às câmeras, não esperem isso. Teve papo sério, mas com leveza. As pessoas já sabem minhas dificuldades, o que estou vivendo, então quero que o programa seja com conversas legais. Ver isso acontecendo deu uma sensação assim: cheguei a um lugar. Minha música também. É um sentimento de estar no caminho certo. Sempre sonhei com isso e muito mais”, completa a artista, que vai estar diante das câmeras contando com o auxílio da influenciadora Pequena Lo nos cinco episódios, que vão ao ar todos os sábados, às 20h. “O nome da Pequena Lo veio logo. Amo o trabalho dela. Até por eu ser super enrolada na minha fala, como vocês devem estar vendo nesta entrevista (risos), e Lo é certeira. É uma honra tê-la no programa”.

“O nome da Pequena Lo veio logo para mim, amo o trabalho dela. Até por eu ser super enrolada na minha fala, como vocês devem estar vendo nesta entrevista (risos), e Lo é certeira” (Foto: Felipe Gomes/ Multishow)

Nos quatro primeiros episódios, Luísa vai receber Dilsinho, Lulu Santos, Jão e Pocah para falar de amor, relacionamentos na mídia, liberdade e sexualidade, amizade, feminismo e sororidade, cancelamento e hates, mas sempre com a música como protagonista, como ela faz questão de frisar: “Foram muitas experiências incríveis no álbum e busquei muito essa voz, trabalhei para isso acontecer. Então não acho que estou apresentadora, entrevistadora, bati um papo com os convidados, mas relaxado, porque são nos momentos em que estou no palco, que me sinto feliz e completa. Estou ansiosa para que o público veja os musicais. Vou cantar músicas minhas e covers que signifiquem algo para mim, tudo no pop”, conta, empolgada. E avalia como se saiu na versão apresentadora: “O Dilsinho, que está no primeiro episódio e é muito meu amigo, acabou sendo prejudicado (risos), acabei atrapalhando ele em várias respostas, até porque já sabia muitas delas (risos) . Até pedi para ‘mutar ‘meu microfone, porque era inevitável ficar comentando. Mas o papo foi muito bom. Eu e a Pequena Lo ficamos melhores amigas, real, nos falamos todo dia. Tomara que nos próximos episódios eu possa atrapalhar menos os entrevistados e seja mais apresentadora”.

Luísa e Dilsinho na atração: “Ele é muito meu amigo, acabou sendo prejudicado. Atrapalhei ele em várias respostas, até porque já sabia muitas delas. Até pedi para ‘mutar ‘meu microfone” (Foto: Felipe Gomes/ Multishow)

Apesar de expor e falar abertamente do que sente e pensa, Luísa também tem estado atenta. “Não me expus totalmente, tentei cuidar. Era meu programa e eu queria que fosse bom. Mas, por exemplo, é bom chegar em um ponto da carreira que posso fazer uma música para os haters, é bem legal. E é bom ver que as pessoas resolveram entender o que estou dizendo”. Ainda sente que as pessoas não te conhecem direito? “Depois do ‘Doce 22’ me coloquei mais vulnerável, deixei as pessoas me conhecerem melhor. Antes tinha algo de canceriana, de me proteger muito. Também por ter que me mostrar muito forte desde o início da minha carreira, pelas razões que nem preciso listar aqui. É muito doido tudo que aconteceu na minha vida. Preciso ainda assimilar, cuidar das sequelas, mas sinto hoje mais carinho e entendimento das pessoas”.

“Depois do ‘Doce 22’ me coloquei mais vulnerável, deixei as pessoas me conhecerem melhor. Antes tinha uma coisa mais canceriana, de me proteger muito” (Foto: Felipe Gomes/ Multishow)

E admite que suas composições também têm tido um papel quase terapêutico em sua jornada de autoconhecimento. “Sempre falei da minha vida nas músicas, mas tive que criar uma estratégia para chegar aqui. Não conseguiria colocar ‘Penhasco’ ( a música é um desabafo, uma carta aberta de Luísa sobre o término de seu casamento) ou uma ‘Interesseira’ (nela a cantora aborda a forte onda de ataques que viveu depois do fim de seu casamento com o Whindersson ) num top 2 do Spotify antes. Sempre pensei que gostaria que o Brasil me visse uma potência. Depois, como uma potência e uma grande artista. Porque você vai criando um interesse nas pessoas e elas vão reparando no que você diz. Na verdade, sempre fiz músicas pessoais, mas ainda não estava tão preparada com artista e pessoa. E também para ser diretora musical, roteirista, comandar uma equipe. Evolui muito bancar isso”, analisa a cantora. “É só o começo e tenho 23 anos. E quero cada vez mais ser a narradora e dona da minha própria vida. Já deixei a sociedade, as pessoas fazerem isso, não deixo mais. Peguei as rédeas da minha vida”.

A vida da artista continua despertando interesse dos quase 24 milhões de seguidores no Instagram, mas focada em consolidar a carreira com direcionamento no discurso e boas parcerias, entre elas com as amigas Pabllo Vittar e Anitta em ‘Modo Turbo’, o clipe mais caro produzido por aqui, orçado em R$ 1,5 milhão, Luísa vem se firmando também como mulher potente. “Tenho dificuldade de abrir minha intimidade em frente às câmeras. Nem preciso falar os traumas que tenho em relação a isso, nem gosto muito de falar desse assunto, porque fico desconfortável, tenho medo do que as pessoas vão falar quando mostro muito, claro. Acho que sou diferente no palco e como pessoa. Talvez menos depois de ‘Doce 22’, porque agora se estou bem, ok, se estou mal, ok também. Na verdade, misturo um pouco, porque só tenho 23 anos, ainda estou me descobrindo. Posso te dizer, que no palco crio uma persona, pra performar, até porque sou super na minha, caseira. Não é porque estou catando ‘Modo Turbo’, por exemplo, que está tudo bem na minha vida, e estou só pensando que minha ‘sentada é de outro mundo’ (risos)”, revela. “Entendi que mostrando a minha vulnerabilidade, algumas pessoas passam a entender a gravidade que é ser falar coisas ruins e atacar nas redes sociais, sabe? Justamente por isso eu quis mostrar o lado de cá”.

“Tenho dificuldade de abrir minha intimidade em frente às câmeras. Nem preciso falar os traumas que tenho em relação a isso, tenho medo do que as pessoas vão falar quando mostro muito, claro” (Foto: Felipe Gomes/ Multishow)

A cantora afirma que apesar dos seus projetos acontecerem ‘na velocidade da luz’, sem muito tempo para preparação, amou o resultado da atração e já deseja mais. “Gravamos em cinco dias, praticamente sem dormir, não que geralmente eu durma muito (risos), mas queria ter recebido minhas amigas Anitta, Lexa, Pabllo, a Ludmilla , por exemplo, só que nenhuma conseguiu participar nos dias disponíveis para gravar, o cronograma estava apertado. quero uma segunda temporada para que elas possam ir, porque tem tudo a ver”, planeja. “Também desejo fazer um ‘Luiza Versões’. Neste programa fiquei mais no pop, mas amo o sertanejo e o rock, e ainda não tive oportunidade de fazer esses estilos”.

Luísa também entrega que se jogou sem medo de ser feliz na nova empreitada e revela o único momento em que pintou um ‘medinho’: “Foi quando entrevistei o Lulu Santos, mais por conta da responsa grande. Até fiquei pensando se a galera ia ficar julgando, porque tratei todos como amigos, mas não carreguei o peso de ser apresentadora. Sempre vou ser a cantora. Se tiver que pular de paraquedas para fazer algo relacionado à música, faço. No momento da minha carreira, não me vejo fazendo algo não relacionado à música. Sou uma cantora apresentando. O Multishow me deu o horário nobre e me deixou muito à vontade para fazer como eu quisesse e como apresentadora sou formada em TVZ (programa musical do canal). Agarro as oportunidades, não fico pensando se estou com medo ou não de algo. Só vou. Se fiquei apreensiva, foi de não entregar o melhor, porque estava no meio de um álbum, mas acho que consegui”.

“Fiquei com um ‘medinho’ quando entrevistei o Lulu Santos, mais por conta da responsa. Até fiquei pensando se a galera ia ficar julgando porque tratei todos como amigos. Mas não carreguei o peso de ser apresentadora” (Foto: Felipe Gomes/ Multishow)