*Por Rafael Moura
Depois de lançar o single ‘Rainha da Favela’ e estrear no top 10 do Spotify Brasil, e mais de dez milhões de views no Youtube, a cantora Ludmilla sacudiu a internet depois de contar em uma live que encontrou Deus e que em breve irá gravar hinos exaltando esse seu amor. “Meu coração começou a sentir que eu precisava conhecer Deus”, revelou. E acrescenta: “Muitas igrejas condenam pessoas de religiões diferentes e como não queria ‘recadinho’ fui conversar direto com Deus, então fui em um culto e achei maravilhoso. Na semana seguinte, eu quis compartilhar essa emoção com meus amigos e levei todos, mas fiquei em choque porque o pastor fez uma pregação altamente preconceituosas e todos os fiéis olhando para nós. Eu me questionei muito: Deus não é isso”.
A artist,a no mês de agosto, em comemoração dos seus 25 anos, mostrou sua versatilidade como cantora, desta vez com o pagode, com o lançamento do disco ‘Numanice’. “Meu ex-padrasto era pagodeiro e eu sempre ia com ele pro samba. Comecei cantando pagode, depois é que eu conheci o funk”, conta. Em duas das músicas do EP, ‘Amor difícil’ e ‘Cheiro bom do seu cabelo’, Lud adota o ponto de vista de uma mulher que ama outra mulher. “Fiz duas músicas que são cantadas para mulheres”, ressalta.
Lud montou em sua casa a Big Célula, um encontro para compartilhar a fé, e palavra e os estudos bíblicos. A intenção é unir a música, a fé, amor e inspiração. “Toda vez que eu faço algo maneiro tem sempre alguém querendo me boicotar, me botar pra baixo. O povo sempre vai me atacar e dizer que não sou merecedora do que tenho conquistado. Tem dois mandamentos que eu acredito muito: ame ao seu Deus acima de tudo; e ame o seu próximo como se fosse a si mesmo. Quando eu comecei a compartilhar esse meu amor por Deus saíram muitas matérias tendenciosas para me julgar. As pessoas que julgam os outros não têm Deus no coração”, frisa.
Na última semana, a cantora lançou um documentário em seu Instagram para homenagear as mulheres que vivem nas comunidades espalhadas pelo Brasil. “Neste projeto como um todo o meu desejo é mostrar as rainhas da favela da vida real, aquelas que enfrentam várias adversidades, sustentam suas casas, vivem em áreas conflagradas e ainda assim, enxergam o lado bom da vida e abraçam cada oportunidade”, diz Ludmilla.
Para o documentário, a equipe da artista visitou comunidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Assim como o clipe, que homenageia as precursoras do funk com a participação especial de Tati Quebra Barraco, Valesca Popozuda, MC Carol de Niterói e MC Kátia A Fiel, o doc também vai falar sobre o poder da mulher preta periférica. “Tantas portas foram abertas graças a estas mulheres maravilhosas. Eu não posso negar que isso também me ajudou a escancarar tantas outras. Logo, quis mostrar para o público quem são as minhas rainhas”, afirma Lud.
A diva do funk conseguiu um fato inédito, unir as mulheres nesse, algo que os homens do movimento já faziam, trazendo a sororidade para a cena. “Ah! Eu fiquei muito feliz em poder fazer essa reunião. Elas são verdadeiros ícones, mulheres precursoras dentro do funk, rainhas mesmo. Espero que o público tenha ficado tão feliz quanto nós em poder fazer esse trabalho juntas. Eu quis mostrar para a minha geração quem chegou antes de mim e abriu muitas portas pra que eu fosse a Ludmilla de hoje”, agradece.
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