Longe de sintetizadores e com influências que vão de Bob Dylan a Elvis, projeto Beef abre show de Jake Bugg e oferece folk do bom!


Projeto do carioca Alexandre Marchi abre show do country de Jake Bugg no Citibank Hall nesta sexta-feira (28/11), no Rio

*Por André Suísso

Com show no Rio de Janeiro marcado para a próxima sexta-feira (28), depois de apresentações em Curitiba e São Paulo, Jake Bugg arrastará para o Citibank Hall fãs do bom e velho folk – e para a abertura conta com um projeto que também merece atenção dos apreciadores do poderoso combo voz e violão: o Beef. HT conta um pouco mais sobre o som do carioca Alexandre Marchi, que faz parte da pequena parcela de novos músicos que produzem longe de autotunes e sintetizadores.

O Beef, nome que veio de um apelido dado por amigos e que acabou encaixando no conceito musical, foi lançado junto com o primeiro EP “Blessed With Holy Whiskey”, no qual Alexandre apresenta quatro músicas autorais, incluindo faixa com tema homônimo do álbum, todas trazendo suas fortes referências de música folk, blues e country. “Do time do country tenho referências de Johnny Cash, Willie Nelson, Hank Williams. Outros também entram na lista, como Bob Dylan, Tom Waits, Ray Charles, Elvis Presley e mais atuais como Chuck Ragan e The Devil Makes Three“, conta sobre suas “fontes”.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Fruto de um cenário de rock pesado, no qual ainda não abre mão e atua com o Barizon – banda em que deixa de lado o violão para assumir o vocal mais rasgado que de costume –, ele explica também da vontade de fazer música mais crua: “Eu quis começar da forma mais rústica possível! O que já vi grandes produtores e artistas experientes falando, e com o que concordo cada vez mais, é que a melhor forma de aprender a compor é o fazendo da forma mais crua possível. Se a música funciona no violão ou no piano, tem todos os caminhos abertos pra você seguir e produzir como quiser acrescentando elementos e dando a sua cara ao trabalho”.

Mesmo com a máxima de uma música mais crua, Marchi prova que batidas também podem conversar com o projeto, apresentando uma versão remix da faixa “Whole Night Through” produzida pelo DJ Manara, outro nome promissor do cenário musical do Rio de Janeiro. Sem parar de produzir, já adiantando que tem na manga dez novas músicas, o cantor conta que a vontade de trazer novas parcerias com a cena eletrônica continua.

Para dar corpo aos shows, nos quais é acompanhado por Ricardo Nogueira na guitarra e na segunda voz, as músicas autorais são alternadas com alguns covers, entre eles de artistas já citados, como Johnny Cash, que ganha versão de “Folsom Prison Blues” e Ray Charles, com “Unchain My Heart”.

Alexandre Marchi e Ricardo Nogueira (Foto: Raom Ferreira)

Alexandre Marchi e Ricardo Nogueira (Foto: Raom Ferreira)

Sobre abrir para Jake Bugg, primeiro show em grandes proporções do cantor – acostumado com sessões intimistas em casas cariocas como o “Saloon”, hot spot dos apreciadores do clima rocker folk oferecido pela casa em Botafogo –, disse: “Vai ser uma oportunidade ótima para mostrar nosso som para um público maior e ainda conhecer o Bugg. Tenho curtido bastante o som dele, acho bem produzido, mas sem exageros, mantendo em várias faixas uma pegada bem raiz de folk e blues”.

Clique aqui para conferir na integra o EP “Blessed With Holy Whiskey”, que ganhou referência da bebida preferida de Alexandre Barbosa, ou o Beef.