Semana de lançamentos musicais animados para as mulheres: enquanto Nicki Minaj se une a Robin Thicke em faixa dançante, Meryl Streep mostra seu lado roqueira para o filme “Ricki and the flash”, com direito a cover de Lady Gaga e tudo, enquanto a própria canta emocionada sobre abuso sexual na vazada “‘Till it happens to you”. Falando em músicas que chegaram à internet antes da hora, Lana Del Rey mostra seu lado independente em “High by the beach”, o primeiro single oficial do novo álbum, dias depois de Alice Caymmi lançar o videoclipe para “Antes de tudo”. Confira os outros destaques abaixo:
– Lana Del Rey, “High by the beach”: enquanto “Honeymoon” foi apenas uma música de divulgação, o primeiro single do novo disco, que estava programado para ser lançado na segunda-feira, chegou à internet na madrugada deste sábado. Nele, é possível notar como Lana evoluiu, sem perder sua identidade: a música flerta com batidas mais eletrônicas, trazendo um certo psicodelismo que já aparecia timidamente em “Ultraviolence”, mas com os mesmos vocais célebres. Aqui, alguns de seus maiores críticos talvez finalmente consigam encontrar mais pontos positivos na obra da artista: “High by the beach” traz um toque de feminismo quando ela diz que não precisa do dinheiro do amado para nada e, cheio de autorreferências a músicas antigas da cantora (como o desejo do estrelato de “Put me in a movie” e seu amante cubano de “West Coast”), há algo que indica um conforto maior de Lana em sua própria pele, e uma independência emocional dos dramas que assombravam seu trabalho anterior. Aqui, ela ouve sua musa Marilyn Monroe e abandona, antes de ser abandonada.
Lana Del Rey – “Honeymoon”
A grande ironia é que, dessa vez, Lana Del Rey pode até estar cantando sobre um relacionamento fracassado, mas agora não é algo que a entristeça a ponto de ficar eternamente melancólica. Desde a maneira como entoa o refrão e destaca cada sílaba dos versos, bebendo na fonte do hip hop da mesma forma que fez em seu disco de estreia, “Born To Die”, às batidas contemplativas que podem tornar este no primeiro single com produção original que caiba em uma pista de dança, passando por frases como “A verdade é que eu nunca acreditei nas suas m&%$” e “Você pode ser um filho da p%$@ do mal, mas isso não te torna um homem”, Lana está muito bem, obrigado.
– Alice Caymmi, “Antes de tudo”: falando em vozes singulares, Alice lançou nesta semana o vídeo de “Antes de tudo”, faixa composta pela própria e parte do álbum “Rainha dos Raios”. Dirigida por Martin Toro, a produção mostra perfeitamente o lado dramático e a habilidade de Alice como atriz, em meio a um cenário que vai se desintegrando, através dos bugs intencionais no vídeo, que o tornam ainda mais interessante.
– Meryl Streep, “Cold One”: esta é uma das poucas faixas originais de “Ricki and the flash”, novo filme de Meryl Streep com roteiro de Diablo Cody (“Juno”, 2007). Na pele da roqueira que abandona a própria família para cair na estrada, com a voz rouca e meio similar à da atual Stevie Nicks, Meryl prova que seu poder da metamorfose alcança até as cordas vocais. Apesar de a música ser boa (mas não instigante), o que realmente fez barulho durante a semana foi o cover da atriz para “Bad Romance”, de Lady Gaga, que você ouve abaixo:
– Robin Thicke feat. Nicki Minaj, “Back Together”: o que você faz quando o mundo inteiro te considera um babaca após culpar seu compositor por um processo e trair publicamente sua esposa? Convida alguém com a carreira intacta e lança uma música para balada. Melhor ainda se essa pessoa for Nicki Minaj, que consegue transformar quase tudo em ouro. Apesar de dançante, divertida e alegre, com clara influência de Michael Jackson e parecendo uma versão copiada de “Treasure”, do Bruno Mars, a faixa tem uma missão e tanta pela frente: aumentar novamente a popularidade de seu artista.
– Calvin Harris feat. Disciple, “How deep is your love”: pegando emprestado uma das amigas da namorada, no caso a modelo Gigi Hadid, Calvin Harris continua a tradição de videoclipes da música eletrônica durante o verão, e lança uma produção que traz mais do mesmo – mulheres lindas no mar, à beira da piscina, dançando alucinada etc. -, sem nada demais, há não ser pela participação especial da modelo e seu cabelo sempre impecável. De qualquer forma, a iniciativa deve servir para consolidar mais um hit do produtor e DJ britânico.
– Lady Gaga, “‘Til it happens to you”: continuando o plano de reestruturação de imagem, Lady Gaga solta a voz no áudio vazado da faixa que foi composta em parceria com a lendária Diane Warren, especialmente para o documentário “The Hunting Ground”, que fala sobre a onda de estupros em universidades norte-americanas. É impossível não notar a emoção na voz de Gaga ao cantar versos como “Até que aconteça com você, você não saberá como eu me sinto/ Até que aconteça com você, você não saberá, não será real”, já que a própria disse em ocasiões passadas que foi vítima de abuso sexual. Com violinos e um piano poderoso, a artista prova, mais uma vez, que sua voz é capaz de suportar qualquer gênero musical.
– Dr. Dre, “Compton”: após 16 anos, o rapper volta com um disco exclusivo no serviço da Apple Music, com participações de Kendrick Lamar, Snoop Dogg, Eminem, Justus e muitos outros nomes que misturam lendas, sangue novo e artistas promissores do meio. Dentre os temas discutidos, um quê de cansaço e de dever a cumprir nos versos de faixas como “Genocide” e “All in a day’s work”.
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