“Amanhã é 23, são oito dias para o fim do mês”. E foi bem em um dia 22 que Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato anunciaram também outro final, mais triste do que o da música: a banda Kid Abelha, ícone do rock brasileiro nos anos 1980, encerrou, oficialmente, suas atividades e comunicou aos fãs através de uma carta nas redes sociais. “A vontade de experimentar outras formas de criar e o desgaste natural de tanto tempo juntos nos levaram a essa decisão. Optamos por um soft-ending, um final suave, evitando o sensacionalismo, com a convicção de que nossa trajetória vitoriosa sempre se deveu ao entusiasmo e dedicação renovados a cada disco, cada turnê”, explicaram os integrantes no comunicado.
O grupo, que não se apresentava desde 2011 – quando encerrou a turnê comemorativa de 30 anos, foi um dos grandes nomes nacionais desde seu lançamento, em 1981, e vendeu mais de 9 milhões de álbuns. O recordista, “Acústico MTV“, de 2002, teve mais de 2 milhões de cópias comercializadas. “Foram três décadas de sucesso, aventuras, amizade, e também de momentos difíceis, altos e baixos dessa carreira desafiadora que escolhemos. Pela nossa filosofia e pelo amor à música, nunca tivemos o dinheiro como norte, e sim como conseqüência (ou não) de um trabalho original e bem realizado, que se tornou paradigma de pop-rock brasileiro”, escreveram os autores de hits como “Lágrimas e chuva”, “Como eu quero”, “Pintura íntima” e tantos outros.
Vale lembrar que, desde 2007, o Kid Abelha fazia hiatos e voltava em turnês comemorativas. Além disso, a banda não lançava um álbum de inéditas há mais de 11 anos – o último, entitulado “Pega Vida”, é de 2005. 30 anos, 16 discos e muitos hits depois, os integrantes do Kid Abelha puseram um ponto final em sua história, como não poderia deixar de ser, agradeceram aos fãs: “Ao fã que nos acompanha há tanto tempo, viajando para nos assistir ao vivo, escrevendo cartas, mandando mensagens e comentando nas redes sociais, elogiando, criticando, se preocupando…a esse amigo, que convida seus amigos a nos ouvir, e cuja vida está marcada através das canções que nós fizemos, e cujo carinho e atenção também marcaram nossas vidas, MUITO OBRIGADO! Saiba que, do fundo do coração, não nos esqueceremos nem dos aplausos, dos gritos e da voz em coro nos grandes eventos, nem de cada voz isolada num quarto, entoando uma melodia também criada num quarto, na solidão, na vontade de vencer o tédio e a tristeza através de uma canção bonita”, asseguraram, na carta assinada pelos três.
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