Nem Banderas, nem Bardem! Monarca da latinidade, Julio Iglesias apresenta sua verve romântica e arrebata corações!


Prova viva de longevidade no showbizz, o espanhol circula pelo Brasil Pandeiro em turnê, anunciada mais uma vez como a última da carreira. Mas, enquanto não surge substituto à altura, será que ele aguenta ficar parado?

*Por João Ker

Do alto de seus 71 anos, o incurável romântico Julio Iglesias, cantor de baladas como “Coração Apaixonado” e “Pelo Amor de Uma Mulher”se apresentou no Citibank Hall, Rio, durante a noite desta sexta-feira (26/9) para um público de mais de 2.000 pessoas, revelando que. mesmo setentão, ainda mantém o mesmo charme de latin lover que exalava nos anos 1970/80. Sim, na mesma verve que Roberto Carlos, o madrilenho conserva essa aura de homem maduro charmoso que tanto encanta as titias e até mesmo uma parcela de mulheres mais jovens que se deliciam com o seu sex appeal, preferindo a segurança à aventura.

Afinal, ele surgiu no showbizz numa época em que ainda não existia Antonio Banderas e Javier Bardem, legítimos substitutos – ainda que no cinema – do tempero típico do espanhol, uma espécie de paella valenciana aromatizada por almíscar da mais sincera masculinidade. E, óbvio, quem mais se aproximou deste mito da música romântica foi o quarentão Luis Miguel, nascido em 1970, mas que, apesar de cantar em espanhol, é mexicano nascido em Porto Rico. Traduzindo: enquanto não aprece um sucessor à altura, Julio deita e rola, mesmo na terceira idade, mas se aproveitando do fato de as rugas nos cantos dos olhos lhe caírem bem melhor que na maioria dos pobres mortais.

Na setlist da turnê – que é anunciada, de novo, como a sua última. Aham, Cláudia! -, Julio faz uma mélange dos seus maiores hits com algumas regravações em português, mesmo tendo admitido, com certo charme para a plateia, que sente um pouquinho de dificuldades em cantar no idioma tupiniquim. Mas quem disse que aí também não repousa parte do seu carisma?

Apesar da declarada dificuldade, o espanhol já chegou a gravar um disco inteiro intitulado “Ao Meu Brasil”, com regravações de músicas como “Mal Acostumado”, famosa originalmente na voz do grupo Araketu e também apresentada durante este espetáculo na Barra da Tijuca, o que revela sua intenção de cativar a plateia local com gracinhas da cultura local. Válido. A turnê, que tem roteiro baseado no álbum “1”, já passou por Brasília e São Paulo (onde contou com participação especial de Luiza Possi) e agora vai Balneário Camboriú, Curitiba, Porto Alegre, Passo Fundo, Ribeirão Preto, Santos e Jaguariúna antes de sair do país, mostrando que, mesmo na idade avançada, o cantor ainda conserva espírito de globetrotter e não se acomoda na fortuna, preferindo ir aonde seus fãs estiverem.

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Fotos: Vinícius Pereira