Jorge Vercillo: ‘As plataformas digitais ainda não pagam um valor viável para se viver de música no Brasil’

* Por Carlos Lima Costa

Jorge Vercillo está realizando o sonho de voltar aos palcos, hoje, com show presencial até dia 13, no Vivo Rio, seguindo protocolos com 40% dos lugares disponíveis. É um momento da carreira que o artista certamente vai lembrar para sempre. “Sim, vai ficar escrito na minha carreira. Tenho sido tantas vezes socorrido no meu emocional e psicológico pela música. Acho que será de grande importância artistas se apresentarem em projetos seguros com distanciamento necessário e uso de máscaras, no entanto sem deixar faltar arte e música para as pessoas em locais abertos ou teatros com assentos marcados. A vacina vai nos imunizar e a música e a arte vão sempre ajudar muito a todos a vivermos mais equilibrados e prontos para a construção de um novo tempo”, pontua.

Jorge Vercillo: “Tenho sido tantas vezes socorrido no meu emocional e psicológico pela música” (Foto: Divulgação)

E acrescenta: “Estamos tomando todos os cuidados, eu estou isolado aqui na minha casa, me preocupando também com a minha equipe e com os músicos e também com a vida cultural da cidade do Rio de Janeiro e do país. Decidimos fazer e estou confiante com essa atitude”, explicou ele ao RJ TV. Em seu Instagram já deixou claro a importância que a música tem para ele, principalmente em momentos como esse em que vivemos com a Covid-19 assombrando o mundo: “Em todos os momentos da minha vida a música me acalentou e me deu forças. A música continua com seu poder de me fazer acreditar em dias melhores, com muita fé e esperança.”

Vercillo promete surpresas no show Final Feliz. Mas claro que os clássicos vão estar presentes, como Monalisa, Que Nem Maré, Talismã e Melhor Lugar, além de temas de novelas como Ela Une Todas As Coisas, da trilha sonora de Duas Caras, e canjas, como a de Cassiano Andrade. Em dueto vão cantar Sobre Nome Amor. “Este é um artista novo, que estou lançando. Isso faz parte também, a gente se renova e renova a nossa energia”, explicou ainda ao telejornal, o artista que nos últimos meses participou de algumas lives.

“A vacina vai nos imunizar e a música e a arte vão sempre nos ajudar a viver mais equilibrados e prontos para a construção de um novo tempo” (Foto: Divulgação)

Com 25 anos de carreira, ele prepara esse retorno, enquanto vivencia novamente os primeiros passos da experiência paterna. E agora de uma menina. Ele e a biomédica Martha Suarez, sua segunda esposa, vibraram com o nascimento de Luiza, primeira herdeira do casal, em outubro do ano passado. Jorge já era pai de Vinícius, 19, e Victor, 14. “É muita reponsabilidade trazer uma criança ao mundo. Eu já tinha dois meninos do meu primeiro casamento. Então, nesse momento, nós pensamos muito e acabou calhando da Luiza nascer no meio da pandemia. Acho também que existe aí uma intuição da gente preparar uma juventude nova para fazer algo diferente”, ressaltou ele ao jornalista Fábio Júdice. Em parceria com o primogênito, até compôs a canção Bem-Vinda para a caçula.

Jorge com Luiza, caçula de seus três filhos: “A família é o amor que plantamos em solo fértil, com raiz forte e que cultivamos e cuidamos constantemente, para que brotem belas flores e bons frutos.” (Foto: Reprodução Instagram)

Em seu Instagram, Jorge já se desmanchou pela família. “A família é o amor que plantamos em solo fértil, com raiz forte e que cultivamos e cuidamos constantemente, para que brotem belas flores e bons frutos. Podemos comparar a família a uma árvore. Afinal, o que é a família senão vários galhos unidos pela mesma raiz, e sustentados por um tronco comum, que precisa ser forte para suportar as intempéries da vida”, avaliou em sua rede social. Também declarou seu amor a esposa. “Menina-mulher que mudou minha vida e me deu outra menina preciosa, a Luiza. Ela é quem põe ordem e cria a cada momento a mais harmoniosa bagunça que me enche de felicidade. Amo por quem você é, por quem você me faz ser, te amo por tudo que você tem construído ao meu lado”, derreteu-se.

“Amo por quem você é, por quem você me faz ser, te amo por tudo que você tem construído ao meu lado”, se desmancha o cantor pela mulher, Martha Suarez (Foto: Reprodução Instagram)

Nesse período de pandemia, aliás, em que tem passado recolhido em sua casa, Jorge tem aproveitado bastante para criar novas composições para seu vasto repertório. “Estou compondo muitas melodias e letras feitas com a Luiza no colo. Em breve vou lançar uma música nova em que eu falo da humanidade. Estou regravando os meus sucessos também, lancei agora o Final Feliz, que dá título a esse show, ou seja, venho trabalhando muito em casa”, contou. E explicou ainda que tem aproveitado também para revisitar e avaliar a trajetória. “Até porque nós estamos em um momento diferente onde temos como principal modelo de negócios as plataformas digitais. Considero importante a gente repensar as porcentagens para os artistas, porque o digital ainda não paga um valor acessível, viável para se viver de música, principalmente no Brasil. Com isso, venho aproveitando esse momento de pandemia para reestruturar tudo, o meu selo, a minha carreira, sabe, a realidade está pedindo isso, pra gente se reinventar para algo melhor”, avalia.

Enquanto cria, costuma ouvir também seu repertório, priorizando as últimas criações como as que estão em seu mais recente álbum, Nas Minhas Mãos, lançado em dezembro de 2019, com participação do Vitor Kley, Thiaguinho, e Péricles, que para ele “é um dos grandes cantores da atualidade”, além da participação do filho, Vini Vercillo, que toca na banda do pai há uns cinco anos e vai se apresentar com ele no Vivo Rio. “Já meus clipes antigos não tenho visto tanto, mas é muito interessante rever para a gente ver a evolução de tudo. Tem uns clipes que eu gosto mais, outros eu não gosto tanto. Na verdade, eu gosto muito de me ouvir, de me ver nem sempre”, afirmou, rindo.

Vini Vercillo, primogênito de Jorge, participa do show do pai tocando na banda (Foto: Reprodução Instagram)

Como vem visualizando o futuro? “A gente é apegado a muitos conceitos e vemos que a gente vai precisar vencer esses conceitos e pré-conceitos, então, espero poder com a minha música e com as minhas atitudes ajudar a construir, de uma forma íntima que seja, um mundo melhor onde a gente tenha uma unificação maior entre as pessoas e principalmente entre as ideias”, avaliou ainda no RJ TV.