Já faz cinco anos desde que a incrível voz de Jesuton encantou o Brasil no programa Caldeirão do Huck. Desde então, a cantora lançou dois álbuns com o selo da Som Livre: Encontros, em 2012, e Show Me Your Soul, em 2014. Esse ano vai ser possível conhecer uma nova faceta da britânica: ela lançará o seu primeiro CD só com músicas autorais que contam um pouco mais da sua trajetória. A compilação intitulada “Home” conta um pouco sobre a saída de casa e seu estabelecimento em um novo país, longe de tudo o que já conhecia.
Para a apresentar suas canções autorais para o mundo, Jesuton teve que refletir e trabalhar muito para ter certeza das suas escolhas: “Foi um processo bem longo e detalhado. Eu já queria fazer um álbum autoral, mas precisava entender o jeito que seria feito porque eu gosto de muitas coisas. Eu precisava de tempo para consolidar algumas questões e saber como falar sobre o que é importante para mim. Então, foi um processo bem intenso e tudo saiu profundamente de mim. Por isso, eu fico muito feliz com o resultado”. Um álbum íntimo como esse contou com uma equipe mais que especial para a cantora. Ela destacou a importância do seu encontro com o compositor Bernardo Martins.
“Eu o conheci por casualidade e abraçou essa ideia. Nós trocamos muitas referências por quase um ano do que a gente gostava. Eu tinha várias músicas meio prontas e eu senti confiança nele para mostrar e achar um caminho para cada música. Além dele, tem o Mario Caldato. Ele foi a pessoa que me deu confiança sobre as minhas canções. O Mario era a pessoa que dava valor paras as coisas que estavam funcionando e ajudava quando precisávamos de uma direção. A participação dele foi muito importante”, explica. Ela também destaca a participação do amigo Mc Marechal, o qual ela considera uma grande inspiração.
Formada em antropologia pela Oxford University, ela conta sobre sua paixão e inspiração para as músicas. “Eu gosto de escrever sobre o mundo ao meu redor, sobre as minhas visões. Eu sou estudei antropologia e gosto muito de observar e procurar o porquê das coisas. Às vezes, não consigo entender alguma coisa e escrevo uma música para tentar entender. Todas as letras desse álbum saíram de mim: a minha vida, as minhas dores, as minhas alegrias. Eu quis escrever cada som como uma letra também. Queria que eles recriassem as sensações que eu tive”, reafirma.
“Eu sempre respirei música. Eu sempre cantei e tinha a música como uma forma de me expressar. A música para mim sempre foi uma ajuda, uma amiga, um abraço, uma casa. Eu vou experienciando a vida através da música. Cada país que eu vou, me conecto com a música local. Eu fico triste e ouço música, fico feliz e ouço uma música. Eu nunca vou conseguir me separar dela”, comenta Jesuton sobre a sua relação íntima com a arte.
Mais do que canções sobre a vida de mudanças e viagens, o trabalho em cima de “Home” se mostrou uma jornada de autoconhecimento: “Foi imprescindível que eu participasse de tudo. Por isso também, eu fui muito cuidadosa com quem trabalhava comigo. São músicas que me fazem sentir muito vulnerável, são verdades e não tem nada além dessas verdades lá. As pessoas com quem trabalhei me ajudaram a me abrir ainda mais e ser fiel ainda mais”. O primeiro single – homônimo ao álbum – já está disponível para ser escutada em diversas plataformas e mostra bastante do que pode ser esperado nessa próxima etapa da carreira.
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