Igor Pitangui, uma das promessas do funk LGBTQIA+: ‘A música é potente, gigante e plural”

*Por Rafael Moura

Uma das promessas do funk LGBTQIA+, Igor Pitangui, vem trilhando uma carreira de muito sucesso no universo das artes. Aos 29 anos, o mineiro, de Belo Horizonte, que é cantor e letrista, bailarino profissional, coreógrafo e produto, acaba de lançar ‘Pancadão’, um hit que une gêneros como o pop e EDM com o funk e outros ritmos brasileiros. O beat é assinado por Jham, produtor da República Dominicana. Já a engenharia de som ficou por conta do produtor musical Vitor Garbela (Garbela Home Studio), que trabalhou com a pós produção, mixagem e masterização.

A faixa faz um mix de elementos da música egípcia, do pop e funk. O resultado é um convite à celebração da própria existência e um símbolo de resistência dançante, divertido e colorido. Composta pelo artista em meio ao isolamento social, funciona como um escape criativo manifestado pela urgência de compartilhar a energia contida nesta realidade caótica que atravessou as nossas vidas. O clipe gravado em Toulouse, na França, coroa esse lançamento que está disponível em todas as plataformas digitais. “É um convite, ou melhor, uma convocatória para estar no presente, aqui e agora. É a celebração da própria existência que nestes tempos se revela em forma de resistência. Que possamos. então. resistir em movimento, desopilando as dores, o luto e a indignação”, revela Igor.

Depois de 20 anos como um dos nomes mais comentados na dança no Brasil e no exterior, o artista revela sua euforia nessa estreia: “Acredito muito na potência desse som. É divertido, dançante e, ao mesmo tempo, é político. Escrevi essa track para estimular reflexões sobre o universo digital, a busca por padrões, cancelamentos e toda essa pressão estética e temporal. Quem prestar atenção na letra vai morder a isca. Também quis deixar clara a minha narrativa contra o negacionismo, sobretudo como membro da comunidade LGBTQIA+, da qual eu faço parte com muito orgulho! Aprendi com a vida que não vale a pena se prender a rótulos… É possível balançar a raba, refletir e se posicionar, tudo junto e misturado assim mesmo! A dança salvou minha vida na infância e agora a música me resgatou na vida adulta”.

“Acredito muito na potência desse som. É divertido, dançante e político”, diz Igor Pitangui (Foto: Nini Delplace)

Igor tem uma carreira grande no universo da dança, assinando, em 2019, o ‘Puro Jazz Dance‘ que marcou a abertura do II Encontro Internacional de Jazz de Minas Gerais, no Grande Teatro do Palácio das Artes. Pitangui também é o idealizador do evento. “O jazz é uma grande mistura, derivado da fusão da dança moderna com a dança clássica, com referências à dança afro, e resulta em coreografias com figuras diversas, não muito alinhadas”, observa o criador do evento.