Paola Orléans e Bragança é uma princesa dos tempos modernos e foi comandando carapetas como DJ que ela conversou com o site HT. Trineta da Princesa Isabel, tetraneta do imperador Dom Pedro II e filha do príncipe polonês Jan Pavel Sapieha-Rozanski, ela não liga para rótulos e prefere viver a rotina com simplicidade. “Eu não vivo em um conto de fadas. A magia dos filmes da Disney deu essa aura, mas o Brasil é uma república, então não penso nisso no dia a dia. Sei que faço parte de uma família muito importante para o país, respeito e tenho orgulho disso, mas não é aquilo de bailes da corte, sabe? Até existem, mas não são como nos filmes”, garantiu. À frente da setlist da sunset party Boss in Rio, evento promovido pela Hugo Boss e que serviu de aquecimento para o GQ Men of the Year 2015, ela contou que adora a marca. “A Hugo Boss está se comunicando com o universo mais jovem. Eu fui nas lojas e amei os vestidos de festa. Eles tem várias peças muito elegantes. Adorei quando me convidaram para tocar aqui”, entregou.
Apesar do talento frente ao som, a princesa contou que está deixando as carapetas de lado para se dedicar integralmente ao trabalho como designer. “Toco há oito anos, mas diminuí bastante, não quero mais estar na noite e é onde a música está. Isso não significa que vou parar totalmente, gosto muito de música e sempre vou estar envolvida, mas tenho feito mais eventos à tarde. Também quero focar no design e não dá para ser tudo na vida”, disse ela, que comanda, ao lado da sócia Ana Flora Jacobucci, a Glambox, que entrega, mensalmente, caixas de produtos de beleza para as assinantes. “Começou com uma start-up, eu ligava para as marcas, respondia online. Foi crescendo e hoje já temos 25 mil assinantes. A ideia é crescer ainda mais. Queremos fazer com que as brasileiras fiquem superbonitas”, declarou. O projeto vai além. Paola disponibiliza diversos vídeos-tutoriais online e participa do ‘Superbonita’, no GNT. “E agora estamos investindo em uma ação, o beauty truck que vai rodar pela cidade com uma maquiadora ensinando truques. Queremos mostrar que qualquer pessoa pode entender de beleza”, adiantou.
Aliás, foram os pequenos macetes que aprimoraram sua relação com a maquiagem. “Sou vaidosa, mas não de me pintar inteira. Gosto mais do básico, de clássicos. Esses truques mudaram a minha vida. Não precisamos mais sofrer com nada. É tudo tão acessível que todo mundo pode ficar bonita”, disse ela, que aprendeu a maioria de suas artimanhas na internet. “O YouTube ajuda muito nisso. Aliás, em tudo. Outro dia aprendi a assobiar e até fiz suflê de queijo vendo os vídeos online”, entregou.
Ela, que atualmente foca sua atenção no trabalho como designer, não pretende seguir para o universo da moda. “Acho muito competitivo e é complicado abrir uma marca pequena, em forma de ateliê, no Brasil. Eu fiz uma coleção de lenços e queria fazer a bainha à mão e foi tão difícil produzir isso aqui dentro. Achei uma ONG e consegui, mas no exterior era mais fácil e barato. Hoje eu digo que quero trabalhar com acessórios. Quem sabe desenhar meus próprios brincos e anéis no futuro?”, sugeriu.
Membro da realeza e trabalhando no meio da beleza, seria natural que Paola gastasse horas no salão, mas ela surpreende: “Não gosto. Tenho que ir para fazer as unhas, essas coisas, mas acho bem chato. O que eu amo mesmo é massagem. Faço uma maravilhosa com água de uvas no spa da Caudalie em São Paulo”, contou. Mesmo frequentando raramente, a princesa tem histórias divertidas em salões de beleza. “Hoje mesmo eu fui e tinha um profissional que sabia mais da história da minha família do que eu mesma. Ele tinha lido as biografias de Dom Pedro I e II. Acho isso muito curioso. Quando alguém conhece mais da minha família que eu, peço aulinhas”, brincou.
Ainda assim, Paola acredita que são poucos os que conhecem profundamente a história do país. “O Brasil é muito rico culturalmente, com história incrível não só no período do império, mas em cada pequena cidade. Infelizmente, poucos olham para toda essa riqueza. Temos passagens maravilhosas que quase ninguém tem conhecimento. Não se valoriza isso”, lamentou.
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