Esta sexta-feira é dia de rock na Fundição Progresso, babies! Uma das casas de shows mais tradicionais da Lapa e do Rio de Janeiro recebe a dobradinha Frejat e Titãs. Em entrevista exclusiva ao HT, o ex-Barão Vermelho explicou que o evento é um encontro e que não há previsão de eles cantarem juntos. Mas bem que poderiam, né leitores? “É um encontro de uma mesma geração em repertórios bastante consistentes de ambos os shows. São músicas que promovem uma noite muito dançante e animada. No meu, eu toco canções da minha carreira solo, da época com o Barão Vermelho e interpreto sucessos de outros artistas em arranjos próximos à minha linguagem musical”, explicou. E se prepare, pois, como nos disse, Frejat deve cantar Tim Maia, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Rita Lee, Erasmo Carlos e Roberto Carlos, Raul Seixas e Jorge Ben. Imperdível, hein?
E as novidades não param. Além da turnê com o show “Ao Vivo”, que vai apresentar na Fundição esta semana, daqui a cerca de um mês, o artista vai lançar a nova música de trabalho “Mais Do Que Tudo” em parceria com Alvin L. “Eu comecei a gravar por agora e acredito que em algumas semanas ela esteja pronta para apresentar. Pretendo fazer isso com uma certa regularidade esse ano. Também quero compor com mais frequência. Meu objetivo é ter uma coleção grande de canções para lançá-las juntas em breve”, disse ao HT. E também tem Frejat na produção de disco do músico Sérgio Trombone. “É um álbum instrumental de um grande artista brasileiro. Está ficando bem legal”, contou o guitarrista.
Nos últimos tempos, o ex-Barão Vermelho também marcou presença nos palcos de teatro e nas telonas. Calma que o HT te explica: em homenagens ao amigo Cazuza, Frejat teve sua figura representada nos trabalhos artísticos “Cazuza – Pro Dia Nascer Feliz” (musical no teatro) e “Cazuza – o Tempo Não Para” (cinebiografia). Ao HT, o músico disse que não assistiu à peça. Mas sobre o filme, Frejat destacou a atuação de Cadu Fávero, que o interpretou no longa, mas afirmou que tinha “certas restrições” ao enredo. “Eu acho que deixaram de lado o artista para focar na figura da pessoa. O trabalho dele está muito pouco presente, apesar de terem as músicas. Senti falta do artista, da maneira de pensar dele. Em relação a mim, puseram na minha boca uma frase que eu jamais falaria (“Nós somos uma banda de rock e não tocamos samba”). Eu nunca diria isso, até porque uma das coisas que me aproximou do Cazuza foi o fato de gostarmos de música brasileira, de samba, Cartola e Novos Baianos. Ali teve um momento injusto em relação a minha figura. No primeiro momento, eu não dei tamanho, mas depois que o longa foi um grande sucesso, eu percebi que aquilo ficou como registro histórico para as pessoas. No entanto, aquilo é um filme romanceado, não é um documentário. Aquela frase, que eu achava tão banal e superficial dentro da trama, ganhou uma repercussão que não me agradou”, explicou o músico.
Frejat também atua para além da música. O artista, ao lado de algumas figuras como Fernanda Abreu, Leoni, Ivan Lins e Léo Jaime, faz parte do Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP) que participa das questões políticas do dia-a-dia desta arte. E em um momento em que o novo Presidente da República, Michel Temer, cortou o Ministério da Cultura (MinC), Frejat tem se mostrado bastante ativo. Nesta semana, ele e outros artistas enviaram uma carta ao político para que ele reveja a decisão de transformar o MinC em uma Secretaria vinculada ao Ministério da Educação. “A nossa posição é que o governo reconheça que tomou a decisão errada e que reverta essa medida. Isso é apequenar a cultura. São duas instituições diferentes e que precisam ser vistas de formas separadas. A educação é o conhecimento, a informação e a tecnologia. A cultura é o espírito, a alma do país, o patrimônio artístico que um povo tem. Para mim, a cultura é um patrimônio que cada país tem e é um item estratégico dentro do dia-a-dia do relacionamento com outras nações. O Brasil não pode considerar que a cultura é pequenininha e, quando se precisa economizar, acaba com esse Ministério. Não! Temos que economizar os outros custos que não são necessários”, argumentou.
De acordo com ele, o atual momento é um “dilema” ao qual ele acompanha com muita atenção. “O país está em um momento muito complexo. Há um grupo de dirigentes no poder que não ganhou nenhuma eleição. Por outro lado, quem venceu estava sem competência para resolver os problemas mais urgentes da economia. As ações foram se desenrolando da forma que a classe política achou melhor. Eu acho que a solução que nós temos nesse momento não é a que o povo gostaria, e sim a que esse grupo político conseguiu para se manter no poder”, afirmou Frejat. E as consequências disso? “É muito difícil prever o que pode sair da cabeça dessas pessoas.Estou como observador e não sei o que posso esperar. Temos que estar muito atentos para apoiar o que possa ser positivo e nos manifestarmos com insatisfação para o que não achamos razoável”, afirmou o artista que destacou a educação, saúde, segurança, infraestrutura e saneamento básico como “os principais pontos que um novo presidente deveria se preocupar ao assumir”.
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