“Não há lugar como a nossa casa” disse Dorothy, a personagem do filme “O Mágico de Oz” logo depois de se aventurar por terras desconhecidas. E é com a proposta de ser a segunda casa dos habitués que a Fosfobox, Copacabana, conseguiu chegar com sucesso ao seu décimo terceiro aniversário e comemorará no próximo fim de semana com uma programação incrível de DJ’s que fizeram parte dessa história. Não importa quantos novos clubs surjam nas redondezas, todos querem retornar para o local de sempre onde sabem que, haja o que houver, encontrarão boa música, bom atendimento, preço justo e serão recebidos de braços abertos por rostos já conhecidos.
Tudo começou em 2004, quando o empresário Cabbet Araújo saiu da equipe da Bunker – antiga casa noturna também em Copacabana – e decidiu abrir seu próprio negócio. Uma amiga foi levá-lo para jantar na Rua Siqueira Campos, 143 e quando entrou no local, os seus olhos brilharam e em sua mente a ideia da Fosfobox surgiu. Pouco depois de 1 mês depois, estava sendo inaugurada uma das casas noturnas mais amadas pelo público carioca “Eu montei tudo com R$1.000, na cara e na coragem. Usei toda a minha experiência anterior para fazer com aquilo funcionasse. Desde o momento em que eu entrei naquele restaurante, eu vi uma boate. Conseguia imaginar as pessoas descendo as escadas e dançando lá embaixo. Quando eu entro hoje na Fosfo, sei que eu acertei” relembrou Cabbet.
Trabalhar com a noite é trabalhar com a inovação e renovação. Pensando nisso, Cabbet também está lançando nesse mês especial um curso inédito de DJ com o DJ Magri. Lotando a primeira turma, o empresário já pensa em um segunda turma e quem sabe tornar um hábito da casa “A Fosfobox renova seu público a cada 2/3 anos. Por isso, ela continua sempre muito viva. As pessoas que estão lá hoje não iam antes e talvez não vão mais daqui a pouco. Isso se encaixa nessa nova geração de DJ’s que estamos formando também. Já marcamos uma festa para eles estrearem. O segredo é estar atento a tudo de novo que acontece para manter a casa sempre interessante no mercado. Às vezes gosto de ir lá só pra dançar e conversar com a galera sem eles saberem quem eu sou para pensar em tudo que podemos melhorar”, contou Araújo.
O pai da Fosfobox fez o seu nome crescer na noite carioca durante o tempo como produtor da Bunker, sendo o responsável por trazer grandes nomes da música eletrônica. “Quando eu saí de lá, a galera me parava na rua e falava ‘E ai Cabbet? E agora? O que você vai fazer?’ Fiquei nessa responsabilidade de fazer algo legal. Surgiu o local e o público já estava quase certo. A inauguração foi uma loucura mesmo com banheiros improvisados e a estrutura carente. Era muito underground, mas todos amaram. Tem 13 anos que estou nesse lugar e parece que foi ontem que tive o insight: casa cheia, gente louca, sobe e desce as escadas.”
Além do espaço cool, a Fosfobox conta com uma extrema variedade e diversidade de música e público. Dependendo do dia e da festa que você vá, pode esbarrar com pop, hip-hop, trap, funk, rock e até com karaokê. A noite no número 143 da Siqueira Campos não tem limites, a casa está pronta para acolher e receber as loucuras de todos os convidados bem intencionados. Preservando sempre pela diversidade, todo o corpo de funcionários deixa bem claro que qualquer atitude de intolerância seja machista, racista, homofóbica, transfóbica ou outra qualquer não serão toleradas naquele espaço. “Aqui a gente abraça a loucura das pessoas. Tratamos todos iguais”, garantiu Cabbet.
Por trás de tudo, o atendimento e a recepção calorosa são a grande resposta para a boate ser considerada uma segunda casa por todos os que frequentam. O gerente Célio é um dos responsáveis para garantir que até os visitantes de primeira viagem sintam-se confortáveis. Sendo conhecido carinhosamente por ‘Celinho’, ele ressalta a importância de preservar um ambiente harmônico “Não adianta a gente falar que o cliente tem sempre razão se ele agredir alguém. Teve um que me chamou pra resolver problema lá dentro e chamou a caixa de idiota. Não tem como a gente permitir uma coisa dessas. A equipe que está lá é toda muito competente e não merece ser tratada assim”, disparou Célio.
Ele começou a trabalhar com Cabbet também na época da Bunker e entrou para a equipe da Fosfobox em janeiro de 2010. Tendo que lidar diretamente com o público, Célio destaca o público LGBT como o melhor e mais respeitoso e diz que quando algum desinformado chega lá tentando se dar bem, a solução é o bom humor .“Uma vez um cara chegou lá para a recepcionista e falou que estava na lista do Celinho comigo do lado. Ela olhou pra mim e eu autorizei a busca. Como não foi encontrado o nome dele no cadastro, ele pediu para que chamasse o ‘Célio’ lá dentro. Virei do lado dele e falei ‘Pois não?’. Ele pegou a identidade, virou as costas e foi embora. Nós rimos”, relembrou. A paixão e dedicação pela profissão é tamanha que os seguranças do local brincam “Se houvesse uma explosão nuclear, o Célio ia ser encontrado ai dentro com o colchãozinho dele e a geladeira com os mantimentos.”
Deixando a nostalgia de lado, os dois se preparam para a grande comemoração que está sendo planejada para o final de semana intenso no feriado de Tiradentes. Quinta-feira, dia 20 de abril, a noite será animada pelo paulista Laudz, já no dia seguinte Omulu dominará as pistas da Fosfobox para uma noite repleta de música boa. Encerrando as comemorações, a grande atração do sábado, 22 de abril, é Boss in Drama, que já fez parcerias com a cantora Karol Conká e outros nomes da música brasileira moderna. Durante esses três dias, outros DJ’s que estão sempre presentes na casa comandarão as pistas para garantir que a personalidade diversa e única do espaço não seja perdida em uma data tão importante.
Entre tantas casas noturnas que abrem e fecham pela cidade do Rio de Janeiro, a Fosfobox continua sendo o porto seguro para muitos clientes. Não existe tempo ruim, nesses trezes anos a casa abrigou diversas gerações boêmias que procuravam um lugar para se divertir além das preocupações com segurança e aceitação da diversidade. Por mais que se aventurar em novos ambientes a procura de aventuras e experiências, tem momentos que todos desejam fazer exatamente igual a Dorothy: bater o calcanhar três vezes com os sapatinhos de rubi e dançar a noite inteira dentro da sua segunda casa.
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