Em outubro, a festa mais Malaka do Rio de Janeiro completa seis anos e as celebrações começam este sábado no icônico Pier Mauá para, como sugerem no evento, ver o sol nascer do jeito que a galera merece. A primeira pista vai receber o eterno Furacão 2000, Mc Maneirinho, Brazza Squad, Malaka Crew com os DJS Motta, Luckas e Rama e a segunda conta com Tucho, Pathy de Jesus, Carol Emmerick e Saraiva. Além dessa turma toda, a rainha da internet, segundo Katy Perry, vai estar lá. Gretchen irá aparecer ao som de Swish Swish e será a convidada VIP da noite.“Tínhamos uma tela em branco quando começamos, podíamos ser o mais experimental possível. O mercado, agora, está mais estável e os grandes nomes já se definiram, com isso, percebemos que o público está mais crítico. Achamos necessário, dessa vez, investir muito em cenografia com vários elementos bacanas espalhados pelas festas. O nosso público é Zona Sul e Barra da Tijuca e, na sua grande maioria, estão acostumados a viajar e acabam comparando o que oferecemos aqui com o que viram lá fora. A exigência acaba crescendo, quem se mantém no meio é a pessoa que entende e investe nessa fidelidade. Mantemos a essência, mas estamos fazendo algo grandioso agora”, promete o sócio Leonardo Seródio que espera nesta edição cerca de duas mil pessoas.
Para que uma marca continue sendo referência no ramo é preciso criar promoções, aperfeiçoar sua identidade e melhorar sempre que possível o produto na busca de fidelizar o cliente. Com a noite carioca não é diferente, mas pelo visto algumas casas de shows não têm pensado muito nisto. “As boates não têm feito tanto sucesso com os jovens de 24 anos. Isso acontece de tempos em tempos, mas dessa vez acho que os clubes estão precisando se reinventar muito para chegar no nível de produção e interesse que as festas têm”, explicou Leonardo.
Recentemente, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) divulgou uma nota que torna ilegal a cobrança diferenciada baseada no sexo em casas noturnas, bares e restaurantes. A Malaka será uma das muitas festas afetadas pelo decreto. “A produção se predispõe, nas próximas edições, pesquisar a lei para entender como funciona para nos adaptar da melhor forma possível. Não fizemos isto nesta edição porque a legislação foi aprovada durante a nossa venda de ingressos. No entanto, o controle do evento depende muito do conhecimento prévio da porcentagem entre homens e mulheres. Precisamos saber quantos banheiros teremos que disponibilizar para cada grupo. Infelizmente, uma festa que possui mais rapazes tende a ter mais conflitos e brigas o que nos faz elevar muito o número de seguranças. Ter um ingresso unissex gera um desafio para nós”, garantiu o sócio. A Malaka cobra dez reais a mais do público masculino.
Ao todo, são cinco edições por ano que nunca decepcionaram com casa sempre cheia. “Acredito que nosso diferencial é mesclar vários estilos musicais, se nos restringíssemos a um só perderíamos o público que conquistamos. A Malaka é mais voltada para os hits do momento, ou seja, existem épocas que focamos no sertanejo, deep house ou funk, por exemplo. Não temos preconceito, conseguimos reunir todos os estilos da época a cada trimestre. O estilo é nosso. Buscamos traduzir o que é a noite da Zona Sul porque é eclética, irreverente e não leva nada a sério. Tentamos eternizar fases da juventude”, contou.
A festa prestigia o público jovem, principalmente, porque foi criada por cinco rapazes em 2011. Destes, dois saíram ficando apenas Leonardo, Leonardo Zonenschen e César Lima. “A primeira edição era o aniversário de um dos antigos sócios que agora não está mais com a gente. Percebemos que aquilo poderia ser um negócio quando organizamos um evento para três mil pessoas, que foi um sucesso na Estação Leopoldina, em 2013”, relembrou. Fazer um evento para tantas pessoas poderia dar muito errado. “Produzir este evento foi uma aposta e nos arriscamos porque já tínhamos feito outras dez edições. Esse passo foi definitivo para o evento ser o que é hoje. Até agora tem dado muito certo”, garantiu Seródio.
Recentemente, o grupo recebeu mais um sócio. Os antigos estão na faixa dos trinta anos, porém Pedro Ramalho possui apenas 22. A diferença de idade foi proposital visando trazer cada vez mais sucesso para o evento. “O Pedro entrou porque achamos necessário entender o pensamento da galera mais jovem. É sempre um desafio para a gente que tem trinta ou mais se reinventar dentro do meio porque é natural que a minha frequência em festas não se compara a de um jovem de 20 anos”, afirmou.
Apesar do sucesso de quase seis anos, Leonardo nunca esperou que esta festa fosse se tornar um dos seus trabalhos fixos. “Já esperava que a festa ganharia proporções tão grandes, mas nunca imaginei que em uma sociedade tão efêmera nós teríamos uma longevidade grande. Nós esquecemos o que fez sucesso há seis anos, mas a Malaka continua. Fazer um evento como esta é como montar um circo. De tempos em tempos levanta-se a tenda, chama-se as atrações e, daqui a algumas semanas, convoca-se o público para um novo acontecimento”, ilustrou.
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