Fernanda Abreu faz show no Rio e comemora o sucesso do disco “Amor Geral”: “Senti necessidade de trazer essa ideia do amor como possibilidade”


Além do disco, a artista, que ficou dez anos sem lançar material inédito, está começando a estudar a ideia de um novo DVD. “Vai ser rodado em um lugar bem especial”

Fernanda Abreu sabe que 2017 será um ano de muito trabalho e grandes conquistas. Depois de lançar o disco “Amor Geral”, que rapidamente ganhou o respeito do público e da crítica especializada, a artista comemora a oportunidade de voltar a rodar o país com sua mais recente turnê, que, em breve, ganhará um registro oficial em formato de DVD. Depois de um hiato de dez anos sem um material inédito, a cantora subiu ao palco do Arena Banco Original, no Armazém 3 do Porto Maravilha, nesse sábado, para provar que ainda tem muito suingue e amor para dar. Em uma entrevista exclusiva ao site HT, Fernanda falou sobre os novos projetos, a crise no Estado do Rio e o destaque, mais do que merecido, da mulher no mercado fonográfico.

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Para dar início ao papo, a garota carioca mostrou que está pronta para a nova empreitada. “Para mim, 2016 foi um ano excepcional. Lancei, depois de dez anos, um disco de inéditas e, na sequência, esse show. Foi um ano produtivo que está me dando frutos. Passei com essa turnê apenas pelo Rio, em São Paulo e em Manaus. Agora vem Porto Alegre, Recife, Natal, e por aí em diante. No final do segundo semestre queremos um DVD. Vai ser rodado em um lugar bem especial. Ainda é muito embrionário, mas estamos começando a estudar”, adiantou ela, em primeira mão, comentando sobre o show que dividiu com os parceiros Toni Garrido e Fausto Fawcett. “Foi muito bom começar o ano aqui. Esse é um espaço espetacular e que o carioca e o Rio merecem. A gente é carente disso. Vai bombar”, apostou ela.

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No novo trabalho, Fernanda se debruça sobre os diversos tipos e formas de amor. Com letras instigantes e batidas que flertam com o funk atemporal dos anos 80 e 90, ela reacende a chama da gentileza e do carinho que tem sido bastante esquecida pelas pessoas. “O Brasil e o mundo estão muito intolerantes. As pessoas estão com dificuldades de aceitar as escolhas dos outros: sejam elas religiosas, sexuais, de construção familiar… Acho inconcebível alguém chamar um negro de macaco, agredir um gay e espancar uma mulher. São atitudes imperdoáveis. Por isso, ao assistir essa onda de barbárie, senti necessidade de trazer essa ideia do amor como uma possibilidade de convívio pacífico entre as pessoas”, declarou.

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Intolerância essa que até pouco tempo era explícita no mercado fonográfico. Realidade que vem sendo mudada com a popularidade e a representatividade que as mulheres ganharam em espaços que até então eram genuinamente dominado por homens. “A mulher está com tudo. Um dos movimentos mais legais e importantes que eu vi nos últimos tempos foi o das mulheres. Eu fui a todos os protestos que tiveram pelas ruas do Rio de Janeiro. Fui com minhas filhas, que são super feministas. Eu vivo em uma casa de mulheres. A gente participou e apoiou todas as discussões sobre aborto, a violência contra a mulher e a urgência de seus direitos. Nós estamos avançando cada vez mais. As pessoas estão vendo isso tão de perto. E, logicamente, é lindo ver isso refletido na música. Muita gente boa está lançando disco em todos os gêneros. O rap paulista, por exemplo, tem uma quantidade de mulheres incríveis. Em Curitiba vem a Karol Conka, as meninas do sertanejo, do funk e do pop também são uma realidade nesse segmento”, comemorou.

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Agora, não tem como falar de Fernanda Abreu sem pensar na Cidade do Rio de Janeiro. Carioca de carteirinha, ela cantou e encantou o estado que defende com unhas e dentes. Apesar de toda a transformação que há por aqui, dando mais ênfase ao esteriótipo do purgatório da beleza e do caos, a cantora se disse preocupada com os últimos acontecimentos. “O Rio está passando por um momento bem difícil. Talvez um dos piores da nossa cidade. Os governantes estão todos presos. A violência também é um reflexo do que foi feito com a cidade. O carioca sentiu isso. A parte boa é que a gente nunca perde a esperança. Vamos entrar nesse ano pensando em educação e gentileza. São coisas pequenas, mas que são muito importantes”, completou. A gente apoia!