*Por Karina Kuperman
Com apenas 12 anos, Rebecca Rangel é considerada um fenômeno da música eletrônica. A produtora mais jovem do mundo e DJ nasceu na Noruega, mudou-se para o Brasil aos cinco anos e é conhecida como DJ Rivkah. Aos nove, já tocava em importantes festas em Brasília, cidade onde vive com a família. “Eu sempre gostei de música eletrônica, a minha mãe ouvia muito e, como nasci na Noruega, lá tem muitos festivais que crianças podem frequentar. Meu sonho era ser DJ. Fiz um curso e alguns amigos começaram a me dar oportunidades. Toquei no festival Na Praia, aqui em Brasília e, quando vi, já estava no palco principal, animando 15 mil pessoas”, lembra ela, que hoje toca em eventos para mais de 35 mil pessoas e foi destaque no Réveillon de Fernando de Noronha do ano passado, quando caiu nas graças de Bruna Marquezine e da top internacional Izabel Goulart. “Eu fiquei muito feliz quando vi que elas tinham postado sobre mim nas redes sociais. Eu fui tietar a Bruna e ela disse: ‘Você que vai tocar, que demais’. Eu não estava acreditando. Sou fã dela. Fico muito feliz de ver pessoas que são inspirações admirando meu trabalho”, diz a DJ, que vai estar no Rio na quarta-feira, dia 23, para tocar na festa que comemora a chegada ao Brasil da democrática label americana Aéropostale, na Barra da Tijuca.
Apesar da pouca idade, a DJ profissional mais nova do Brasil é a produtora musical mais jovem do mundo. E tem no currículo, cinco cursos de produção, o último deles com o professor formado pela Point Blank, de Los Angeles, Milrem Hallabi. Rivkah também já lançou dois remixes e a track autoral ‘Carry Me Home’, um feat com Icy Sasaki e Gaskhan, com composição e voz Yves Paquet, cantor e compositor belga que já trabalhou com os maiores DJs nacionais e internacionais como UFO, Bhaskar, Paji, MC Bin Laden & Felipe Flip.
Rivkah conquistou seu espaço na cena eletrônica nacional e já chegou a tocar com nomes como DJ Bhaskar e Miss Cady. Criança e mulher, sabe das dificuldades que enfrenta: “Me sinto muito feliz com essa oportunidade, eu sou mulher, criança, DJ, produtora musical. Acho que não existe no mundo. No começo tinha bastante gente que duvidava do meu talento e outros tinham curiosidade. Por conta da minha idade sofri preconceito e sofro até hoje. Infelizmente esse é um mercado ainda dominado pelos homens e as mulheres sofrem preconceito. Mas não só nesse ramo, em todos! Hoje acontece bem menos, mas ainda assim tem muito DJ renomado que fica inseguro por ver uma mulher, criança, tocando e sendo aplaudida igualmente”, pontua.
Apesar de saber que a música é o caminho que quer trilhar na vida, Rivkah tem a escola como prioridade. “Não é difícil conciliar escola com trabalho, porque tenho consciência de que os estudos estão em primeiro lugar. Passo o dia todo na escola, faço todos os meus deveres e, se sobra tempo, eu vou para o estúdio e fico até não poder mais. Uso meu tempo livre para treinar piano, baixo, produção musical e fazer meus sets. Isso é o que eu amo”, garante. “Mas só faço shows nas sextas ou sábados e nem são todos os finais de semana. Recusamos cerca de quatro shows por semana, por causa da escola. Em época de prova não aceitamos nenhum”, conta ela.
Apaixonada pelo que faz, Rivkah pede: “Pais, acreditem nos sonhos dos seus filhos”. É que, segundo ela, a mãe, Valesca, foi sua maior incentivadora. “Não é qualquer família que aceita e a minha mãe me apoiou desde sempre. A dica que eu dou é para que os pais confiem no desejo dos filhos e não queiram impôr uma profissão que pode não ser o que a criança quer. Não queiram que seus filhos sejam médicos se eles não forem felizes. Quando sou convidada para palestras, eu falo sobre sonhos, sobre continuar, mesmo que duvidem de você”, revela.
Futuro é… “Meu plano é ser DJ e produtora musical para o resto da vida. Não me vejo fazendo outra coisa, porque a música é a minha paixão. Quero ser referência para todo mundo. Mesmo passando por muitos desafios, de gente duvidando do meu trabalho, quero provar que é possível”, afirma. Alguém tem dúvida?
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