De Iggy Azalea a Kylie Minogue, a quantidade de artistas pop que a Austrália já proporcionou ao mundo é grande. E, bem no meio desse movimento encontra-se a Sheppard, banda inicialmente formada em Brisbane pelos irmãos Amy, George e Emma Sheppard, e que agregou posteriormente o trio de amigos Jason Bovino (guitarrista), Dean Gordon (bateria) e Jared Tredly (guitarra). Hoje com seis integrantes e após terem escalado as paradas de sucesso dos Estados Unidos e da Europa com o single “Geronimo”, do primeiro e único álbum, “Bombs away”, eles se preparam para uma missão de peso: comandar o Palco Mundo do Rock In Rio antes dos shows de Rihanna e Sam Smith. Em entrevista exclusiva ao HT, o grupo comentou sobre as expectativas para o festival, como é trabalhar em família, fazer pop de qualidade e muito mais.
Hospedado no Hotel Fasano, o sexteto foi um privilegiado ainda antes de começar a sua jornada no festival: durante um pocket show promovido pela Heineken no Bar Lontra, os integrantes do System of a Down resolveram descer de seus respectivos quartos e dar uma canja com o grupo que, claro, não poderia ter ficado mais feliz. Algumas horas antes, a banda australiana curtia o Rio de Janeiro e passeava por pontos turísticos, como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, para curtir o entardecer na cidade.
Sheppard – “Geronimo”
HT: O que vocês já sabiam sobre o Brasil antes de chegar ao país?
S: Eu acho que a principal memória que temos do país foi a de ver o Brasil jogando na Copa do Mundo de 2006, se não me engano. Cara, esses jogadores são como máquinas! Eu sei que até hoje sigo todos. Eles são muito inspiradores.
HT: E sobre a música brasileira? Conheceram algum artista ou música que tenham gostado?
S: Bem, nós estamos familiarizados com o funk, e queremos conhecer mais sobre isso. E também o Lulu Santos, que vai tocar antes da gente no Rock In Rio. Dizem que ele é muito bom e estamos ansiosos para conhecê-lo. Com sorte conseguiremos ficar por lá, porque não temos nada marcado para muito cedo no dia seguinte.
S: Eu nunca tinha ouvido falar direito sobre o Rock In Rio. Depois fui pesquisar e vi que é o maior festival do mundo. E ainda nos colocaram antes do Sam Smith e da Rihanna! Quase não acreditamos… Foi um daqueles momentos tipo ‘Me belisca’. Acho que a melhor parte de tocar em um evento desse tamanho é a exposição. Além da audiência, porque algumas pessoas que nunca nos ouviram poderão nos conhecer pela primeira vez. Ah, e isso sem falar em vir ao Rio de Janeiro e poder ficar de frente para a praia (risos).
HT: Como é trabalhar com a própria família? Vocês conseguem separar os momentos de falar sobre música e abordar os assuntos pessoais?
S: É 95% mais a ver com a música do que com vender ou ter um hit. Se você quer ter a sua música na rádio e tal, é preciso ser esperto e pensar em formas específicas para construir um trabalho. Mas começamos a banda por gostarmos de música e de nos expressarmos assim. Nada do que fazemos é manufaturado. Não escrevemos uma música com o propósito de colocá-la na rádio, apenas nos divertimos e fazemos o que parece certo.
HT: Vocês citam artistas como Elton John e os Beatles entre as referências para esse álbum, por gostarem do pop antigo. Acham que existe algo errado com a música pop hoje em dia? Como a comparam com aquela feita nos anos 1960 e 1970?
S: Há algumas diferenças hoje em dia no pop, principalmente na forma como os artistas lidam com a música, se compararmos aos anos 1970. Nós não olhamos muito o que está acontecendo agora porque muitos dos cantores não escrevem suas próprias letras. Nós vemos o pop como uma forma de arte particular, separada dentro da arte de fazer música. Criar música pop é muito divertido, e hoje em dia parece que se tornou algo manufaturado, sem substância. Queremos trazer de volta aquele sentimento antigo e clássico do pop, com coração e alma. É de onde sempre puxamos as nossas influências, em artistas como Elton John e Fleetwood Mac. Acreditamos que o público se relaciona mais com o som quando sabe que foi o próprio artista quem escreveu aquilo.
HT: A Austrália tem lançado muitos artistas pop com conteúdo nos últimos anos. Há algum que vocês gostam mais ou encaram como uma inspiração?
S: Nós gostamos bastante da Sia. O Gotye também é maravilhoso e bem experimental. Tame Impala é outra banda incrível.
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