Natural de Londrina, a paranaense Simone Mazzer vive há 20 anos no Rio de Janeiro. Chegou à cidade para seguir a carreira de atriz com a Armazém Companhia de Teatro, mas não demorou muito para ser levada para os caminhos musicais. Seus shows tem a personalidade teatral que nasceu com ela e são um reflexo da artista completa que ela é. Simone já fazia montagens teatrais musicais desde cedo, mas o primeiro álbum de estúdio, “Férias em Videotape“, só foi lançado em 2015. O segundo, o mais recente, chegou logo depois. Com muito suingue e ousadia, do jeito que ela gosta, “Mazzer & Cotonete” foi gravado em Paris, com o grupo francês de jazz-funk Cotonete. “Se eu tivesse planejado, não teria dado certo”, brinca. “Foi um encontro muito feliz com amigos em comum, e que puderam me apresentar esses músicos. Eu fiquei 15 dias em um estúdio com uma grande infraestrutura, e o resto foi feito tudo aqui no Brasil”, completa.
Sem etiquetinhas e padrões, Simone foge de conceitos e se considera versátil por ouvir de tudo e criar o que der na telha artisticamente. O encanto pelo universo musical existe desde criança, quando ela não largava o rádio para nada. “Desde pequeninha eu ouço muita música. Tem alguns artistas especiais que marcaram minha trajetória, como Secos & Molhados, eu devia ter quatro anos quando eu assisti algo deles, e nunca mais esqueci, minha primeira imagem artística quando eu penso…são eles. As próprias cantoras de rádio, além de muita música da década de 80, sempre gostei de colecionar discos”, frisa. Com sua essência teatral e irreverência, ela já se apresentou algumas vezes no bar e boate Buraco da Lacraia, espaço democrático queridinho na Lapa. Foi inclusive aí, que percebemos o quanto é querida pelo público LGBTQ. “Eu sempre estive no meio da comunidade LGBTQ, desde menina, com amigos, no colégio, na faculdade, é meio natural. Eu fico muito feliz que sou tão bem aceita, porque me sinto muito à vontade junto deles. Espero um dia não precisarmos mais separar como comunidade cis, trans, LGBT. O grande lance é chegar no momento que a gente possa só ser”, enfatiza.
Em seu single mais recente, Corpo, de uma pegada pop e sensual, ela fala de amor próprio e liberdade feminina, tudo da maneira mais Mazzer possível. E suas músicas são isso, abordar questões contemporâneas da mulher, os preconceitos da sociedade, e muito mais, com seu toque viçoso e ousado. “Eu tenho muita vontade de sempre falar um pouco sobre esse mundo que estou, que vivo e pertenço, situações que me afligem, que atingem meus amigos, ou coisas que preciso falar a respeito, não que necessariamente tenham acontecido comigo, mas que são importante ser ditas para serem cada vez mais trabalhadas, até não aparecerem mais. A gente está num momento bem complicado, nem tudo é delicadeza, precisamos falar disso também. Eu acredito que o artista tem essa missão”, reflete.
Sua agenda está cheia de novidades. Com o repertório alto astral High Times, por exemplo, Simone se apresenta com a cantora Silvia Machete, dia 18 deste mês no Sesc Tijuca. Oportunidades para ver essa diva completa nos palcos não faltam!
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