A fadista portuguesa Mariza é uma das grandes embaixadoras da cultura portuguesa. Recentemente, ela venceu o prêmio de melhor álbum europeu da revista britânica Songlines, com o mais recente disco, homônimo, lançado em 2018. O Fado (que significa destino) é um Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO desde 2011. E a cantora Mariza que é conhecida internacionalmente por ser uma grande voz deste ‘destino’ já começa a arrumar as malas e gritar ‘Terra à vista’, pois fará quatro apresentações no Brasil, ainda neste mês de maio em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.
“Tenho o privilégio de viajar pelo mundo e cantar em português. Este é um momento em que o mundo está valorizando Portugal e a sua cultura, e é sempre bom ver personalidades tão relevantes e talentosas ressaltando o que há de melhor no país. Dessa forma, o resto do mundo acaba conhecendo também. Será muito bom se isso ajudar a expandir o fado, a língua e a cultura portuguesa”, ressalta a cantora animada para desembarcar no Brasil, mesmo apesar das últimas polêmicas de brasileiros sendo barrados em terras portuguesas.
Indicada duas vezes ao prêmio Grammy Latino, um dos mais importantes na indústria fonográfica, a artista vem expandindo cada vez mais o seu público e o seu impacto cultural. Para a alegria dos fãs brasileiros, ela voltará ao país com a turnê de divulgação do seu sétimo álbum de estúdio, intitulado “Mariza”, lançado em 2018. “É sempre um prazer estar de volta e poder partilhar com todos a minha música. O público de cada país é sempre muito particular, uns mais calorosos, outros mais tímidos. Porém, no Brasil o público é bastante caloroso, é sempre fantástica a forma como me recebem, me sinto em casa”, declarou.
Seu processo criativo e inspiracional é um mergulho num universo cheio de emoções, assim como o fado. “Houve uma altura em que comecei a pensar em fazer um disco novo, porque já tinha passado um tempo desde o anterior. As músicas que lancei vão sempre fazer parte da minha vida e terão sempre uma emoção quando as canto. Mas, tiveram o seu momento. Andava à procura de novas palavras para me expressar e comecei a buscar temas que tinha saudades de cantar, que ouvi a vida toda, como em “Fado Errado”, “Trigueirinha” e “Quebranto” do Jorge Fernando. Tinha vontade de os interpretar à minha maneira, já que faziam sentido para mim nesta fase da minha vida. Eu nunca vou para estúdio sem ter no mínimo entre 30 ou 40 canções para depois perceber em qual lugar me sinto mais confortável. Vou eliminando, e aí vai-se criando uma linha, um corpo de 16 ou 17 músicas em que se pode começar a trabalhar”, explica.
Apesar da distância continental entre os dois países, a artista revela ter uma forte ligação com o Brasil e sua cultura: “Sempre tive um grande carinho pelos seus artistas, de todas as vertentes. E como também nasci na África, África de expressão portuguesa, que sempre teve uma grande aproximação com os brasileiros, desde pequena que os ouço. Essa sintonia começou bem cedo. Morei no país durante um tempo, quando trabalhava em um cruzeiro, o que me aproximou ainda mais deles. Surge, com isso, a grande admiração e paixão por pessoas como Elis Regina, Clara Nunes, Milton Nascimento e Djavan”, conta animada a cantora que já está na concentração para sentir a energia do público brasileiro.
Serviço:
Dia 23 – Vivo Rio, Rio de Janeiro
Dia 24 – Tom Brasil, São Paulo
Dia 25 – Sesc Palladium, Belo Horizonte
Dia 29 –Teatro Bourbon Country, Porto Alegre
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