8*Por João Ker
Uma das maiores bandas do movimento pós-punk oitentista, Echo & The Bunnymen se apresentou na noite deste sábado (1/11) na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro. Influenciado por The Doors, Beatles e Velvet Underground. o grupo formado na Inglaterra do final da década de 1970 – mais precisamente 1978 em Liverpool -, mantém atualmente apenas o vocalista Ian McCulloch e o guitarrista Will Sergeant de sua formação original e já fez apresentações épicas na Cidade Maravilha, com destaque para o show realizado em 1987 – quando a banda estava no auge -, considerado uns dos maiores shows internacionais de rock alternativo que a capital carioca já teve o prazer de receber, lado a lado com os Rolling Stones em Copacabana e o Queen no Rock In Rio de 1985. Depois desse, claro, o show realizado em 2006 não se compara à estreia brasileira do grupo, mas parece também ter agradado. Portanto, nada mais natural do que os fãs da banda esperarem uma rodada digna do preço cobrado (e do tempo esperado) neste final de semana, quando o E&B divulgaria seu mais recente álbum “Meteorites”. Infelizmente, para desgosto geral do público, não foi o que aconteceu.
Apresentação de “The Killing Moon” no Rio, em 1987
Com a casa longe de estar lotada e pouquíssimos fãs no gargalo gritando, aplaudindo e acompanhando música após música -, o show foi considerado por muitos como frio, o que não agradou em nada Ian McCulloch. Além disso, problemas na qualideade do som, uma setlist bagunçada, os dois guitarristas – Gordy Goudie estava acompanhando Sergeant – meio perdidos, entre a timidez e as trocas de instrumentos, e até uma má vontade generalizada tanto por parte de quem estava no palco quanto de grande parte das pessoas que estavam de frente a ele. Não, definitivamente este não foi o show que os fãs esperavam e nem aquilo que mereciam.
Mas o desencontro entre astros e público não para por aqui. Talvez a pior parte disso tudo foi a falta de consideração da própria banda com a (ínfima) parcela de pessoas presentes que ali estava para ver um dos seus maiores ídolos. Okay, a plateia até poderia ter dado aquela forcinha extra na empolgação para não reclamar depois, quando Ian resolveu não voltar ao palco para o encore. Pois é, a pirraça impediu que grandes hinos da banda como “Ocean Rain” e “Lips Like Sugar” fossem executados e o show terminasse antes da hora, com apenas cerca de 70 minutos de duração. Pois é. Insatisfação geral e decepção bombástica.
Fotos: Vinícius Pereira
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