Com as pernas cheia de tattoos fake, Silvia Machete parecia (ou talvez realmente fosse) um camaleão performático na noite da última sexta-feira (03) no Teatro Caixa Cultural, no Rio de Janeiro. Seu figurino, assinado por Guto Carvalho Neto, se mutava com o passar das faixas: ganhou gola de tule e depois foi trocado por uma malha preta. Junto dela, bambolês e balões mil. Tudo isso enquanto, ao lado do pianista Danilo Andrade, entoava canções do amigo Eduardo Dussek. Foi o “Dussek veste Machete” novíssimo espetáculo da artista que se despede do Caixa neste domingo (05).
Na primeira fila, o amigo Dussek que assina a supervisão artística do espetáculo baseado em suas composições conseguiu um tempo das gravações de “I Love Paraisópolis”, da TV Globo. De sua cadeira, ouviu, ente tantas, “Quizás, quizás, quizá”, “Back to Black”, “Cabelos Negros”, “Chocante” e “Aventura”. Aliás, HT amou quando essa última foi cantada. Silvia buscou nos bastidores dois balões de gás – vários deles enfeitavam o cenário – com um cesto de vime no qual se os via retratos dos dois. “Somos eu e você, Dussek, passeando de balão!”, brincou.
Entre muitos “bravo!” e “maravilhosa!”, Dussek, assim como todo o teatro lotado, conferiu mais uma das performances famosíssimas de Machete com bambolês. Ela fez um número com seus antigos companheiros de cena ao final da versão de “Great Balls of Fire”, rock emblemático de Jerry Lee Lewis. Isso sem contar quando Silvia fez um solo de bongô, também fake, usando os pés, sobre o piano de Danilo Andrade. E quando a gente realmente estava acreditou que Dussek iria se limitar a compor e assistir o espetáculo, ele cedeu aos os pedidos da plateia e tocou e cantou com Machete a inédita “Anjo da Cena”, que compôs para a sua sobrinha. Lindo de se ver.
A gente lembra que antes de subir ao palco de dar todo esse show, Silvia Machete conversou com HT. Ela contou que curioso desse trabalho é que ele foi preparado simultaneamente à turnê de divulgação do seu mais recente trabalho “Souvenir”, um álbum que traz música inédita de Dussek batizada de “Totalmente TchaTchaTcha”. “O mundo do Dussek é bem atraente pra mim: romântico, exagerado e crítico. Escolhi as canções mais teatrais para esses espetáculos. Trabalhar com Dussek é sempre diversão garantida. Visualmente também foi divertido selecionar o set list final”, disse.
Ela também nos confidenciou, com exclusividade, a grande novidade de sua carreira. “Terminando a temporada de ‘Dussek veste Machete’ me lanço numa experiência nova pra mim, protagonizando um musical. Apesar dos meus shows serem super teatrais, dessa vez vou atuar com elementos formais do teatro, mesmo: roteiro, marcação, cenas decoradas, tudo isso!”. Como se observa, Machete está com tudo e não está prosa. Aliás, nunca esteve, né?
Artigos relacionados