Antenada nas tendências da moda, Negra Li foi convidada vip no desfile da grife Ratier na SPFWTRANSN42. Por lá, a cantora, que fez sucesso Brasil afora após estrelar o elenco da série “Antônia”, em 2006, contou que gosta de estar por dentro do que há de interessante na passarela. Mas nem sempre foi assim. Camaleônica, a artista declarou que já seguiu diferentes estilos ao longo da vida. “Quando comecei no rap, eu gostava de usar roupas largas com o cabelo enroladinho. Mas eu também já fui clubber e amava usar calça mega justa. Ah, e eu ainda tive meu momento zen reggae music, que eu era toda tranquilona. Mas, hoje em dia, eu estou mais interessada em usar e me apropriar das tendências. Por isso que, atualmente, eu tenho uma personal stylist que me ajuda a estar sempre em dia. Porque, antigamente, eu usava mesmo que tivesse sido moda só nos anos 1980”, revelou aos risos a artista que acredita que moda e música estão sempre em sintonia. “Eu acho que tem tudo a ver comigo, com a música e com o ambiente que eu estou”, concluiu.
Veja o que rolou: SPFWTRANSN42 #day5: a elegância da Escócia à vibe underground do moletom, SPFW tem mais um dia de desfiles plurais pela cidade. Vem conferir!
Assim como na música, a moda também é palco para gritos empoderados. Prova disso, foi o desfile da marca LAB, do rapper Emicida, que levou a alma das ruas e da periferia paulistana para a passarela da semana de moda mais importante da América Latina. Sobre a apresentação de seu companheiro de profissão, Negra Li disse que comemorou, mas não se surpreendeu. “A moda sempre foi assim. Eu desde o começo achava os desfiles e as roupas de passarela muito diferentes. Para mim, o mundo fashion sempre foi muito permissível e liberal. Na moda, tudo pode, desde tecido à modelagem. Então, eu não fiquei surpresa com o desfile da LAB em plena SPFW. Mas eu achei muito interessante ver que as portas estão abertas para outros estilos do mundo da moda”, argumentou.
Comentários e opiniões sobre moda à parte, Negra Li nos contou sobre o que é verdadeiramente a sua praia: a música. Com novos projetos, a cantora adiantou que em 2017 haverá lançamento do próximo álbum. “Eu já estou em estúdio preparando um novo CD que eu espero lançar no ano que vem. E, durante essa fase de produção, eu fico sempre a procura de novas letras, parcerias e tudo mais”, explicou Negra Li que, em tempos de cólera, gosta de trazer discursos contemporâneos para as suas músicas. “Eu gosto de chamar as pessoas para pensarem em tudo o que esta acontecendo mundialmente, seja com política, economia, troca de valores ou sentimentos”, declarou.
Um desses temas que despertam o interesse da cantora em levar para a sua arte é o preconceito e o reconhecimento de diferentes raças. E não poderia ter momento mais oportuno para esse discurso. Este ano, pela segunda vez na história, temos uma negra eleita Miss Brasil. O posto ocupado por Raissa Santana já despertou comoção, orgulho e reconhecimento para muitas jovens negras que se sentiam excluídas do padrão de beleza importo na sociedade contemporânea. Questionada sobre esse tema, Negra Li contou que espera que as infâncias futuras sejam diferentes da que viveu. “Para mim é sempre importante ter figuras de diferentes raças em evidência. Quando era criança, por exemplo, eu não me reconheci em nada. Não me via na televisão e nem achava nenhuma boneca que fosse parecida comigo. Eu acho que todo esse movimento de grito, como o da defesa pelo cabelo crespo, está sendo muito importante. Principalmente para as crianças”, avaliou a cantora Negra Li.
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