A gente não pode dizer que Fergie não se esforçou para entregar um show cheio de referências para o público brasileiro. Mas apesar da boa vontade, não deu muito certo. Com muitos problemas no equipamento de som, com direito a confusão de microfone e técnico no meio do show, trocas de roupa longuíssimas, vídeos de interlúdio que saiam de nenhum lugar e chegavam a lugar algum, desafinações e cansaço, foram muitas as questões que jogaram contra a apresentação da cantora. Mas também tiveram momentos de alegria, como a entrada quase surpresa de Pabllo Vittar, já que os boatos da participaçao rolavam há alguns dias. A drag mais influente do Brasil e das redes sociais, entrou no meio da canção de Fergie, Glamorous, fez um freestyle improvisado e agradeceu muito a oportunidade: “Eu te amo muito e só tenho a agradecer por me permitir viver essa experiência inesquecível”. Depois de se ajoelhar em reverência, elas cantaram “Sua Cara”, juntas, com direito a muita bateção de cabelo, pose, carinhos e toda aquela pinta que a gente ama.
Como sobreviver depois disso? SOCORRO! @Fergie + @PablloVittar = <3 <3 <3 #FergieNoMultishow pic.twitter.com/SpQ9VFyh1w
— Multishow (@multishow) 17 de setembro de 2017
“Ensaiamos na quinta-feira como seria a minha participação e ela me deixou muito à vontade. Depois fiz a prova de roupa com a stylist dela, já que a Fergie trouxe um verdadeiro shopping center em roupas”, entregou Pabllo sobre a preparação para o grande encontro. E as participações não pararam por aí. Logo depois da saída da drag, Fergie convidou Sergio Mendes e sua mulher, Gracinha, para soltar a voz e fazer todo mundo cantar junto a clássica Mais Que Nada, do brasileiro, que fazia parte do repertório da antiga banda da cantora, Black Eyed Peas. No set list de mais de 30 músicas teve, ainda, uma sessão só com os hits do BEP, como Pump It, Boom Boom Pow, I Gotta Feeling, My Humps, e muitos outros.
Mas também teve espaço para ela cantar as novas músicas de seu proximo álbum, que chega ao mercado na semana que vem, Double Dutchess, que teve direção de arte do brasileiro Giovanni Bianco, e clássicos de seu repertório solo, Big Girls Don’t Cry e M.I.L.F e Fergalicious. Destaque para o figurino teatral da cantora, que começou a apresentação com uma capa imensa, sobre um maio de couro, botas de cores diferentes e um acessório de cabeça poderoso. Depois, colocou uma jaqueta by Fabiana Milazzo, sim, a brasileira, e muitas franjas coloridas.
Valeu a tentativa, mas Fergie deixou o público com um misto de sensações que incluía vergonha alheia e agradecimento por querer demonstrar todo o amor que tem pelo Brasil. Em determinado momento, aliás, ela chegou a chorar no palco, quando a multidão começou a gritar seu nome. Na saída, a clássica cena segurando a bandeira do Brasil. Foi tudo tão estranho, que quase funcionou. Quem sabe da próxima vez?
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