Carnaval é um agito, Ao mesmo tempo temos cores, músicas, ritmos, danças, performances e muito alegria. Ontem, foi dia de darmos o start nessa loucura que tanto esperamos no melhor camarote da Sapucaí. O primeiro dia de desfiles da Série A do Rio de Janeiro foi acompanhado de dentro do CandyBox pelo site HT e por foliões de todo o Brasil e do mundo. Inclusive, foram os convidados estrangeiros os que mais comentaram e destacaram esta riqueza que é o Carnaval brasileiro. “Isso é muito divertido, louco e quente. Muito quente. Eu nunca vi algo parecido. Aqui temos música alta, muita gente pulando e uma temperatura inacreditável. Você não está com muito calor?”, questionou a chinesa Chaint na frisa do CandyBox.
A verdade é que para nós o calor é apenas mais um adereço das fantasias da folia. E ontem foi dia de investir nos detalhes. Por mais um ano, a purpurina tem sido elemento quase obrigatório nas produções de Carnaval e no CandyBox não foi diferente. Seja em versões discreta ou em outras mais poderosas, o camarote da diversidade também foi palco para super maquiagens, como a da DJ Lela Gomes, que abriu os trabalhos na pista mais agitada da avenida. “Normalmente, nas ruas, eu ando igual trapo. Porém, quando eu vou tocar gosto de estar mais arrumadinha porque estamos levando alegria para a galera. Querendo ou não, todos param para olhar para a gente. Mas não é fácil estar assim. Estou indo embora mais cedo para conseguir tirar todo esse glitter e viajar para Salvador sem resquícios de hoje”, contou a DJ que buscou levar esse brilho também para a pista de dança. “Eu gosto muito e tocar músicas das drags, principalmente no CandyBox, porque é um camarote gay. Para nós que somos homossexuais, é importante e eu acho que esse momento da festa foi um aquecimento mais militante”, defendeu.
Até porque o CandyBox é hoje um camarote da diversidade em todos os sentidos, inclusive dentro da comunidade LGBTQI. Entre música brasileira, reggaeton e eletrônico, o samba em sua mais pura essência também foi celebrado na noite passada. E em grande estilo, diga-se de passagem. O CandyBox deste ano foi ainda mais especial com a apresentação do CandyBloco fechando o dia de folia. “Eu considero essa noite como a do nascimento oficial do CandyBloco. Nós estamos desde outubro fazendo ensaios entre amigos e amigos de amigos e a resposta tem sido muito positiva. No último deles, reunimos uma multidão nos pilotis do MAM. Então, esta sexta-feira é uma celebração do que nós construímos nesses quatro meses”, disse Beni Falcone, vocalista do bloco.
No entanto, se o bloco é uma construção de quatro meses nos bastidores do CandyBox, o camarote é um diamante que está sendo lapidado há anos. A cada Carnaval, este é um espaço que se consolida como território da alegria sem preconceito e, cada vez mais, com engajamento. Em 2018, o CandyBloco se vestiu de amor para destacar uma campanha na luta contra a depressão e estampou a camisa “Ninguém Substitui Você” como o lema do dia. “Todo ano a gente apoia uma causa e esta frase representa muita coisa. Atrás de “Ninguém substitui você” temos o combate à depressão e a valorização dos likes. Ninguém vale uma curtida a mais ou a menos na internet. As pessoas são seres humanos, todos têm seu valor e, por isso, são insubstituíveis”, comentou Marcela Souza, uma das sócias do CandyBox.
E este tempero colocado na receita do camarote é sentido por quem curte a festa. Em seu primeiro Carnaval em solo carioca, João Neto, de Recife, destacou o bem-estar coletivo dentro do CandyBox. “Eu acho que nós precisamos de muito mais espaços como esse. Aqui é um evento que abraça a diversidade, tem uma super estrutura e eu amei. Já me falavam que era muito bom e agora estou comprovando tudo isso”, disse o folião que já deu adeus ao frevo do Nordeste. “Eu deixei Olinda para vir para cá e estou adorando a festa. Já quero mais e ano que vem estou de volta”, contou.
Outro ponto que também foi destacado neste clima proporcionado pelo CandyBox foi em relação às mulheres. Ontem, o camarote dedicado à comunidade LGBTQI era dominado pelo público masculino com outro tipo de comportamento. “Em festas hétero, os caras ficam puxando a gente e isso é muito desagradável. Aqui estou com o meu namorado e está ótimo, não tive problemas e isso é muito bom. Me sinto melhor”, relatou Marina Pires em sua primeira experiência no CandyBox. Com tantos motivos positivos, difícil seria não ser um sucesso. Vamos que hoje começa o Folia Tropical!
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