Elza Soares retorna aos palcos cantando Lupicínio Rodrigues, após o período em que ficou de molho por conta de uma cirurgia. Agora, o novíssimo show em homenagem ao seu ídolo já tem datas marcadas para o mês de maio: no Rio de Janeiro (dias 2 e 3, no Teatro Rival) e em São Paulo ( dias 9, 10 e 11, no SESC Pinheiros). Os shows celebram o centenário de nascimento do compositor gaúcho, cuja obra passeia por marchinhas de carnaval e sambas-canção, transbordando sentimentos. Afinal, não é à toa que Lupicínio foi o inventor do termo “dor de cotovelo”. Já Elza tem a incrível capacidade de transformar os temas de “dor de cotovelo” em algo intenso, inflamável e vibrante com sua voz rasgada e performance veemente.
Faixas como “Esses Moços”, “Nervos de Aço” e “Se Acaso Você Chegasse” – o primeiro single lançado pela cantora, em 1960 – estão no setlist. Elza e Lupicínio foram grandes amigos, e seu primeiro cachê foi recebido no extinto bar Bonde, em Porto Alegre, onde a musa da voz poderosa se apresentou a convite do artista. Ele a recebeu com rosas no camarim e as flores viraram uma tatuagem no ombro, em homenagem a essa passagem. Segundo a dama da MPB, agora, portanto, é hora de homenagear novamente o saudoso amigo, com estes novos e tão aguardados shows, no Rio de Janeiro e São Paulo. “É o recomeço de uma volta de onde nunca saí”, frisa a diva.
No auge de seus 76 anos, Elza Soares é uma verdadeira fonte de histórias sobre a cultura brasileira. A sua discografia é tão vasta quanto os estilos musicais pelos quais transita. Entre sambas, bossas, boleros, tangos, marchinhas e tantos outros, são mais de 50 discos lançados, coletâneas e centenas de participações especiais pelo Brasil e pelo mundo afora. A ex-lavadeira e ex-funcionária de uma fábrica de sabão foi a primeira mulher a puxar um samba na avenida e nos anos 2000, foi intitulada a cantora do milênio pela BBC de Londres. Sempre vibrante, sempre incansável, mostra que nem a saúde debilitada pode diminuir sua fonte de grande energia. Ela gosta de dizer “ainda bem que tive que operar a coluna e não a garganta”. Sua voz segue inigualável.
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