O Parque Olímpico pode estar bonito, a arena do vôlei de praia animada, Deodoro estar no centro dos holofotes e as casas dos países bombando com filas e atrações para todos os gostos, mas nada é mais democrático, divertido e colorido do que o Boulevard Olímpico, no centro revitalizado do Rio, onde tem rolado shows históricos em dois palcos: o Amanhã, com apresentações a partir das 13h, e o Encontros, onde, como o nome diz, acontecem duetos inesperados e cheios de amor, a partir das 20h, como já contamos por aqui.
Nessa terça-feira (09/08), por exemplo, foi a vez do fenômeno da nova MPB Johnny Hooker e sua dualidade de gênero e presença forte e teatral no palco encontrar – e reverenciar – a “rainha do Brasil”, como ele mesmo se referiu, Elza Soares. A praça Mauá era do povo, cheia, repleta com 30 mil pessoas, com diversas manifestações artísticas, como grupos de Jongo, de charm, de samba, jazz, gente de perna de pau, e, também, políticas: o bordão “Fora Temer” ecoava em gritos de guerra, adesivos e cartazes espalhados pelas mãos do público. “Gratidão a cada uma dessas 30 mil pessoas que vieram ao Boulevard Olímpico para celebrar a música brasileira com a gente! Rio de Janeiro eu amo você. Esta noite ficará gravada em mim para sempre! Acredito no frevo, acredito no desbunde que salva e acredito nesse Brasil de tantas contradições que dá as mãos para celebrar e amar sua cultura”, disse Johnny.
Johnny Hooker também engrossou o coro. Depois de cantar a primeira canção do setlist, “Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito”, e antes de dar boa noite às milhares de pessoas que se espremiam para vê-lo cantar, ele mandou de cara um: “Primeiramente, Fora Temer”. De meia-calça, bolero e máscara, ele ainda cantou “Alma Sebosa”, “Amor Marginal” e “Você Ainda Pensa?”, entre outras, antes de receber no palco Elza Soares. Os dois soltaram a voz juntos em “Espumas Ao Vento”, “Volta Por Cima”, e, no auge do show, “Carne Negra”, música emblemática do repertório de Elza.
Um vídeo publicado por Heloisa Tolipan (@heloisatolipan) em
Antes de entoar o verso poderoso que diz que “a carne mais barata no mercado é a carne negra”, ela fez uma – merecida e emocionante – homenagem à judoca brasileira medalhista de ouro Rafaela Silva. “Uma mulher que fez este país tremer, uma mulher negra, pobre, mulher, mulher, mulher. Você mostrou ao mundo a que veio”, sentenciou, antes de puxar um coro com o nome da atleta. Elza também usou a sua voz para pedir às mulheres para que denunciem casos de agressão física e moral pelo número 180, relembrando a importância de não ficarem caladas frente aos abusos cometidos por homens.
Poderosa, do alto de seus 86 anos, Elza saiu de cena ovacionada e emocionada, emocionando todo mundo que assistiu a esse momento lindo. Nós do site HT estávamos no gargarejo, reverenciando a diva, no maravilhoso espaço Hospitality Center, criação da agência Gael, de Gaetano Lops, o nome por trás das ações no Boulevard Olímpico, que tem, como a gente já contou, vip list supercool assinada por Isabela Menezes. Quem a gente viu por lá entre caipirinhas, cervejas, cachorro-quente Genal, tapiocas da Tapi e sanduíches de costela do Sabor DOC, as delícias servidas no espaço? Mônica Martelli, Tuca Andrada, Aloísio de Abreu, Rhaisa Batista, Giselle Batista, Marcella Virzi, Betina de Luca, Toni Oliveira, Marcelo Balbio, Alexia Wenk, Jô Hallack e mais uma turma bacana.
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