DJ e atriz, Dani Fontenelle frisa paixão pela música: “Gera sentimentos, entra em nossas vidas e atravessa gerações”


A artista vai tocar na festa que comemora a chegada ao Brasil da democrática label americana Aéropostale, dia 23, na Barra da Tijuca. Ela conversou como site Heloisa Tolipan sobre carreira de atriz, performance como DJ, o projeto de mostrar a verve cantora e a mágica das artes plurais: “Sempre acreditei nas artes… seja qual for sua expressão!”, frisa

*Por Karina Kuperman

Dani Fontenelle ou Dani F é atriz há mais de duas décadas e, há anos, dedica-se também à música. Depois de passar por tramas globais como “Malhação”, “Duas Caras”, “Insensato Coração”, filmes como “Minha mãe é uma peça” e mais de 40 espetáculos de teatro ao longo da carreira, ela mostra os dotes nas  pickups e já se apresentou ao lado de nomes como Péricles, Ludmilla, Marília Mendonça, Maiara e Maraisa, Tiago Martins, Melanina Carioca, Naiara Azevedo, Tony Garrido, João Gabriel, Naldo Benny, DJ Marlboro, Mc Marcinho e por aí vai… “Tudo começou de uma forma bem natural. Sempre curti estar ao lado das cabines, analisando o que os DJs faziam. Com a ajuda e incentivo dos DJs Renato Alexander e Márcio Tadeu, residentes da boate Nuth, foi onde a vontade de seguir nesta carreira surgiu”, lembra ela, que vai arrasar em performance na festa que comemora a chegada da democrática label americana Aéropostale ao Brasil, dia 23, na Barra.

(Foto: Divulgação)

Após postar uma foto em uma rede social, foi convidada a tocar na boate Melt, localizada no Leblon, onde ficou por um ano. “Foi uma verdadeira escola, em que aprendi sobre feeling de pista, repertório que agrade o público, desenvoltura ao microfone”, conta Dani, que, a partir daí, se deu conta de que poderia conciliar sua carreira de DJ com a de atriz. “Ser atriz só me facilitou e me alavancou na carreira de DJ. Sempre acreditei na arte… seja qual for sua expressão! Na música não é diferente. Quando comecei a tocar eu nunca quis ficar escondida atrás das pickups. Os DJs ficavam escondidos em cabines, e muitas vezes, o público mal conhecia o rosto de quem estava tocando, mas eu sempre busquei um trabalho artístico para apresentar o público… seja no repertório escolhido, nos figurinos coloridos que amo produzir, nos adereços diferentes que levo, nas makes, nos penteados e nas danças que levo para o público. Me dobro em duas para conseguir trabalhar nas duas profissões. É uma loucura, eu sei… mas dou conta! É uma correria gostosa que me mantém viva!”, pontua.

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Muitos dizem que o meio da música, principalmente a eletrônica, é machista, mas Dani afirma que, atualmente, o cenário tem melhorado para as mulheres. “Há sete anos, quando comecei, havia pouca mulher. Eu tinha como referência nomes como Caroles, Flavia Xexeo, Giordanna Fortes e etc. Realmente me deparei com um mercado tomado exclusivamente pelos homens e tive que literalmente me virar nos 30 para conseguir mostrar que eu sabia tocar e não era somente um rostinho. Acho que no mercado de DJ, seja homem ou mulher, você tem de dar o seu melhor e o termômetro é a resposta do público”, analisa.

(Foto: Acervo Pessoal)

E Dani sabe: a música mexe com emoção. “Ela faz tudo aflorar da maneira mais eloquente possível ou te faz embalar em uma dança que só você sabe. Gera sentimentos, sensações, entra em nossas vidas e atravessa gerações. Através da música, quero gerar sentimento na vida das pessoas. O mundo já está repleto de coisas ruins, então com a música quero gerar uma ‘fuga’ na vida das pessoas… onde elas simplesmente ‘ligam o Dani-se…’, uma brincadeira que uso com meu nome, e dancem”, diz ela, acrescentando que viver de arte exige ser múltipla: “É um desafio enorme, seja no teatro ou na música, eu sempre ouvi a frase: ‘Legal o que você faz, mas qual a sua profissão?’. Ou seja: viver de arte é para aqueles que são fortes e que não se importam com os obstáculos que encontrarão pelo caminho”.

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Para 2020, ela tem planos de lançar diferentes músicas todo mês. “Vou fazendo parcerias com alguns cantores e bandas, além de lançar algumas músicas cantando também. Gosto muito de cantar e quero começar a mostrar essa verve também. E desejo incrementar ainda mais meu show, trazendo cada vez mais novidades para o meu público”, frisa.