“Discoteca do Chacrinha” traz de volta os anos de ouro da música com Russo, Byafra, Rosanah e Serginho Mallandro!


Baseada em “Chacrinha, o musical”, a festa transformou o Circo Voador em pista de dança durante noite nostálgica e quentíssima!

*Com Yuri Hildebrand

Mesmo anos após o fim de seu programa, o grande apresentador Abelardo Barbosa ainda vive forte no imaginário dos brasileiros. O “velho guerreiro” foi um dos maiores nomes da comunicação e insubstituível. Responsável pela divulgação de diversos músicos, o programa “Cassino do Chacrinha” foi fruto da fusão entre os clássicos “Discoteca” e “Buzina”, também comandados pelo velho guerreiro. Levando o nome de um dos dois projetos originais, a festa recebida pelo Circo Voador nesta noite de sábado (17/1) representou bem os anos áureos da música brasileira.

“Cassino do Chacrinha”, reapresentado pelo Canal Viva

A imagem de Chacrinha transcende o ser humano e, com as roupas extravagantes, a buzina e os trocadilhos que alegravam as casas brasileiras, o personagem inventada pelo apresentador, animador e lenda da TV serve de inspiração para muitos, sendo lembrado com carinho por todos. Leleco Barbosa, filho de Abelardo, é o responsável por toda essa homenagem. Idealizador de “Chacrinha – O Musical”, que está em cartaz no Teatro João Caetano, ele falou com HT sobre os louros que tem colhido com o maior sucesso da temporada: “Foram 26 anos na TV. Ele fez parte da vida de muita gente”.

Antes do início do espetáculo, o melhor da disco dos anos 1980 tocava pelas caixas de som do ambiente: “YMCA”, “Girls just wanna have fun” e outros sucessos. O público, que chegava aos poucos, ia acanhadamente até a área próxima ao palco para arriscar alguns passos. Os que preferiram não se aventurar na dança podiam acompanhar alguns curtas e clipes no telão do Circo, ou simplesmente curtir a vibe única que a casa proporciona. Ansiosos pela festa, Beatriz Freitas e Marcos Esperon falaram um pouco sobre o apresentador que marcou época: “Não existe ninguém como o Chacrinha. ‘Terezinha’, ‘Vocês querem bacalhau?!’, as chacretes… Hoje em dia seria um programa bem trash, mas talvez caísse no ‘politicamente incorreto’”. Com a proximidade do Carnaval, Marcos lembra da imagem que Abelardo Barbosa passava: “O próprio era uma alegoria, uma tradução do Carnaval”. Já as amigas Virgínia Oliveira e Lucimar Veiga afirmam não terem visto muito do velho guerreiro, mas deram palpites sobre como seriam as chacretes em um “Cassino do Chacrinha” versão 2015: “Mulheres malhadas, com o corpo todo trabalhado. Algo próximo às Panicats”, disse Virgínia. Animadas para a festa da carne que está por vir, as duas tomam a Discoteca como uma première do Carnaval carioca.

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Pouco depois de meia-noite, começa a festa de fato. No palco, surgem a Banda Terezinha, as famosas Chacretes e um cover de Chacrinha. Com músicas como “Exagerado”, de Cazuza e “Meu Erro”, do Paralamas do Sucesso, o coro se formou no Circo. “Vocês querem bacalhau?!”, bradou o Chacrinha da noite, seguido pela aparição do carismático e icônico Russo, que jogou o peixe para o público. Logo depois, mais uma figurinha clássica dos programas de auditório: Byafra, cantando hits como “Sonho de Ícaro”, “O último romântico” – quando inclusive desceu do palco para se juntar aos presentes – e “Só você” e dando uma outra injeção de ânimo à festa.

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A noite seguiu com mais hits da década de ouro da música brasileira: “Descobridor dos sete mares” e “Não quero dinheiro” homenagearam o grande ícone Tim Maia, junto a “Toda forma de amor” e “Bete Balanço”; todas interpretadas pela Banda Terezinha. Além disso, uma versão rock n’roll do samba “Malandragem dá um tempo”, de Bezerra da Silva, foi tocada pelo grupo, que deu espaço para um dos momentos mais marcantes dos programas do Chacrinha: a apresentação de calouros. Cantando “Amante Profissional”, da banda Herva Doce; “Será”, do Legião Urbana; e “Sonho de Ícaro”, de Byafra – que quase rendeu uma buzinada –, os concorrentes caíram na graça do público e saíram aplaudidos do palco com seus troféus de abacaxi.

Calouros, chacretes, buzina, troféu abacaxi, Byafra… Faltavam algumas pessoas ainda na festa. Rosanah Fienngo, a musa do “Cassino”, subiu ao palco para realizar um verdadeiro espetáculo: “Nem um toque”, “Got to be real” e “It’s raining Men” antecederam um mashup de diversos hits, incluindo “Whisky a Go Go”, “Do seu lado” e “Twist and Shout” – com destaque para a ousadia da cantora ao assumir a guitarra. Depois, a música que marcou sua participação no programa do Chacrinha, “O amor e o poder”, fez coro no Circo Voador.

Após mais algumas apresentações, a Banda Terezinha encerrou seu set com músicas de Lulu Santos e Lobão, deixando o palco sob os cuidados de Sérgio Mallandro. O humorista agradeceu pelo convite, reverenciou a imagem de Chacrinha e aproveitou para fazer piadas com Russo – que respondeu à altura, mostrando que a idade avançada (93 anos) não o derruba. Com um playback propositalmente cômico – à la Chacrinha – Mallandro relembrou a infância dos ali presentes com muita irreverência em “Lua de Cristal” e “Superfantástico”. Antes de deixar o palco, reforçou o propósito da festa (e do musical): “O homem não morre quando deixa de existir; ele só morre quando deixa de sonhar!”, profetizou, parafraseando Charlie Chaplin. A festa ainda continuou com a participação de Silvinho Blau Blau, que parabenizou os organizadores e começou sua apresentação com mais Tim Maia em “Leme ao Pontal” e um repertório que variava de Titãs a Rolling Stones, animando quem se manteve até o fim e fechando a noite com muito estilo.

 

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