Direto de Nova York: Estivemos com Solange no pós-barraco no elevador com Jay-Z. Vem saber mais!


Cantora participou do Vulture Festival, no Webster Hall, que ainda teve MIA arrasando no palco

* Por Junior de Paula, de Nova York

Logo depois da fatídica briga no elevador entre Solange, irmã mais nova de Beyoncé, e seu cunhado Jay-Z, a gente esteve pertinho dela, que não apresentava nenhum resquício da destemperança vista no vídeo que rodou o mundo. Nosso encontro com ela foi no palco, lugar onde a irmã mais nova de Queen B sabe exatamente como se comportar. Ninguém – a não ser os envolvidos – sabiam da tal briga até então, portanto, quando ela contou que tinha acabado de chegar de uma viagem para a Costa Rica com as irmãs – Bey, inclusive – para o casamento de uma “grande amiga de infância”, ninguém se perguntou se as duas já teriam se entendido depois da confusão.

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Solange, no Webster Hall (Foto: Divulgação)

Solange, aliás, disse que antes de subir ao palco se perguntou se teria condições de se apresentar, já que estava exausta da viagem. “Mas coloquei minha peruca, minha roupa mais bonita e quando subi aqui todas as minhas questões e problemas ficaram pra trás. Aqui em cima eu sou feliz demais”, contou, assim que terminou de cantar “Don’t Let me Down”. No set list ainda teve “Losing You”, “Bad Girls” e “Sleep in the Park” e um cover de Kate Bush, Cloudbusting.

“Fizemos esta versão no Coachella e alguém no Twitter me pediu para repetir aqui. Como obedeço sempre meus fãs…”, brincou Solange que, é bom que se explique, foi a responsável por abrir o Vulture Festival, que rolou no Webster Hall, e ainda contou com show de MIA, que se consolida cada vez mais com uma das artistas femininas mais interessantes de todos os tempos.

A musicalidade de MIA – que flerta com o funk carioca, eletrônica e o hip hop, além de elementos que remetem à ancestralidade do Sri Lanka – não deixa ninguém parado e coloca a cantora em um pedestal de cima do qual ninguém consegue ameaçá-la de perder o posto de a artista contemporânea mais importante da atualidade. Importante aqui no sentido de criar novas texturas musicais, novas possibilidades e não se acomodar em um terreno pop que lhe pagaria muito dinheiro apenas para repetir fórmulas. Ela, desde o início da carreira, quis ir além. E foi.

Bom, mas vamos ao show: de macacão laranja, um leque gigante com plumas nas pontas para amenizar o calor, e mandalas imensas que brilhavam e mudavam de cor a todo momento compondo o cenário, MIA usa e abusa dos dois DJs que soltam as bases pré-gravadas para suas canções e de bailarinos e backing vocals no palco.

O que ela tocou? “Bird Flu”, “Bring the Noize”, “Yala”, “Bamboo Banga”, “The Message”, “The World” e outras tantas. No fim, antes de cantar “Paper Planes”, ela chamou a plateia para subir ao palco. Num piscar de olhos, umas trinta pessoas se materializaram ao lado de MIA, que parecia estar se divertindo ainda mais do que todo mundo.

MIA terminou a apresentação ovacionada, claro, e a gente saiu com a sensação de estar vendo a história da música da atualidade sendo construída bem na frente dos nossos olhos.

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O estilo todo particular de MIA (Foto: Divulgação)

* Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura.