No último dia de apresentações musicais do DFB Festival no Palco Factory, montado na megaestrutura do festival na praia de Iracema, em Fortaleza, a diversidade e representatividade cultural da música brasileira se fizeram presentes mais uma vez em cena. A 22ª edição do evento, que fez história, celebrou seu encerramento com música boa, rap, e muito rock’n roll! A banda Selvagens à Procura de Lei contagiou o público com seu som, repleto de mensagens. “Em nosso último álbum, ‘Paraíso Portátil‘, abrimos o coração, enquanto testamos sons, falamos de sentimentos, medos, superação e renascimento. Sonorizando as letras, sempre protagonistas na obra da banda, estão arranjos remetendo ao pop moderno, além de sintetizadores e beats que permeiam o disco produzido por Paul Ralphes“, detalha Gabriel Aragão, guitarra, teclado e vocal da banda que faz rock desde 2009, e conta ainda com Rafael Martins (guitarra e vocal), Caio Evangelista (baixo e vocal) e Nicholas Magalhães (bateria e vocal). Em versão solo, foi divulgado que Aragão também lança seu primeiro EP no segundo semestre, o ‘Abre Caminhos‘.
Antes dos ‘Selvagens‘, o rapper Doixton se apresentou e celebra a ‘bagagem’ que o festival agrega à sua carreira, construída desde 2009. “Foi quando me interessei pela dança, e de lá vieram as primeiras inspirações artísticas. Em 2016, eu comecei a criar instrumentais para inserir nas danças, e vi a possibilidade de inserir rimas nas batidas que eu estava criando. Sempre ouvi rap em casa por influência do meu pai e tios, isso me familiarizou rápido com o gênero. Um ano depois já estava gravando oficialmente meus primeiros singles, e colocando meu nome em evidência no cenário local”, recorda Antoniel Gomes, o Doixton.
O artista contabiliza quatro EPs lançados, em quatro anos de participação na cena independente da cidade, e já soma 17 singles e sete clipes. Ele também foi destaque nas duas primeiras edições do festival de Rap Poesia de Rua, promovido para apresentar os grandes nomes do rap nacional na capital cearense. “Hoje o Nordeste é referência de crescimento, e isso se deve à diversidade de gêneros musicais e à forma como abordamos temas e causas”, aponta o rapper.
“Isso não vem de agora, há muito tempo se produz assim por aqui. A diferença são as exceções de artistas e bandas que conseguem furar a ‘bolha’, e abrir caminhos para quem faz um tipo de conteúdo artístico antes pouco notado. A música brasileira deve muito ao Nordeste, e acredito que nos próximos dois anos terá uma nova onda de diversidade por aqui. A arte salva vidas, movimenta e impacta social e financeiramente, onde é bem executada. Por isso, incentivo para que acreditem em seus sonhos artísticos. Sejam eles na moda, na dança ou na música, o importante é formar bons laços e se empenhar para que cada passo seja firme e adiante”, conclui.
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