DFB Festival: Davi Cartaxo e Juan fazem música com amor, liberdade e positividade, exaltando a nova MPB e o pop rock

O multifacetado palco do DFB Festival apresentou shows gratuitos de atrações musicais nacionais e locais tendo como cenário a paradisíaca Praia de Iracema, em Fortaleza. E fazendo música com amor, liberdade e positividade, daquelas que embalam e trazem leveza para a rotina cada vez mais acelerada dos dias atuais, os músicos cearenses Juan, e Davi Cartaxo falam de suas apresentações individuais no festival. “É incrível estar em um evento como o DFB, não só pela proporção, mas como pela representatividade que ele possui. Como artista, valorizo muito o cenário autoral e me sinto feliz em fazer parte desse movimento”, diz Davi.

“Nasci e cresci em Fortaleza, tive experiências em outros lugares, mas sempre voltei para cá. O DFB junta gente do Brasil e de fora dele, então é muito significativo. Além disso, a música do nosso Nordeste é rica, tem muita coisa massa acontecendo. Para todos os gostos. As pessoas estão experimentando cada vez mais combinações musicais, sem restrições, sem demagogias e conservadorismos musicais. Isso é muito positivo. E tanto no Nordeste, quanto no Brasil inteiro, isso tem sido refletido. Na minha opinião, em Fortaleza, especificamente, ainda falta a união entre os vários estilos, mas estamos no caminho. Esse intercâmbio musical está começando a rolar”, completa Juan.

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O músico Davi Cartaxo no palco do DFB Festival (Divulgação/ DFB Festival)

Davi Cartaxo faz parte do movimento da nova MPB, com forte influência do folk e pop rock. O cantor e compositor já dividiu o palco com grandes artistas como Tiago Iorc e a banda Melim, além de possuir extensa produção audiovisual no seu canal do YouTube. Na internet, contabiliza mais de 3 milhões de streams com suas músicas e vídeos. A música de trabalho atual, ‘Estrela do Mar‘, está presente nas principais rádios do Brasil, e seu primeiro álbum será lançado nos próximos meses. “Comecei na música por forte influência do meu pai. Ele canta e toca violão e sempre me incentivou a desenvolver o meu lado artístico. Desde que me entendo por gente a música está presente, na adolescência e faculdade eu sempre era o cara da roda que levava o violão. Mas profissionalmente, fazem seis anos que comecei de fato a carreira musical, indo morar em São Paulo para viver de música”, conta Davi.

Davi Cartaxo em cena do DFB Festival na praia de Iracema (Divulgação/ DFB Festival)

Ele aproveita para aclamar a democratização da música promovida pelo streaming, mas faz suas ressalvas quanto a isso ser revertido financeiramente para os músicos. “Isso não se traduz em ganhos justos. Acredito que ainda temos um caminho a percorrer sobre a justiça dos ganhos dos artistas. Como praticamente não há mais venda de CDs, DVDs entre outros, o artista deveria, sim, ter uma remuneração adequada com a reprodução de suas obras. Isso, na minha visão, ainda não é praticado”, opina.

Com reflexão e liberdade

Atuando há quase dez anos no cenário musical da cidade, Juan não se define com um estilo específico. Passeia por vários nichos, mesclando reggae, rock e pop, com letras provocativas, trazendo para o seu trabalho autoral canções preenchidas por reflexões relevantes, influenciadas pelo conterrâneo Belchior. “Em 2019 lancei meu primeiro EP, o ‘Metamorfose’, e o próximo álbum, ‘Alma Livre’, tem lançamento previsto para este ano ainda, com 14 canções. Faço músicas com temas como aceitação, autoconhecimento, amor e também a busca pela liberdade’, diz Juan.

No palco do DFB Festival Juan mostra sua música autoral (Divulgação/ DFB Festival)

“A arte e a cultura precisam de mais incentivos, e que esse benefícios sejam estendidos, que cheguem a mais pessoas. E que a música também seja veículo de transformação para pessoas de várias realidades, porque ela tem essa potência de mudar vidas. Mas para isso, deve ser cultivada e regada sem restrições. Todo mundo deve ser escolarizado com música, com acesso à cultura, crescendo em um ambiente onde a música floresce, que é fértil. E esse ambiente não existe nas condições sociais da maioria dos brasileiros. Não tem como separar a arte e a cultura da política e de tudo que está acontecendo ao redor”, conclui.