Múltiplo, o DFB Festival trouxe para o público shows gratuitos de atrações musicais com apresentações potentes, como a de Italo Azevedo, e a do DJ Thiago Camargo com o guitarrista Pilho, que batizaram a performance de projeto Rockin’deep. Viva a música independente, viva o rock cearense! “Fiquei super honrado com o convite, pois além de tudo dividi palco e line-up com grandes artistas nacionais dos quais sou fã assumido. Isso representa o começo da maturação da minha carreira musical, ainda bem recente no formato solo. Acredito que entreguei um show repleto de poesia e emoção para celebrar a música brasileira de frente para o mar de Iracema”, diz Ítalo, que faz música há 16 anos na capital cearense. E aproveita para celebrar a cena musical do país, plural e livre: “Tanto no Nordeste como no resto do país, ela está em pleno estado de efervescência. Nunca se viu tamanha quantidade de lançamentos e bandas novas de extrema qualidade. Quando ouço que o rock brasileiro morreu na década de 1990, fico bem desapontado, porque tem se feito muito rock de qualidade no Brasil”.
“Bandas como Terno Rei, Scalene, Selvagens à Procura da Lei, Supercombo, são perfeitos exemplos dessa cena que tem um ótimo alcance. Na outra ponta, temos um ‘oceano’ de excelentes projetos musicais que, por falta de recursos, espaço e incentivo, não conseguem alcançar o público, e acabam ficando estagnados. O processo pode ser bem custoso para o artista independente que não tem o apoio de grandes máquinas”, aponta.
Após 10 anos longe dos palcos de Fortaleza, com participação entre os anos de 2007 e 2009 de festivais como Rock Cordel e UFC de Cultura, além de marcar presença em bares e casas de shows com apresentações ao vivo ao lado do projeto ‘Av. Funk‘, Italo Azevedo retoma seu espaço com nova roupagem e recorda o trajeto até aqui. “Meu primeiro contato com a música foi ainda no início da adolescência, com os primeiros instrumentos e tentativas de compor. A partir de 2006, passei a fazer shows com frequência na capital cearense, e participar de festivais de cultura no estado. De 2010 a 2019, vivi um hiato na música, pois estive focado em outros projetos pessoais. No começo de 2020, lancei minha carreira solo no formato que sigo hoje, com o single ‘Cosmos‘. De lá pra cá, já foram sete singles, um álbum de estúdio e um ao vivo. E tem muita coisa ainda por vir”, anuncia.
Dividindo o line-up com Italo, o DJ Thiago Camargo trouxe para o palco do DFB Festival sua paixão pela música em apresentação visceral, ao lado do músico Pilho, em performance virtuose de guitarra. “O projeto Rockin’Deep nasceu da ideia de unir o som da guitarra aos mais variados estilos, e ampliar as possibilidades sonoras para um entretenimento de qualidade”, conta Thiago. “Esse show que apresentamos foge do padrão, traz elementos do rock, solos de guitarra, por vezes uma pegada lounge com influências do Tropical House ao Blues”.
Thiago teve seu primeiro contato com toca-discos e mixer em 2005, começando sua trajetória profissional em Dallas, no Texas, Estados Unidos, onde morou de 2003 a 2009, e tocou como residente em clubes locais. Mas foi radicado em Fortaleza, que seu trabalho passou a receber influência de outras culturas, compondo uma formação plural. “Tocar para o público do DFB foi um divisor de águas na minha carreira, já que alcançamos pluralidade ali. Isso mostra o quanto a nossa cena musical é diversificada e aberta a novos sons e experiências”, observa Thiago, que reside na capital do Ceará há 10 anos.
Destacando a importância da arte e da cultura para a formação de uma sociedade, Thiago Camargo frisa: “A arte em geral sempre desempenhou um papel importante e significativo na transmissão da cultura e do entretenimento. A música, como veículo de interação entre o público e os artistas tem sido favorecida ultimamente pelo apoio e incentivo de empresas e pessoas sensíveis ao fazer musical. Temos como objetivo maior, levar a todos uma música de qualidade e que agrade os ouvidos mais exigentes”.
E Italo Azevedo completa: “Consumam mais os pequenos artistas, procurem quem está trazendo novidades, apoiem, compartilhem, mostrem o trabalho para quem possa gostar. A rede de apoio funciona assim! Um fã apaixonado forma 10, e assim vai se criando uma base consistente. O chamado é o mesmo para que as instituições públicas e privadas, apoiem os artistas que continuam na dura missão de produzir cultura no Brasil. A pandemia mostrou a todos que sem a arte, sem música, sem cinema, literatura, nossa vida seria impossível!”.
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