Estudante de Cinema, na PUC-Rio, Rubel Brisolla, ou Rubel, como é mais conhecido, embarcou em um intercâmbio para Austin, nos Estados Unidos. Pode ser coincidência ou não, mas foi na cidade conhecida como “capital mudial da música ao vivo” que o cantor escreveu seu primeiro disco, “Pearl”. Cinco anos depois, Rubel volta para lançar seu novo álbum, “Casas”, na próxima sexta-feira, dia 11, no Circo Voador, na Lapa, no Rio de Janeiro.
“Pearl” foi feito em quatro dias, gravado em uma pequena sala de estudos, e lançado despretensiosamente na internet. O repertório inspirado no folk e na MPB viralizou, conquistou os brasileiros e impulsionou o cantor no cenário musical. Diferentemente disso, “Casas” foi cuidadosamente pensado e produzido. Segundo Rubel, o segundo álbum reflete muito as mudanças, transformações e amadurecimento vividos pelo cantor desde o último lançamento. “Eu fiz o ‘Pearl’ quando eu tinha 21 anos, e agora fiz o ‘Casas’ com 26. Aos 20 anos eu estava no começo da faculdade, era sustentado pelos meus pais, era muito protegido, ainda, por várias formas – pela instituição da faculdade, pela instituição da família. Depois que eu saí da faculdade, depois que voltei do intercâmbio, eu tive de entrar no mercado de trabalho, sair de casa e ver o mundo como ele é de verdade. E eu acho que esse disco fala sobre esse universo do mundo adulto, que é você construir realmente a sua vida, a sua identidade, o seu legado”, explicou.
A escolha do nome “Casas” também é fruto dessa nova fase vivenciada pelo cantor após a volta do intercâmbio e da produção de “Pearl”. Ele explica que, nos Estados Unidos, dividiu uma casa com amigos, e essa experiência foi uma das melhores que já viveu. Essa casa assumiu o real sentido de “lar”, segundo ele. Quando voltou para o Brasil teve dificuldades em se adaptar, e “Casas” reflete esse período de readequação. “O disco é sobre essa busca de reencontrar um lugar onde eu me sinto à vontade, onde eu me sinto eu mesmo. E o que eu descobri é que não existia só essa casa na minha vida, têm várias. Eu tive outras antes, vou ter outras depois, e cada uma tem o seu papel e a sua função na minha vida. Falo de casas literais e das que são as pessoas, os relacionamentos”, disse.
“Casas” traz algumas novidades. O disco tem arranjos mais complexos, elementos eletrônicos e se deixa influenciar pelo black, trazendo o hip-hop e parcerias com Emicida e Rincon Sapiência. Especificamente sobre o rap, Rubel explica que, quando começou a ouvir e estudar o ritmo, se apaixonou pela forma como é feito. “No folk e na MPB, geralmente, você junta um grupo de pessoas, coloca em um estúdio e grava. Nessa forma de produção que vem mais do hip-hop, cada música é um universo individual e totalmente livre para ser feito de qualquer forma. Você pode fazer um beat com uma caixa de fósforo, colocar um bumbo e uma caixa, e você tem uma música. Então essa forma de pensar, de uma maneira mais livre, me encantou e eu quis experimentar”, comentou.
Dentre todas as mudanças, um elemento permaneceu o mesmo: o jeito narrativo de compor. As músicas de Rubel, tanto em “Pearl” como em “Casas” são como histórias contadas, e isso o cantor atribui a sua paixão e formação em Cinema. “A minha vontade sempre foi fazer cinema, sempre quis ser roteirista. Eu acho que o que sempre me interessou na música, na literatura e no cinema foi isso, histórias. A música é como eu penso qualquer coisa que eu faça: uma narrativa. Tentar fazer cinema na música”, explicou. E ele completa afirmando que o cuidado com a narrativa está presente em todos os processos. “A produção, o arranjo, tudo ajudar a contar a história da melhor maneira possível. É ter uma narrativa na música e na melodia também, e não só na letra”.
Sobre o fenômeno da democratização do acesso, onde existe uma liberdade de produção e distribuição, e das plataformas de streaming, Rubel diz que um menor retorno financeiro não chega a ser algo negativo. “Acho que hoje em dia é muito bom a gente pode fazer música da forma que quer, poder distribuí-la livremente, sem precisar de intermediário. Poder gravar em casa, colocar na internet e as pessoas ouvirem. O retorno financeiro pode ser menor do que era antigamente, mas pensando na democratização da produção e da distribuição, eu vejo muito mais vantagens.”
A “estrela do pop brasileiro”, vai lançar seu novo disco “Casas” essa sexta-feira, dia 11, no Circo Voador, na Lapa, no Rio de Janeiro. Os ingressos variam entre R$ 30,00 e R$ 60,00 e a classificação etária é 18 anos. Não dá pra perder, né?
Serviço:
Data: dia 11 de maio (sexta-feira)
Local: Circo Voador (Rua dos Arcos s/n – Lapa)
Abertura da casa: 22h
Ingressos: https://www.ingressorapido.com.br/event/6304/d/26345/s/111359
Classificação: 18 anos
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