O réveillon já passou, mas todo o brasileiro sabe que o ano ainda não está nem perto de começar, afinal, falta o nosso segundo ano novo do ano: o Carnaval. Depois que as festas de fim de ano terminam, a expectativa já começa para época onde festejamos a vida, a diversidade, a alegria e, para os cristãos, o início da Quaresma. Os ensaios já começaram e entre eles se destaca o CandyBloco, um verdadeiro filho da Sapucaí. O bloco foi criado, em 2017, dentro de um camarote LGBT, o CandyBox, que inclusive deu o nome ao grupo. “Eu já vinha pensando em ter um bloco, mas sempre pensava que nós temos tantos blocos na cidade, não sabia o que fazer de diferente. Sempre gostei de música pop e acabei tendo a ideia de ser o diferencial. Ao mesmo tempo, as divas pops são a cola que liga a causa gay, o que foi a receita perfeita. Falei essa minha ideia para um dos sócios do CandyBox, Mickael Noah, e na hora ele topou. Isto foi no meio do Carnaval de 2017 e na quarta-feira de cinzas já estávamos vendo a possibilidade de viabilizar o projeto”, afirmou o idealizador do projeto e vocalista Bernardo Falcone. A primeira apresentação deste ano será neste sábado, dia 6 de janeiro, no local que já se tornou a casa do foliões, o Museu de Arte Moderna. O bloco já organizou seis festas, dentre elas três aconteceram no MAM e uma foi na final Champions Ligay, o primeiro campeonato de futebol jogado exclusivamente pela turma LGBT.
Para sair do clássico, Bernardo Falcone apostou em uma trilha sonora lotada de divas do pop, algo óbvio quando o assunto é a cultura LGBT por muitas das cantoras levantarem a bandeira e se tornarem ícones da causa. “Começamos um trabalho de pesquisa para ver quais divas não poderiam ficar de fora, assim como as músicas clássicas que também não poderiam faltar. Foram selecionadas tanto divas nacionais e internacionais. A questão eram achar mulheres que possuem um impacto muito forte na indústria musical e na vida da comunidade LGBT”, explicou Falcone. O resultado final foram nomes como Rihanna, Madonna, Beyoncé, Britney Spears, Whitney Houston, Anitta, Ivete Sangalo e Pabllo Vittar.
O primeiro Carnaval do CandyBloco promete ser apenas dentro de espaços fechados. O mesmo não está participando do circuito oficial de blocos de rua. Mesmo não fazendo parte do cronograma, os sócios do CandyBox, Bernardo Falcone, Guilherme Barros, Marcela Souza, Lucca Mendez e Mickael Noah, enfrentaram todas as dificuldades que os grupos tradicionais que desfilam pelas ruas. “Estamos fazendo o trabalho na marra e conseguimos perceber que não é fácil criar um bloco no Rio de Janeiro, principalmente, no formato que estamos produzindo. Temos banda completa, ensaios, versões próprias de músicas já conhecidas. Tenho certeza que daqui há alguns anos vamos pensar que estávamos doidos em criar isto. Sem contar que o Rio não está no melhor dos momentos, é difícil encontrar parceiros, mas tivemos sorte”, garantiu. A ideia é tirar a experiência criada nos foliões que curtem o camarote dentro do sambódromo e replicar para todos os locais.
Apesar dos empecilhos, o vocalista garantiu que tem procurado manter um ótimo contato com órgãos públicos, que parecem estar abraçando o projeto. “As pessoas falam muito da prefeitura, mas o Crivella será o nosso prefeito pelos próximos três anos e logicamente precisamos de algum tipo de conexão com ele. Não perco muito tempo pensando no que o ele gosta ou deixa de gostar, porque isto é perder o foco. O bloco é uma resposta à intolerância e uma forma de celebrar a cultura LGBT. O bloco não deixa de ser uma militância, um ato político. A pessoa sai de casa para se divertir, pegar todo mundo, dar pinta, ser quem quiser e ainda voltar para casa vivo é um ato de resistência. A relação com a prefeitura está sendo boa. Tive uma conversa ótima com a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual”, afirmou o rapaz.
A ideia do CandyBloco, portanto, é levar a cultura LGBT para as ruas, trazendo palavras de tolerância e aceitação, desmistificando tabus para sociedade. Foi uma forma do vocalista usar a sua visibilidade enquanto figura pública para a causa. “Trabalhei na televisão e o meio é extremamente preconceituoso. O fato de eu ter lutado tanto por uma afirmação nas telinhas fez com que me distanciasse do meu propósito quanto artista que é dar luz à causa gay. O CandyBloco é um reencontro”, afirmou.
As ideias para o bloco tomaram proporções audaciosas. Falcone pretende se aproveitar da euforia com a Copa do Mundo, um dos acontecimentos mais esperados pelos brasileiros em 2018, para continuar produzindo eventos do CandyBloco. O projetos são enormes e ele já possui olhos para o ano que vem, quando pretende entrar no circuito de rua. Tudo isso sem excluir nenhum tipo de pessoa. “Queremos que todo mundo vá, de qualquer lugar do Rio. A ideia prioritária é ser um evento inclusivo”, contou. Por isso, Falcone tem a pretensão de acumular ainda mais seguidores da folia que apoiem a celebração. Uma forma de conseguir isto é tornando o evento gratuito para todas as pessoas nas primeiras horas dos ensaios, de forma que todas as classes possam estar curtindo a vibe do local juntos.
Mas o ponto alto, mesmo, vai ser quando o CandyBloco invadir o Candybox, na sexta-feira de Carnaval, dia 9 de fevereiro. O camarote, que é sensação há 8 anos, já está com as turbinas preparadas para receber a turma mais animada da Sapucaí e se transformar, mais uma vez, no maior camarote gay do mundo carnavalesco. Tudo com serviços premium, conforto e qualidade para deixar os convidados livres para ser quem quiser. Se interessou? Só clicar aqui no link pra saber todas as informações. Vem!
Serviço CandyBloco
Local: Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro
Dia: 06/01
Hora: 17:30
CandyBox
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